O otorrinolaringologista responde em quais casos é indicado uma intervenção cirúrgica
Quem sofre com sinusite conhece bem o desconforto
que é conviver com a doença. O nariz entope, começam as dores de cabeça, o
inchaço na face e aquela sensação de pressão ao redor dos olhos, na testa e no
nariz, além da febre, das dores no corpo e do mal-estar nos casos mais graves.
Tudo isso, porque a sinusite é uma inflamação dos seios da face, região que
apresenta secreção mucosa constantemente de forma natural e imperceptível. Mas,
pode ter o fluxo prejudicado quando existe uma alteração anatômica, ocorre um
quadro infeccioso ou alérgico no local.
Além de ser uma consequência de alergias
respiratórias, é muito comum que a sinusite se manifeste durante crises de
gripe, já que pode ser de causa viral também. A boa notícia é que existe
tratamento e cura, através de medicamentos em casos mais brandos, e até de
cirurgias em casos mais severos. Então, surge a grande questão: tenho sinusite.
Como saber quando preciso passar por uma intervenção cirúrgica?
Para o Dr. Ricardo Landini Lutaif Dolci,
otorrinolaringologista da Clínica Dolci em São Paulo e professor da Santa Casa
de Misericórdia de São Paulo, o que determina a cirurgia como a melhor
alternativa é o histórico clínico do paciente.
“Inicialmente, o tratamento da sinusite pode ser
realizado como medicamentos, entre eles: analgésicos, antibióticos e
corticoides, com o objetivo de acabar com o processo infeccioso local. O que
acontece em alguns casos é que as crises ficam recorrentes, o organismo não
responde mais aos medicamentos e a infecção começa a atingir outras áreas da
face. O que torna o quadro mais complicado e revela a cirurgia como uma
alternativa promissora”, esclareceu.
A sinusectomia ou cirurgia de sinusite é uma
indicação para pacientes em que o processo inflamatório passa a afetar os seios
da face sem melhora com o uso de antibiótico, e em raros casos pode
complicar e atingir a órbita (olho) e até o sistema nervoso central. Nestes casos,
o médico otorrinolaringologista realiza o procedimento com anestesia geral, por
via nasal. A técnica endonasal é a mais moderna atualmente, que permite ao
médico realizar todo o procedimento através do auxílio de uma câmera e sem
cortes.
Durante o período pós-operatório é comum que o
paciente sinta dor na face, um pouco de obstrução nasal e pequenos
sangramentos. O ideal é que as recomendações médicas sejam seguidas à risca
para que o processo de cicatrização ocorra dentro do esperado.
“O resultado de toda cirurgia depende muito da
conduta do próprio paciente durante o pós-operatório. Eu costumo orientar os
pacientes a lavar o nariz com soro fisiológico em alto volume para manter o
local limpo e hidratado. Importante nos primeiros dias evitar a exposição solar,
e uma dieta com alimentos mais pastosos e frios. Tudo isso ajuda muito o corpo
a se recuperar e os tecidos se regenerarem”, enfatizou Dr. Ricardo Dolci.
Normalmente, o médico libera o paciente para voltar
às suas atividades normais cerca de 10 a 30 dias depois da cirurgia. O mais
importante nestes casos é comparecer às consultas de retorno e seguir as
orientações de longo prazo, garantindo, assim, uma vida livre das crises de
sinusite.
Dr. Ricardo Landini Lutaif
Dolci - sócio da Clínica Dolci - Otorrinolaringologia e Cirurgia Estética
Facial, em São Paulo; Membro Titular da Associação Brasileira de
Otorrinolaringologista e Cirurgia Cervico-Facial; Membro da Comissão de
Comunicação da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia
Cérvico-Facial; Professor Instrutor de Ensino do Departamento de
Otorrinolaringologia da Santa Casa de São Paulo; Doutorando pela Ohio State
University (OSU/USA) e Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
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