Nutricionista do dr. consulta dá orientações sobre como manter as vitaminas para certas restrições de alimentos
A lista de tipos de dietas existentes é
enorme. Muitos estão em busca de uma nova alimentação por estilo de vida, como
é o caso do vegetarianismo ou veganismo, por exemplo, que vem ganhando adeptos nos
últimos tempos. Também há dietas mais restritivas para tratar algumas doenças,
como celíacos e os intolerantes à lactose. Em todas elas, é importante ficar
atento aos cuidados para poder manter uma alimentação equilibrada e sem perder
nutrientes.
Intolerância ao glúten
e à lactose
Nos últimos anos foi
possível notar um crescimento nos diagnósticos de alergia e intolerância ao
glúten e a lactose. No dr. consulta, por exemplo, o número de pacientes com
intolerância à lactose aumentou desde 2018. Considerando os dados cadastrados
entre janeiro e agosto ano a ano, foram 490 diagnósticos em 2018, 512 em 2019,
524 em 2020, e 658 em 2021.
No caso da intolerância ou alergia à lactose,
tem basicamente aqueles indivíduos que são desde o nascimento e aqueles que se
tornam ao longo da vida, por problemas absortivos decorrentes de algumas
condições patológicas ou alterações da microbiota ou, caso mais frequente, por
um decréscimo na produção da lactase, a enzima que digere a lactose. Com isso,
esse açúcar natural de alguns alimentos deixa de ser bem digerido e pode
começar a provocar sintomas como dores abdominais, gases, diarreia.
O tratamento da intolerância à lactose consiste
na exclusão da lactose da dieta ou sua significativa redução, dependendo do
caso. Quando não bem planejada, pode acarretar deficiência de cálcio e vitamina
D na dieta. Para obter o diagnóstico correto é indicado procurar um
gastroenterologista que irá avaliar o caso e a conduta mais adequada.
No caso da intolerância ao glúten, a doença celíaca,
é uma doença autoimune, que se desenvolve em indivíduos com pré-disposição,
caracterizada pela permanente sensibilidade ao glúten, uma proteína do trigo e
de outros cereais (centeio, malte, cevada, por exemplo). A ingestão pode
resultar em sintomas gastrointestinais e em inflamação no intestino.
Entre os nutrientes associados às deficiências
em pacientes celíacos não tratados, destacam-se as vitaminas do complexo B, D,
E e os minerais cálcio, zinco, ferro e magnésio. O único tratamento para os indivíduos
é uma dieta rigorosa, isenta de glúten, que implica em abolir produtos como,
por exemplo, macarrão, pães, bolos, bolachas, cervejas, entre outros. Apenas a
eliminação do glúten da alimentação permite que o intestino se regenere por
completo da lesão e o organismo se recupere. Contudo, se houver reintrodução do
glúten, as inflamações regressam e os sintomas reaparecem.
Vegetarianismo e
veganismo
De acordo com uma
pesquisa do The Good Food Institute (GFI) Brasil realizada em parceria com o
Ibope, 49% dos brasileiros teriam reduzido o consumo de carne, sendo que 39%
declararam já consumir alternativas vegetais pelo menos três vezes por semana e
59%, ao menos uma vez por semana. No entanto, a ausência da proteína de origem
animal na dieta pode trazer algumas consequências caso não tenha uma orientação
adequada para alimentos que possam substituir possíveis carências
Segundo a dra. Mariana Maciel, nutricionista
referência do dr. consulta, principalmente os mais jovens vêm adotando o
vegetarianismo e o veganismo, mas nessa faixa etária é importante ter uma
alimentação adequada, já que o corpo ainda está em fase de desenvolvimento.
"Uma pessoa que decide retirar a carne, ou
mesmo qualquer tipo de alimento de origem animal, deve procurar uma orientação
profissional adequada para evitar possíveis problemas desbalanceamentos da
dieta que poderiam levar a deficiência de ferro, cálcio, gorduras do tipo
ômega, proteína, além das vitaminas D e B12, que podem ocasionar anemia, queda
de cabelo, fraqueza e até problemas de memória", alerta dra. Mariana.
Reposição de
nutrientes
É possível encontrar nos alimentos de
origem vegetal a maioria dos nutrientes. A proteína e o ferro, por exemplo,
podem ser encontrados na quinoa, soja e seus derivados (tofu, leite de soja),
as leguminosas (feijões, lentilha, grão-de-bico, ervilha), os cogumelos, a chia
e a linhaça. Aliás, a chia e a linhaça também são algumas das melhores
provedoras de ômega-3 entre os vegetais - só é importante que elas sejam
batidas para que a liberação da gordura seja mais eficiente.
Embora o leite seja o mais conhecido como principal fonte de cálcio, vegetais
também podem conter a vitamina: couve, rúcula, quiabo e brócolis. As bebidas
vegetais fortificadas com cálcio também são boas escolhas. E para quem tem
intolerância, já existe opções de leite especialmente desenvolvidos sem a
lactose.
Já as dietas sem glúten podem implicar na redução do consumo de vitaminas do
complexo B e podem ser deficientes em ferro, devido a maioria das farinhas de
trigo serem enriquecidas com o mineral. É recomendado incluir hortaliças e
alimentos ricos em fibras na alimentação. Quem tem intolerância deve estar
sempre atento aos rótulos, os fabricantes precisam informar se há presença ou
não de glúten
A maior parte de vitamina D necessária para o organismo é produzida através da
exposição da pele aos raios de sol, por cerca de 15 minutos diariamente. Além
disso, ela é encontrada na gema do ovo, leite enriquecido, nata, manteiga e
peixes com alto teor de gordura como salmão e sardinha. Já a vitamina B12 é
majoritariamente encontrada em alimentos de origem animal, como carnes, leites
e ovos. "Por isso, é importante buscar orientação profissional para que
seja possível avaliar a melhor forma de obter esse nutriente", pontua a nutricionista
do dr. Consulta.
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