Psicanalista alerta sobre insegurança e outros problemas desenvolvidos pelos pequenos
O Globo Repórter dessa semana falou sobre um assunto
delicado: a importância na construção da personalidade e da maturidade de um
indivíduo.
O
papel do pai no desenvolvimento da criança e na interação entre pai e filho é
um dos fatores decisivos para o fortalecimento cognitivo e social, facilitando
a capacidade de aprendizagem e a integração da criança na comunidade e no
universo em que ela está inserida.
Sabemos
que muitas crianças não possuem contato permanente com seus pais biológicos,
por diversos motivos. E que, ao longo da vida, esse papel acaba sendo
desempenhado por um avô, um tio, um padrasto ou um irmão. No entanto, a figura
paterna é responsável por uma boa parte da identidade deste indivíduo.
Psicanaliticamente
falando, a figura paterna traz a representatividade da ordem, da tradição e da
autoridade. Sabemos que a carência de amor e de afeto comprometem o
desenvolvimento da criança e do adolescente.
E
quando as interações entre pais e filhos são mal adaptativas ou desajustadas,
os resultados poderão levar a formas de comportamento antissocial.
Portanto,
fica evidente que, o abandono também pode gerar grandes conflitos emocionais na
vida da criança seja por separação conjugal ou abandono dos filhos.
Na
prática, no dia-a-dia, quais seriam as principais consequências desta ausência
paterna? Algumas crianças podem apresentar conflitos no desenvolvimento
psicológico e cognitivo, bem como na elaboração de distúrbios de comportamento
agressivo.
Pois,
elas tendem a desenvolver sentimento de insegurança e também manifestar graves
transtornos de ansiedade, já que a construção psicoafetiva apresenta
deficiências.
Além
disso, elas também sofrem por não conseguirem desenvolver as habilidades
adequadas para a convivência em sociedade, o que justifica a tendência a se
isolar e não conseguir interagir de forma saudável com o outro.
Um
outro fator importante é a incapacidade de seguir leis ou respeitar
autoridades, pois as crianças com pais ausentes, especialmente as do sexo
masculino, podem não conseguir se submeter a uma figura de autoridade, e como
resultado disso podem se tornar rebeldes e adeptos da violação das regras,
criando sérias consequências negativas para ela no futuro.
A
presença da figura paterna é um dos fatores decisivos para o desenvolvimento
cognitivo social, facilitando a capacidade de aprendizagem e a integração da
criança na sociedade.
Se
a criança acreditar que a falta de um pai faz dela uma pessoa defeituosa, ela
pode desenvolver um complexo de inferioridade, se sentir rejeitada e
desenvolver depressão e outras doenças psíquicas.
Isso
pode prejudicar muito a sua autoestima, levando-a a ter problemas de
insegurança com relação a si mesma no futuro, por se achar menos digna que os
outros. É claro que isso não tem nada a ver com a realidade, no entanto, o
sentimento persiste e precisará ser tratado com terapia, caso contrário, essa
criança vai sempre se sentir inferior.
Enfim,
se você pode desempenhar o seu papel de pai, não perca a oportunidade, pois
tanto o afeto paterno quanto materno, representam a possibilidade do equilíbrio
como regulador da capacidade da criança ou do jovem investir no mundo real.
Porém,
a ausência ou o abandono, é extremamente prejudicial ao desenvolvimento dos vínculos
de sobrevivência do indivíduo, propiciando alterações comportamentais que
acionam o sinal de alerta demonstrando que algo está em desequilíbrio ou mesmo,
favorecendo o desenvolvimento de transtornos emocionais, como: a depressão
infantil, as neuroses oriundas da ansiedade generalizada, o agravamento de
TDAH, os distúrbios de sono, as alterações de humor neurótico e o aumento de
fobias.
Portanto,
o estímulo ao convívio entre pais e filhos, certamente é um forte instrumento
na construção e no desenvolvimento equilibrado de uma maturidade emocional
saudável e livre de transtornos e traumas.
Andrea Ladislau - graduada em Letras e Administração de Empresas,
pós-graduada em Administração Hospitalar e Psicanálise e doutora em Psicanálise
Contemporânea. Possui especialização em Psicopedagogia e Inclusão Digital. É
palestrante, membro da Academia Fluminense de Letras e escreve para diversos
veículos. Na pandemia, criou no Whatsapp o grupo Reflexões Positivas, para apoio emocional de pessoas do
Brasil inteiro.
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