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terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Como estimular as crianças a adquirirem novos hábitos

   Fazer mudanças no estilo de vida é possível ainda na infância. Tudo começa com a compreensão dos três pilares da formação de hábitos e a demonstração dos cuidadores.

 

Com um novo ano começando, é impossível não pensar em adquirir novos hábitos e fazer mudanças no estilo de vida. No entanto, esse processo nem sempre é simples, e é preciso considerar fatores que vão além da atividade - ainda mais quando se é criança! 

Ensinar um novo hábito para os pequenos pode ser um desafio, por isso, tenha em mente os três principais pilares da formação de um bom hábito:

 

1.Contexto

"O contexto diz respeito a tudo que está ao nosso redor, inclusive as pessoas que interagem com você", diz a Dra. Flávia Oliveira, pediatra e coach em Saúde com certificação em Medicina do Estilo de Vida. "Mudar o ambiente ajuda demais a tomarmos decisões mais acertadas quanto ao nosso estilo de vida, pois retiramos as forças de atrito que atrapalham nosso poder de decisão." 

Ou seja, se a ideia é que a criança coma mais frutas e menos doces, o ambiente entra em ação ao deixar os doces fora do alcance (por exemplo, em um armário alto), e as frutas bem à vista!

 

2.Repetição

"A constância e a repetição irão formar a base para que o hábito se automatize e, desta maneira, você apenas execute a ação sem perder tempo em planejá-la e fazê-la de fato", continua a médica. 

E isso depende, claro, da complexidade do hábito. "Tomar um copo de água por dia", para quem não tem o costume de ingerir o líquido diariamente, é mais fácil do que "tomar dois litros de água todos os dias". Começar pequeno e de forma acessível, ainda mais quando se fala de crianças, é essencial. Crie pequenas metas que sejam facilmente atingidas, dessa forma, cumprir - e continuar cumprindo - esse hábito será muito mais fácil.

 

3.Recompensa

"A recompensa é importante principalmente nas primeiras vezes que tentar iniciar um novo hábito", diz. "A sensação logo após terminar determinada tarefa será sua recompensa interna que pode ser associada a uma recompensa externa, como receber um elogio de um amigo." 

O reforço positivo, aqui, é um grande aliado. Reconhecer que a criança cumpriu com o comportamento proposto é o que vai motivá-la a continuar fazendo isso. Lembre-se que a família é a base da criança, o que os seus cuidadores diretos aprovarem, ela vai aprovar também. 

"A formação de bons hábitos é algo que deve ser cultivado desde os primeiros meses de vida, e são os cuidadores os responsáveis por esse processo", continua. "A família é o alicerce para que futuramente as crianças se tornem adultos conscientes de suas escolhas e das consequências dessas escolhas." 

Com tudo isso em mente, Dra. Flávia ainda oferece oito dicas de como estimular a formação de hábitos na infância: 

1.Comece com uma meta muito pequena;

2.Seja consistente e repetitivo - a frequência faz a diferença;

3.Faça uma mudança por vez. Escolha um único hábito e coloque-o em prática até que ele esteja estabelecido - aí, sim, passe para o próximo;

4.Busque apoio das pessoas no seu contexto para fazer essa mudança;

5.Seja paciente com você - as recaídas vão acontecer. O mais importante é levantar a cabeça e tentar de novo;

6.Prepare o ambiente para que o hábito novo salte aos olhos - como deixar a roupa de ginástica ao lado da cama antes de dormir, por exemplo;

7.Tenha em mente os benefícios desse novo hábito para você, para as crianças e para as demais pessoas no seu contexto;

8.Lembre-se que as crianças aprendem por demonstração. Ou seja, se você quer que elas adquiram um novo hábito, comece por você!

 

 

Dra. Flavia Regina De Oliveira - Graduada em medicina pela Faculdade de Medicina da Fundação ABC -- FMABC, fez residência médica em Pediatria Geral pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo -- USP, tem título de especialista em Pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria -- SBP com residência em Neonatologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo -- USP. É especialista em Neonatologia pela Sociedade Brasileira de Pediatria -- SBP e pós-graduada em Perinatologia pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein -- HIAE.


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