Se trabalhar em promissoras startups
sempre foi um sonho para muitos jovens profissionais, especialmente da área de
Tecnologia, e muitas boas oportunidades foram abertas no segmento e abraçadas
por eles, parece que, em um mundo em crise, entre os impactos da guerra na
Ucrânia, alta dos juros e risco de recessão, além da COVID-19, a vida nas
startups parece estar se tornando mais difícil.
Só nos Estados Unidos, as startups
demitiram mais de 2 mil funcionários no mês de março. Na Índia, foram 2,7 mil
dispensas ao longo de 2022. Estima-se que mil terceirizados foram afetados por
essas demissões. Só nesse ano, três startups avaliadas acima de US$
1 bilhão demitiram em massa. Além da pressão das demissões, a cobrança de metas
inalcançáveis também tem levado muito profissionais a abandonarem os seus
cargos, afetados pela síndrome de Burnout.
Embora o negócio de muitas startups
tenha se acelerado durante a pandemia, novos desafios surgiram globalmente,
impactando o ânimo dos investidores e afetando a economia de diversos países.
Nesse contexto, tudo indica que o mercado da startups será ainda mais
desafiador, inclusive no que se refere à retenção dos talentos.
Tão importante quanto promover as
inovações e adequações da startups a esse cenário, é fundamental desenvolver um
trabalho cuidadoso de gestão de pessoas, no momento que as pressões provêm de
diferentes fontes. Como a busca por resultados pode ser especialmente intensa
em empresas que precisam escalar rapidamente o negócio, são cada vez mais
frequentes os casos de profissionais de startups que querem largar o emprego. E
aqui, falamos de colaboradores que valorizam, acima de tudo, as oportunidades
de desenvolvimento, e que são, portanto, um ativo valioso no desenvolvimento da
empresa.
Os valores da geração de millenials,
que compõem boa parte do quadro das startups, ficam evidentes em pesquisa do
Instituto Gen Z, segundo a qual 90,6% dos entrevistados querem oportunidades de
desenvolvimento, e 75% buscam flexibilidade e equilíbrio entre a vida pessoal e
o trabalho. Já a importância dos salários e benefícios é apontada por 59,4%
deles, enquanto o respeito aos valores e cultura da empresa é indicado por
53,1%. Sentirem-se estimulados, engajados de fato com o negócio, vendo espaço
para crescer, sem comprometer a saúde física e mental, são, portanto, condições
vitais para reter esses talentos, mais do que uma boa remuneração.
Por outro lado, perder esses talentos,
por conta da contingência de demissões ou devido a um ambiente pouco favorável
à sua retenção, é algo que poderá demandar reavaliações mais adiante. Por isso,
é preciso entender quem são esses colaboradores, o que se pode esperar deles e
o que eles esperam da companhia, realizando um diagnóstico do perfil
comportamental, para embasar as decisões e evitar medidas assoberbadas na
gestão de pessoas, E, a partir daí, criar um plano de ações que impacte
positivamente a equipe, fidelizando os talentos que fazem a diferença no
negócio.
Jean Patrick - master coach e treinador comportamental, CEO e founder head coach do Instituto Jean Patrick.
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