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quinta-feira, 19 de maio de 2022

Nem tudo é só uma dorzinha de cabeça

O que distingue uma cefaleia de uma dor de cabeça normal? “Os termos cefaleia e dor de cabeça significam a mesma coisa e respondem por boa parte das visitas de pacientes aos consultórios e pronto-socorros”, explica o neurologista Felipe Ibiapina dos Reis, do Serviço de Neurologia do Hospital Dona Helena. Esta quinta-feira, 19 de maio, registra o Dia Nacional de Combate à Cefaleia.

 

Existem vários tipos de cefaleia – ou dor de cabeça. Em geral, são dois grandes grupos: as cefaleias primárias, em que a dor de cabeça é a doença em si a ser diagnosticada e tratada – e as secundárias, quando a dor de cabeça não é a doença, mas um sintoma de outras doenças ou condições, como na meningite, tumor cerebral, traumatismo, AVC, entre outras. “É importante frisar que 90% das cefaleias são primárias e as mais frequentes são a enxaqueca, a cefaleia tipo tensão e a chamada cefaleia em salvas”, continua o médico.

 

Entre os sintomas mais comuns da enxaqueca, que geralmente acomete mais mulheres, estão a dor em metade da cabeça, pulsátil, intensa, por vezes incapacitante, que dura até 72 horas e pode estar associada a náusea, vômitos, sensibilidade luz, barulho e cheiros. Já a cefaleia tipo tensão pode persistir por até sete dias, é menos intensa, envolve toda a cabeça ou ambos os lados e a nuca, é descrita como uma pressão contínua (não pulsátil), e pode estar associada a estresse, depressão e ansiedade, de forma mais frequente.

 

A cefaleia em salvas ocorre mais em homens, geralmente é unilateral, ao redor do olho, dura de minutos a poucas horas, e pode estar associada a lacrimejamento, olho vermelho, obstrução e coriza nasal do mesmo lado da dor. “Essa diferenciação entre tipos de dor é importante já que o tratamento muda completamente conforme o tipo do sintoma”, explica o neurologista, ao sublinhar que a ajuda médica especializada deve ser sempre buscada quando a dor afeta a qualidade de vida do indivíduo, causando desconforto intenso, absenteísmo no trabalho, incapacidade de realizar suas atividades diárias ou quando não há boa resposta ao uso de analgésicos mais simples. 

O médico alerta, ainda, sobre os perigos da automedicação que, segundo ele, aumenta muito o risco de piora das crises de dor, ou, mesmo, pode atrasar o diagnóstico de uma doença mais grave e potencialmente tratável. “Na dúvida, a adequada avaliação com neurologista deve ser o primeiro passo”, aconselha.


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