O
sentimento de retomada das atividades em todo o mundo com o avanço da vacinação
também consolida um novo cenário: um mundo mais efêmero, em constante mudança e
ainda mais exigente. Para crianças, é urgente recuperar os níveis de desempenho
escolar anteriores à pandemia. Adultos e jovens buscam o equilíbrio entre a
vida profissional e pessoal em meio às atuais exigências do mercado de
trabalho. Aos idosos – um dos públicos mais afetados –, o desafio de manter a
mente ativa entendendo um contexto social que se movimenta a cada dia.
“As
mudanças sociais que vivemos hoje são inéditas, uma vez que a tecnologia da
comunicação foi capaz de quebrar as fronteiras e dar voz a todos que tiverem um
smartphone nas mãos. E não só voz, mas hoje toda informação disponível no
mundo pode ser acessada, modificada, reescrita, divulgada e fragmentada. A
pandemia deixou isso muito claro, pois foi frequente a fragmentação de
informações científicas para privilegiar uma ou outra ideologia, causando muita
confusão e dificuldades de interpretação pelas pessoas no geral”, alertou a
neurocientista do SUPERA – Ginastica para o cérebro, Livia Ciacci.
Como
lidar com constantes mudanças?
Um
cérebro atento no mundo pós pandemia é essencial, sobretudo, para o exercício
do pensamento crítico. As polarizações do mundo atual – especialmente no
Brasil, explicitam bolhas que divulgam conteúdos anticientíficos e equivocados.
A explosão das fake news mostra que, de alguma forma, falhamos em desenvolver o
pensamento crítico, habilidade que depende do processo educacional e de muito
treino.
Na
era da distração, quem tem atenção é rei!
Além
de melhorar a capacidade de pensamento crítico, os treinos cognitivos vão
favorecer a capacidade de manter a atenção focada por mais tempo.
“A
atenção focada é a capacidade chave em uma sociedade em que o mercado de estudos
e trabalho é tão dinâmico. Hoje precisamos nos manter reaprendendo o tempo
todo, pois os conhecimentos técnicos têm prazo de validade mais curto, e para
reaprender, é necessária uma boa dose de atenção e concentração, além da visão
estratégica para selecionar o que será mais útil considerando o cenário onde
está imerso”, detalhou Livia Ciacci, neurocientista do SUPERA – Ginastica para
o Cérebro.
O
treino do cérebro no mundo pós pandemia
Crianças
e adolescentes passaram por uma privação da convivência escolar, um fator
importantíssimo no processo de desenvolvimento das habilidades intrapessoais
(autocontrole por exemplo) e interpessoais (empatia, argumentação e oratória).
Além disso, são públicos mais vulneráveis às distrações e excesso de estímulos
dos aparelhos eletrônicos, sejam as redes sociais, televisão, séries ou
videogames.
Neste contexto, o treino de foco e atenção pode auxiliar no autocontrole, reduzindo a ansiedade e aumentando a autoconfiança desse público nas próprias capacidades.
“Nossas crianças e
jovens são bombardeados por estímulos tecnológicos constantes. Imagine como
este cérebro fica ‘viciado’ nestes estímulos e então terá dificuldade de
qualquer tarefa que exigirá foco? A ginástica para o cérebro oferece a este
público concentração, memória, raciocínio e atenção, benefícios que serão
decisivos para que esta geração alcance seus sonhos nos próximos anos”,
concluiu a especialista.
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