De
acordo com o Dr. Sérgio Rocha, diretor e psiquiatra da Clínica Revitalis,
vulnerabilidades socioeconômica e genética podem desencadear esse tipo de
problema, mas motivos atuais, como redes sociais e uso de drogas e álcool
também contribuem para esse tipo de problemaCrédito: canva
Os transtornos mentais são responsáveis
por 16% da carga global de doenças e lesões em jovens entre 10 e 19 anos,
segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). Além disso, metade dessas
condições começam aos 14 anos, sendo que a maioria não é detectada, muito menos
tratada. A pandemia da Covid-19 contribuiu muito para esse tipo de doença, não
só em crianças e adolescentes, mas na população de uma forma geral.
Não à toa, o número de pessoas com
transtornos mentais, principalmente a depressão, a comum delas, vem aumentando
desde o início de 2020, quando a rotina das pessoas mudou por completo junto
com as tristes notícias a respeito da Covid-19.
De acordo com o Dr. Sérgio Rocha,
diretor e psiquiatra da clínica Revitalis, são muitos os motivos que contribuem
para o desenvolvimento de doenças mentais desde a infância até a adolescência.
“Isso inclui vulnerabilidade genética e socioeconômica, desnutrição, doenças
neurológicas, rede familiar e até redes sociais podem ser cruciais”, explica.
Segundo o especialista, os motivos para
que os jovens desenvolvam alguns transtornos mentais, como depressão,
bipolaridade, transtorno alimentar, ansiedade, entre outros, são divididos
entre universais e aqueles mais atuais.
Motivos universais
Dentro dos motivos universais, podemos
citar as vulnerabilidades genética e socioeconômica. A primeira, como o próprio
nome diz, é algo que já vem de família e que pode ocorrer em diversos tipos de
doenças, seja psiquiátrica ou não.
Uma pesquisa recente desenvolvida pelo
Consórcio de Psiquiatria Genômica (PGC, sigla em inglês) e publicada pela
revista médica The Lancet, mostrou que cinco dos principais distúrbios
psiquiátricos que afetam a população podem ser causados por questões genéticas,
entre eles, depressão, autismo, transtornos de déficit de atenção e
hiperatividade (TDAH), transtorno bipolar e esquizofrenia.
“Já quando falamos em vulnerabilidade
socioeconômica, estamos falando daquelas pessoas que têm pouco acesso a
necessidades básicas, pessoas de baixa renda”. De acordo com o especialista,
essa condição pode acabar fazendo com os transtornos apareçam.
Motivos atuais
Além dos motivos universais que podem
gerar algum transtorno nos jovens, o Dr. Sérgio Rocha também explica que muitos
problemas da atualidade podem desencadear esse problema.
O primeiro deles é a rede familiar mais
frágil, de acordo com o profissional. “Muitos pais são permissivos para
compensar ausências que podem ocorrer por diversos motivos, mas isso pode ser
uma porta de entrada para uma doença mental”, comenta ele.
As redes sociais, de acordo com o
especialista, é outro gatilho. Um estudo realizado por pesquisadores do King’s
College de Londres, mostra que 1 a cada 4 jovens é viciado em smartphones e,
consequentemente, em redes sociais.
O estudo também mostra que 23% mostram
comportamentos classificados como ansiedade quando estão sem telefone. “O vício
nas redes sociais pode atingir a todos, mas principalmente os jovens que acabam
entrando naquele mundo, sem conseguir ao menos controlar o tempo em que ficam
na internet”, comenta.
“Além disso, esse vício gera até
alterações no sono, já que as pessoas viciadas em celular mantém o uso dos
aparelhos no período noturno, o que é muito prejudicial para a saúde como um
todo”, completa o psiquiatra.
O Dr. Sérgio destaca também que a
exposição precoce do jovem ao álcool e drogas, problema antigo, mas também
muito atual, é outro fator perigoso para que essas pessoas desenvolvam vício e,
posteriormente, outros tipos de doenças
Atualmente, no Brasil, cerca de 120 mil
jovens são dependentes de bebida alcoólica, segundo levantamento da Fundação
Oswaldo Cruz. “O vício em bebidas alcoólicas e drogas é perigoso e pode ser
acompanhado de outros transtornos”, explica o Dr. Sérgio.
Dr. Sérgio
Rocha - Médico
especialista em Psiquiatria, fez residência médica pela Marinha em 2006. Em
2007 fez pós-graduação latu sensu em Psiquiatria pela PUC-Rio, sendo convidado
em 2009 para ser professor de psicofarmacologia e coordenador da pós-graduação
em Psiquiatria da PUC-Rio. Também é mestre em Neurociências pela IAEU, BAR --
Espanha (2015), especialista em Dependência Química pela UNIFESP (2017) e pós-graduado
em Psicopatologia Fenomenológica pela Santa Case de São Paulo (2019).
Clínica Revitalis
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