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quarta-feira, 6 de abril de 2022

Tenho sinusite. Como saber se preciso de cirurgia?

O otorrinolaringologista responde em quais casos é indicado uma intervenção cirúrgica

 

Quem sofre com sinusite conhece bem o desconforto que é conviver com a doença. O nariz entope, começam as dores de cabeça, o inchaço na face e aquela sensação de pressão ao redor dos olhos, na testa e no nariz, além da febre, das dores no corpo e do mal-estar nos casos mais graves. Tudo isso, porque a sinusite é uma inflamação dos seios da face, região que apresenta secreção mucosa constantemente de forma natural e imperceptível. Mas, pode ter o fluxo prejudicado quando existe uma alteração anatômica, ocorre um quadro infeccioso ou alérgico no local.

Além de ser uma consequência de alergias respiratórias, é muito comum que a sinusite se manifeste durante crises de gripe, já que pode ser de causa viral também. A boa notícia é que existe tratamento e cura, através de medicamentos em casos mais brandos, e até de cirurgias em casos mais severos. Então, surge a grande questão: tenho sinusite. Como saber quando preciso passar por uma intervenção cirúrgica?

Para o Dr. Ricardo Landini Lutaif Dolci, otorrinolaringologista da Clínica Dolci em São Paulo e professor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, o que determina a cirurgia como a melhor alternativa é o histórico clínico do paciente.

“Inicialmente, o tratamento da sinusite pode ser realizado como medicamentos, entre eles: analgésicos, antibióticos e corticoides, com o objetivo de acabar com o processo infeccioso local. O que acontece em alguns casos é que as crises ficam recorrentes, o organismo não responde mais aos medicamentos e a infecção começa a atingir outras áreas da face. O que torna o quadro mais complicado e revela a cirurgia como uma alternativa promissora”, esclareceu.

A sinusectomia ou cirurgia de sinusite é uma indicação para pacientes em que o processo inflamatório passa a afetar os seios da face sem melhora com o uso de antibiótico, e em raros casos pode complicar e atingir a órbita (olho) e até o sistema nervoso central. Nestes casos, o médico otorrinolaringologista realiza o procedimento com anestesia geral, por via nasal. A técnica endonasal é a mais moderna atualmente, que permite ao médico realizar todo o procedimento através do auxílio de uma câmera e sem cortes.

Durante o período pós-operatório é comum que o paciente sinta dor na face, um pouco de obstrução nasal e pequenos sangramentos. O ideal é que as recomendações médicas sejam seguidas à risca para que o processo de cicatrização ocorra dentro do esperado.

“O resultado de toda cirurgia depende muito da conduta do próprio paciente durante o pós-operatório. Eu costumo orientar os pacientes a lavar o nariz com soro fisiológico em alto volume para manter o local limpo e hidratado. Importante nos primeiros dias evitar a exposição solar, e uma dieta com alimentos mais pastosos e frios. Tudo isso ajuda muito o corpo a se recuperar e os tecidos se regenerarem”, enfatizou Dr. Ricardo Dolci.

Normalmente, o médico libera o paciente para voltar às suas atividades normais cerca de 10 a 30 dias depois da cirurgia. O mais importante nestes casos é comparecer às consultas de retorno e seguir as orientações de longo prazo, garantindo, assim, uma vida livre das crises de sinusite.

  

Dr. Ricardo Landini Lutaif Dolci - sócio da Clínica Dolci - Otorrinolaringologia e Cirurgia Estética Facial, em São Paulo; Membro Titular da Associação Brasileira de Otorrinolaringologista e Cirurgia Cervico-Facial;  Membro da Comissão de Comunicação da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial; Professor Instrutor de Ensino do Departamento de Otorrinolaringologia da Santa Casa de São Paulo; Doutorando pela Ohio State University (OSU/USA) e Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.


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