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terça-feira, 24 de maio de 2022

Diagnóstico precoce é a chave para reduzir o risco de perder a visão devido ao glaucoma

De acordo com dados do Ministério da Saúde, o glaucoma afeta cerca de 1 milhão de brasileiros e é a principal causa de cegueira irreversível do mundo

Dados da Academia Americana de Oftalmologia indicam que os casos de glaucoma irão saltar de 76 milhões em 2020 para 111.8 milhões até 2040

 

A pergunta mais frequente quando uma pessoa recebe o diagnóstico do glaucoma é se irá perder a visão. A preocupação com a cegueira, nesses casos, faz todo o sentido. Isso porque o glaucoma é a principal causa de cegueira irreversível em todo o mundo.

A boa notícia é que o diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem reduzir, drasticamente, a chance de a pessoa ficar cega. Em países desenvolvidos, por exemplo, apenas 5% dos pacientes evoluem para a perda total da visão.

Segundo Dra. Maria Beatriz Guerios, oftalmologista especialista em Glaucoma, o diagnóstico não significa, necessariamente, que a pessoa vai perder a visão por completo. “Por outro lado, a visão perdida não pode ser recuperada. Isso porque as lesões que levam ao glaucoma ocorrem no nervo óptico. Como as células nervosas não se regeneram, a perda visual é definitiva”.  



Risco estimado e risco real

Alguns estudos apontam que em países desenvolvidos, o risco de perder a visão nos pacientes que foram diagnosticados de forma precoce é de cerca de 5%.

“Naturalmente, mesmo em países desenvolvidos, a pessoa pode perder a visão quando o diagnóstico ocorre em uma fase avançada da doença. Além desse aspecto, a perda visual pode ser agravada por outras doenças oculares, como a degeneração macular relacionada à idade (DMRI) ou ainda pela retinopatia diabética, alerta Dra. Maria Beatriz.

Na verdade, o que precisa ser considerado quando se fala em cegueira, é o quanto avançado está o glaucoma. Ou seja, quando mais demorados são o diagnóstico e o tratamento, maior será a probabilidade de a pessoa apresentar a perda definitiva da visão.

“Outro fator de risco é o tipo de glaucoma que a pessoa tem. Um glaucoma de ângulo fechado agudo, sem tratamento, pode evoluir muito rápido para a cegueira. Os casos congênitos também têm um prognóstico menos otimista em relação à perda visual”, explica a oftalmologista.  



Visão de túnel

A oftalmologista aponta que há diferentes tipos de cegueira, dependendo da causa. “O glaucoma afeta a visão periférica, aquela que nos permite enxergar as imagens laterais. Essa perda visual é chamada de “visão de túnel”. A pessoa consegue ver as imagens centrais e nas laterais a imagem escurece”, conta Dra. Maria Beatriz.

Caso a doença evolua devido à falta de tratamento, essa perda da visão periférica se agrava. Como resultado, ocorre o fechamento do campo visual progressivamente, como se a pessoa estivesse olhando para um túnel escuro.
 
A partir do diagnóstico do glaucoma, o acompanhamento do glaucoma é para o resto da vida, já que se trata de uma doença crônica e progressiva. O principal objetivo é impedir que a doença progrida para a cegueira.

“Felizmente, a maioria dos casos de glaucoma pode ser controlada por meio de medicamentos (colírios), bem como por cirurgias a laser e novas tecnologias, como o implante de stents. O tratamento do glaucoma é feito para controlar a pressão intraocular (PIO), principal causa das lesões no nervo óptico”, comenta a especialista.  



É possível prevenir o glaucoma?

A prevenção do glaucoma é realizada, principalmente, por meio de consultas periódicas com um oftalmologista, principalmente depois dos 40 anos. Isso porque a idade é um dos principais fatores de risco.

Algumas doenças podem aumentar o risco de desenvolver esse problema, como a apneia do sono, doenças cardiovasculares, diabetes etc. O álcool e o cigarro também devem ser evitados.  É importante lembrar que existe o glaucoma secundário, que pode ocorrer por traumas na região ocular, uso indevido de colírios e certas doenças oculares.


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