Crédito: divulgação/Universidade Positivo
Documento convoca
governantes, setor privado, sociedade civil e público em geral a se
comprometerem com o que chamam de "Grande Transição", a fim de
proteger a vida na Terra.
A Universidade Positivo (UP) se uniu a instituições
globais como a Imperial College London (Reino Unido) e a Harvard TH Chan (EUA)
em um apelo mundial que traça um caminho para apoiar um mundo pós-pandêmico
mais justo e resiliente. Trata-se da Declaração de São Paulo sobre Saúde Planetária, uma
iniciativa da Planetary Health Alliance e da USP, em parceria com o
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
O documento representa comunidades que,
interligadas em diferentes localidades, culturas, setores, disciplinas e
gerações e convoca os governantes, o setor privado, a sociedade civil e o
público em geral a se comprometerem com o que chamam de "Grande
Transição", a fim de garantir um futuro saudável e com igualdade para a
humanidade e proteger toda a vida na Terra.
A Declaração de Saúde Planetária de São Paulo foi
publicada em 5 de outubro de 2021 no “The Lancet”. As recomendações foram
elaboradas durante o Encontro e Festival Anual de Saúde Planetária, realizado
em abril deste ano, em São Paulo. “Nas últimas décadas, a escala dos impactos
humanos nos sistemas naturais da Terra aumentou exponencialmente a ponto de
exceder a capacidade do nosso planeta de absorver nossos resíduos ou de
fornecer os recursos que estamos usando”, escreveram os autores na introdução
do documento. “O principal insight da saúde planetária é que essas
interrupções e degradações dos sistemas naturais são uma ameaça clara e urgente
não apenas para a teia da vida, mas para a própria humanidade.”
Segundo a Declaração, "a pandemia de covid-19
é a mais recente de uma série de sinais de socorro que ressoam em todo o mundo.
Mudanças climáticas, perda de biodiversidade e destruição da qualidade do ar,
da água e do solo estão corroendo os sistemas de suporte de vida fundamentais
dos quais todos dependemos". Para proteger a saúde humana e toda a vida na
Terra, “precisaremos e podemos efetuar mudanças estruturais profundas e
urgentes em como vivemos”. Essas mudanças - que a Declaração chama de “Grande
Transição” - devem envolver “uma rápida mudança na maneira como produzimos e
consumimos alimentos, energia e bens manufaturados; requer repensar a maneira
como projetamos e vivemos nas cidades do mundo; e insiste que curemos nosso
relacionamento com a natureza e uns com os outros”.
Educação para o Desenvolvimento Sustentável
O documento oferece um plano de como vários setores
podem ajudar a impulsionar a saúde planetária. “Todas as pessoas, em todos os
lugares, de todas as vocações, têm um papel a desempenhar na salvaguarda da
saúde do planeta e das pessoas para as gerações futuras”, escreveram os
autores. Para as Instituições de Ensino Superior, a Declaração pede que
defendam e priorizem a alocação de recursos para permitir e estimular bolsas de
estudo e educação transdisciplinares em saúde planetária. Além disso, sugere
que alinhem "a promoção do corpo docente e os incentivos à pesquisa
corajosamente, a fim de melhor garantir a criação conjunta e a translação das
evidências em políticas e práticas aplicáveis"; garantam que "os
currículos de saúde planetária sejam incorporados em todos os programas e
faculdades, a fim de promover cidadãos defensores da saúde planetária,
independentemente da disciplina"; e promovam "o acesso e a igualdade
entre as instituições para que todas as pessoas possam participar da pesquisa e
da educação".
Para o reitor da Universidade Positivo, Roberto Di
Benedetto, participar de uma iniciativa tão relevante é mais um passo rumo a um
dos principais objetivos da universidade. “Temos como meta formar profissionais
e cidadãos competentes para liderar mudanças transformadoras em seus campos de
atuação, além de comprometidos com as presentes e futuras gerações. Por isso,
fazer parte do documento é um primeiro passo para começarmos com mudanças
locais para então chegarmos ao âmbito global”, destaca.
O conceito de Educação para o Desenvolvimento
Sustentável (EDS) pauta o planejamento da Universidade Positivo (UP) para os
próximos anos. Essa preocupação permite não apenas o alinhamento com a Agenda
2030 da ONU, mas também com as melhores práticas empresariais como, por
exemplo, as preconizadas pelo Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3 e,
ainda, políticas sustentáveis como as do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A
EDS deve ser diretriz norteadora para realizar pesquisa, ensino, gestão da
universidade e relacionamento com a sociedade.
O papel da Imprensa
Segundo a Declaração, a "Grande
Transição" depende de uma imprensa livre e de uma plataforma aberta para
discussões, conexões e compartilhamento. "Comprometer-se a informar e
educar a sociedade sobre ciências, valores, desafios e soluções da saúde
planetária. Contar as histórias de quem está protegendo a natureza e lutando
por justiça e igualdade, e elucidar as conexões entre suas ações, um meio
ambiente seguro e a saúde humana", diz o documento. "Responsabilizar
aqueles que estão prejudicando os sistemas naturais do planeta e maltratando
outras pessoas. Inspirar e motivar, em vez de causar medo. Usar imagens que
sejam honestas e respeitem a dignidade das pessoas retratadas. Combater a onda
de desinformação e erguer a voz daqueles que tradicionalmente não detêm o
poder", são as recomendações da Declaração de São Paulo sobre Saúde
Planetária para a imprensa mundial.
Universidade Positivo
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