Novembro Laranja
chama atenção para o sintoma, que exige diagnóstico e tratamento
multidisciplinaresShutterstock
Cerca de 278 milhões
de pessoas em todo o mundo, sendo 28 milhões somente no Brasil, sofrem de zumbido nos
ouvidos, distúrbio que pode estar relacionado a várias patologias, desde as
otológicas até as cardíacas, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). O
Novembro Laranja é uma campanha criada em 2006 para conscientizar a população
acerca deste problema.
Segundo a Dra.
Cristiane Passos Dias Levy, otorrinolaringologista do Hospital Paulista, é
importante ressaltar que o zumbido é um sintoma e não uma doença. Além disso,
ele pode ter uma ou várias causas.
"O zumbido pode
derivar de uma doença otológica, como a perda auditiva induzida por ruído ou a
presbiacusia (relacionada à idade), mas também pode surgir a partir de
problemas farmacológicos e vasculares, cardiovasculares (anemia), metabólicos
(diabetes e alteração na glândula tireoide), neurológicos e odontogênicos
(disfunção na articulação da mandíbula e nos músculos ao redor)", explica.
Identificando o problema
Se engana quem pensa
que o zumbido acomete somente a população idosa. Ainda que seja mais comum em
pessoas acima dos 65 anos, os jovens também podem apresentar o sintoma,
especialmente quando fazem uso exagerado e constante de fones de ouvido em
volume inadequado.
"Um estudo
realizado na cidade de São Paulo atestou a prevalência do zumbido em 22% da
população. Entre os jovens, o índice foi de 12% e, entre os idosos, de 36%.
Ainda que não existam estudos recentes e abrangentes sobre o problema, a
prática clínica aponta para maior ocorrência, de fato, entre aqueles com mais
de 65 anos", complementa a médica.
Devido à sua ampla
abrangência, tanto o diagnóstico quanto o tratamento devem ser
multidisciplinares. Normalmente, o acompanhamento a pacientes que sofrem com o
problema pode contar com o trabalho de otorrinolaringologistas, fonoaudiólogas,
fisioterapeutas e especialistas bucomaxilofaciais, entre outros.
Para a melhor
identificação, os hábitos do paciente também são avaliados pelos médicos, pois
podem influenciar na ocorrência e no agravamento do sintoma. "O estresse e
o consumo excessivo de cafeína, cigarro ou álcool, por exemplo, podem ser
determinantes para a manifestação do zumbido, em alguns casos."
Acufenometria
Segundo a Dra.
Cristiane, a indiferença com que muitos tratam o zumbido também faz com que o
quadro seja agravado. Muitos pacientes e/ou familiares consideram o sintoma
como algo natural da idade avançada e deixam de procurar auxílio médico
adequado. A indiferença atrapalha o diagnóstico precoce.
A médica explica
que, em alguns casos, a simples mudança de hábitos já é suficiente para
melhorar o quadro de forma significativa, mas, na maioria, a visita a um
otorrinolaringologista é a melhor opção. "Este profissional irá orientar o
paciente e solicitar a Acufenometria, exame recomendado para identificar o tipo
e a intensidade do zumbido", destaca.
O teste, que é
realizado pelo Hospital Paulista em seu Centro de Medicina Diagnóstica em
Otorrino, o procedimento não requer internação ou anestesia e pode ser feito em
pacientes jovens e idosos, a partir da recomendação e acompanhamento médico.
Para a especialista,
o Novembro Laranja é importante para conscientizar a população para que recorra
ao diagnóstico médico, a partir de um exame clínico completo, como os
oferecidos na instituição, que compreendam a apuração audiológica e avaliações
complementares.
Hospital
Paulista de Otorrinolaringologia
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