Diretor do Grupo Criogênesis
explica como pode beneficiar mais de 13 milhões de diabéticos no Brasil Adobe Stock
Em
14 de novembro é celebrado o Dia Mundial do Diabetes, que tem por objetivo
conscientizar a população acerca dos riscos, a importância da prevenção e
tratamento adequado da doença. A data foi criada em 1991 pela Federação
Internacional de Diabetes (IDF) em conjunto com a Organização Mundial da Saúde
(OMS), afim de debater o seu impacto global causado à saúde. A doença se configura
pela falta de insulina no sangue, que é desencadeada devido à insuficiência de
produção pelo pâncreas, levando ao aumento na taxa de glicose, que eleva a
concentração de açúcar nas células sanguíneas.
De
acordo com doutor Nelson Tatsui, Diretor-Técnico do Grupo Criogênesis e Hematologista do HC-FMUSP, o diabetes é dividido em
quatro tipos principais: o Tipo 1, que surge durante o nascimento e é
considerado autoimune, o Tipo 2, mais comum por hábitos alimentares indevidos
que causam resistência à produção de insulina, diabetes gestacional, que
acontece durante a gravidez e tem relação direta com as alterações hormonais da
mulher, e o pré-diabetes, descontrole e elevação do açúcar no sangue,
entretanto insuficiente para um diagnóstico conclusivo. "A enfermidade
causa um déficit na metabolização da glicose, que pode trazer riscos eminentes
à saúde. Seus sintomas mais recorrentes são cansaço, alterações na visão,
aumento do apetite, sensação de sede de forma exagerada e vontade frequente de
urinar", explica.
Atualmente,
cerca de 13 milhões de indivíduos são considerados diabéticos no Brasil, o
equivalente a 7% da população, conforme dados da Sociedade Brasileira de
Diabetes. Apesar de ser uma doença controlável, Tatsui afirma que não há cura,
principalmente para o Tipo 1, que é considerado o mais grave. "Nesse caso,
o sistema de defesa identifica as células ß do pâncreas, que realizam o
equilíbrio de açúcar no sangue, e as destroem. Dessa maneira, é necessário a
aplicação do hormônio injetável e o controle diário da taxa de glicose",
comenta o hematologista.
Nos
últimos anos novos tratamentos à base de células-tronco têm se mostrado
promissores contra a patologia. Estudos publicados em diferentes revistas
internacionais concluíram que células humanas foram transformadas em
produtoras de insulina ou foram capazes de diminuir a destruição das células ß
do pâncreas. Uma pesquisa, neste caso pioneira, foi realizada pela Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP), em conjunto com a Universidade Federal
do Ceará (UFC) e Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), que apontou que
o transplante de células-tronco é potencialmente eficiente contra o diabetes
Tipo 1. "Os pacientes necessitaram de menores índices de insulina,
proporcionando uma maior qualidade de vida. Uma recente meta-análise demonstra
que as células mesenquimais do tecido do cordão apresentam algumas vantagens,
sendo pertinente a indicação da coleta do sangue de cordão e o tecido para
familias com tendência ao diabetes", afirma.
Para
o futuro, doutor Nelson declara que existe a expectativa de avanço no
desenvolvimento de vacinas especializadas. O médico salienta que apesar de
estarem em estágios iniciais, o imunizante pode ajudar a impedir o diabetes.
"Resultados publicados no jornal acadêmico Diabetes Care indicam
que em um dos subconjuntos de pacientes, a perda de insulina aconteceu de forma
mais lenta, o que é bastante positivo. Novos estudos devem consolidar ainda
mais os rumos de terapias bem-sucedidas no futuro", finaliza.
Criogênesis
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