Estratégias de
customer experience também precisam prever cuidados para proteção de dados de
consumidores e colaboradores
83% das empresas brasileiras preveem crescimento no investimento em segurança cibernética Créditos: Envato Imagens |
O alerta é geral. A segurança cibernética nunca esteve tão em destaque nas organizações. Oitenta e três por cento das empresas brasileiras preveem um crescimento nos gastos nessa área, em 2022. O percentual é maior do que a expectativa mundial, em que 69% das companhias esperam esse aumento. Os dados são da pesquisa Global Digital Trust Insights Survey 2022, que mostrou: 36% das empresas no Brasil buscam ter um crescimento no orçamento cibernético entre 6% e 10%. Já 33% preveem uma alta de 15% ou mais.
Estudos refletem uma mudança na mentalidade
corporativa no cuidado com os dados. No Brasil, esse movimento ganhou força a
partir da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que obriga organizações de
todos os segmentos a protegerem os dados dos consumidores de seus produtos e
serviços. Uma preocupação que precisa se estender a todas as frentes da empresa
e também da sociedade. “A LGPD é uma forma de conscientizar a população e
também as empresas da importância de armazenar os dados, com foco na proteção e
privacidade da pessoa e da corporação”, destaca Ricardo Zanlorenzi, CEO da
Nexcore, empresa de tecnologia focada na comunicação entre marcas e pessoas.
E as estratégias de CX (customer experience)
estão intimamente ligadas a esse cuidado. No caso da plataforma omnichannel,
desenvolvida pela Nexcore, apesar da empresa fornecer a solução digital, os
dados são de propriedade da corporação que contrata o serviço. Dessa forma,
todas as informações devem ser protegidas pela organização.
“As empresas são proprietárias e controladoras dos
dados armazenados em suas plataformas. Por isso, a empresa que nos contrata
precisa disponibilizar um ambiente seguro para que os dados sejam armazenados”,
explica Ricardo Zanlorenzi. De acordo com o CEO da Nexcore, isso permite que
todas as informações sejam de propriedade da empresa contratante, respeitando a
privacidade do cliente e dos funcionários. “Estamos adequados à LGPD e não
armazenamos os dados, com o objetivo da total segurança e privacidade do
cliente”, afirma.
Envolvimento do alto escalão
Somente um terço das organizações no mundo tem
práticas avançadas de confiança de dados, segundo o estudo Global
Digital Trust Insights Survey 2022. Porém, nenhuma companhia está
isenta do cumprimento dessa lei. Caso a empresa não respeite as normas da LGPD,
há a possibilidade da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) abrir um
processo que pode gerar uma advertência, uma multa ou o bloqueio dos dados
referentes à infração. “Por isso, é essencial que a equipe da instituição
esteja atenta às regras e à segurança cibernética da corporação”,
reforça.
O estudo indica que o envolvimento do alto escalão
das empresas é essencial para os desdobramentos das políticas nessa área. De
acordo com a pesquisa, os CEOs com melhores resultados de segurança
cibernética nos últimos dois anos têm 14 vezes mais probabilidade de dar
suporte relevante ao Chief Information Security Officer
(CISO). Apesar disso, 77% dos executivos brasileiros e 75% dos globais
relataram a complexidade nas corporações que atuam com tecnologia, dados e
ambientes operacionais. O levantamento mostra também que eles têm consciência
que essa complexidade pode elevar a níveis preocupantes os riscos cibernéticos
e de privacidade.
De acordo com Ricardo Zanlorenzi, os CEOs precisam
estar cientes sobre a LGPD e as ações contra ataques cibernéticos. “É uma via
de mão dupla. Os empresários devem dar suporte à equipe de tecnologia para que
as informações da corporação sejam protegidas e para que a privacidade de
funcionários e clientes seja preservada. Ao mesmo tempo, em caso de ataque
cibernético, é preciso que os CEOs possam contar com a equipe de TI para que o
problema seja resolvido o mais rápido possível”, finaliza.
Nexcore
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