Botão de denúncia da Graiche teve aumento de 56% nos
acessos, em 9 meses; por hora, média no Estado é de 16 casos
Buscando
meios de frear o alarmante cenário de violência doméstica, com crescentes casos
a cada dia, o Grupo Graiche - empresa que administra mais
de 850 condomínios – criou, em 2020, um botão de socorro
disponibilizado em seu site e aplicativo, que direciona vítimas para uma rede
de apoio, enfrentamento e proteção - o projeto SOS Justiceiras, idealizado pela
promotora de justiça Gabriela Manssur. Em agosto do ano passado, a
ferramenta registrava 5.000 acessos desde a sua implantação. Agora, nove meses
depois, o número saltou 56%, chegando a 7.800 cliques.
“Segundo
o SOS Justiceiras, são, em média, 20 chamados por mês que chegam até eles, com
pedidos de socorro por meio do acionamento do botão em nossos canais de
comunicação. De abril até agora, recebemos cliques nessa ferramenta todos os
dias. É um cenário muito preocupante, mas que, através dessa iniciativa, tem
auxiliado e oferecido amparo às mulheres”, fala a vice-presidente do Grupo
Graiche, Luciana Graiche.
Ao
acionar o botão, a pessoa é direcionada a um formulário de triagem para
preenchimento de dados básicos. Feito isso e constatada a situação de
vulnerabilidade, a equipe do SOS Justiceiras inicia o contato via WhatsApp para
prestar auxílio nas áreas jurídica, psicológica, assistencial, médica e, ainda,
oferecer acolhimento para apoiar as vítimas.
Dados
mais recentes da Secretaria estadual de Segurança Pública mostram que, de
janeiro a março, o estado de São Paulo contabilizou 35.721 casos de violência
contra a mulher, média de 16 registros a cada hora. No período, 42 mulheres
foram vítimas de feminicídio.
Em
território paulista, lei em vigor desde novembro do ano passado determina que
condomínios residenciais e comerciais acionem os órgãos de segurança pública
sobre qualquer indício de violência doméstica e familiar.
Proposta
semelhante, à nível nacional, tramita na Câmara dos Deputados, com o Projeto de
Lei 1964/20.
Enfrentamento
A
vice-presidente do Grupo Graiche ressalta que é preciso buscar maneiras de
atuar, orientar e colocar luz sobre o problema, medidas que cabem aos cidadãos
e às empresas. “O botão é uma iniciativa que se soma à outras ações, como o
constante trabalho de conscientização e treinamento de funcionários para alerta
de emergência e acolhimento das vítimas, e também a multiplicação de
informações aos moradores, para que denunciem, com a garantia do anonimato,
qualquer situação de violência, ajudando, assim, a salvar vidas”, salienta.
Na
análise de Luciana, questões culturais e estruturais trouxeram tardiamente a
sociedade para essa discussão. Por isso, avalia ser de extrema importância que
todos tenham claro o seu papel no combate. “Não importa se a vítima pede ou não
ajuda, o senso de conduta deve direcionar para a denúncia e ação imediata. O
enfrentamento a qualquer tipo de violência deve ser pauta constante em reuniões
de condomínios e treinamentos de colaboradores”, salienta.
Luciana lembra que a violência
doméstica é um problema epidêmico e o condomínio, por envolver tantas pessoas,
é palco prioritário para questões transformadoras. “É preciso assumir o
compromisso de prestação de serviço real à comunidade. Temos que entender o
papel de cada um de nós para construir pontes e canais nos quais as pessoas
tenham clareza de que elas podem ser agentes da mudança para um mundo melhor. E
para nós, do Grupo Graiche, é uma satisfação ver que nossa campanha de
conscientização e botão de ajuda têm trazido resultados, dando apoio a
muitas mulheres, mostrando a elas que não estão sozinhas e ajudando-as a sair
dessa situação de violência”, conclui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário