OMS estima que,
até 2050, um quarto da população mundial sofrerá com o problema; veja como
evitá-lo
Muitos são os tipos de surdez e dificuldades
auditivas. O problema, que pode ser congênito ou adquirido com o passar dos
anos, traz diversos danos à qualidade de vida de crianças, adultos e idosos,
impactando nas habilidades auditivas e de comunicação oral e, consequentemente,
nas relações sociais.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que,
até 2050, um quarto da população global sofrerá algum grau de perda auditiva. O
dado equivale a cerca de 2,5 bilhões de pessoas. No entanto, segundo a
entidade, cerca de 60% destas perdas podem ser evitadas por meio da prevenção e
do tratamento de doenças ligadas ao problema.
O otorrinolaringologista Cassiano Malpaga e
a fonoaudióloga Sabrina Figueiredo, ambos do Hospital Paulista, destacam a
importância da realização da Avaliação Auditiva Periódica, capaz de
diagnosticar perdas adquiridas ao longo da vida.
O problema pode ocorrer aos poucos e evoluir de
forma progressiva, sem que seja percebido, trazendo danos não apenas à
saúde, mas também ao desempenho escolar, trabalho e autoestima.
“Assim como fazemos o acompanhamento e check-up da
saúde geral, como a prevenção de problemas da visão e exames de sangue, por
exemplo, é fundamental que monitoremos a saúde auditiva”, afirma a
fonoaudióloga.
Em alguns casos, a diminuição na audição não é
percebida no início, até que se manifestem sintomas como otites silenciosas e
perda auditiva progressiva, quando o problema já está avançado.
Conforme Dr. Cassiano, a avaliação pode ajudar a
preveni-los, principalmente em casos de pacientes expostos a ruídos no trabalho.
“Em todas as doenças do ouvido, o diagnóstico precoce, através da Avaliação
Auditiva Periódica, pode ser um diferencial no sucesso do tratamento”, explica.
Como funciona a avaliação?
Na área de diagnóstico audiológico, hoje em dia, é possível obter a avaliação das áreas periférica e central de forma eficaz. Inicialmente, é feita a avaliação da orelha média, composta pela função da membrana timpânica e cadeia ossicular, por meio do exame de impedanciometria, que realiza timpanometria e reflexos acústicos.
Para avaliar a percepção dos sons do indivíduo,
podem ser feitos exames complementares, nos quais cada informação é analisada
para que o diagnóstico correto seja realizado.
Na audiometria tonal e vocal, é possível verificar
quais sons menos intensos o indivíduo é capaz de ouvir em frequências variáveis
de 250Hz a 8000Hz, geralmente. Isso acontece tanto pela via aérea, com a
utilização de fones, como por via óssea, por meio de um vibrador ósseo, além da
avaliação de percepção dos sons de fala.
“O exame é considerado padrão ouro para o
diagnóstico, pois fornece informações que indicam qual pode ser o tipo e o grau
da perda auditiva”, explica Sabrina.
Em alguns casos, também são realizados exames
objetivos, que não dependem da participação do sujeito na resposta, como a de
Emissões Otoacústicas e de Potenciais Evocados Auditivos, ambos muito úteis,
principalmente, em pacientes que não são capazes de responder aos exames
comportamentais.
Teste da Orelhinha
Quando as crianças nascem, ainda na maternidade, é
realizado o Teste da Orelhinha, uma triagem neonatal auditiva rápida e indolor,
capaz de detectar problemas em recém-nascidos e proteger um dos sentidos mais
importantes para o desenvolvimento e comunicação.
Já as avaliações auditivas podem ser realizadas em
quaisquer pessoas a partir dos seis primeiros meses de vida. No entanto,
conforme o médico, há também as perdas auditivas decorrentes do processo de
envelhecimento, chamadas de presbiacusia, em que o acompanhamento é indicado a
partir dos 40, 45 anos.
“O recomendado é um acompanhamento anual,
principalmente em casos em que há histórico familiar de perda auditiva, pessoas
que trabalham e são expostas a ruídos ou ainda para quem apresenta algum
sintoma de falha auditiva”, afirma Dr. Cassiano.
O especialista destaca alguns sinais auditivos que
podem indicar a necessidade de buscar um otorrino de forma prévia.
"Devemos estar sempre atentos a alguns sintomas, como piora auditiva,
principalmente de maneira súbita, sensação de zumbido e episódios de tontura,
que também podem estar associados à perda auditiva”, finaliza o médico.
Hospital Paulista de
Otorrinolaringologia
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