Levantamento realizado pela Sovos aponta ainda que complexidade tributária no Brasil torna descontos menos significativos do que em países como Estados Unidos, por exemplo
Com
a retomada gradual do varejo físico, as previsões de vendas para Black Friday
2021 estão otimistas. Segundo pesquisa divulgada pelo Google, 64% dos
brasileiros pretendem comprar algum produto durante a data.
Porém,
por conta do aumento da inflação e da alta do dólar no País, a dica dos
especialistas é preparar o bolso, porque os preços deverão estar mais altos
neste ano.
“Em
outubro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 1,25%,
chegando ao acumulado 10,67% em 12 meses. Com a inflação em alta, em um cenário
de recuperação da economia pós-pandemia, certamente isso impactará diretamente
nos descontos oferecidos, sobretudo em segmentos que já sofrem com uma alta
carga tributária”, explica Giuliano Gioia, Tax Manager na Sovos Brasil, líder
global em soluções digitais para complexidades fiscais.
Produtos
mais caros
De
acordo com levantamento realizado pela Sovos com base nos dados do Impostômetro,
entre os segmentos com maior porcentagem de tributação no Brasil estão higiene
e beleza, com uma média de 45,91%; eletroeletrônicos, com 44,65%; equipamentos
domésticos, como 43,14%; e acessórios, como bolsas e bijuterias, com 39,77%.
Já
entre os itens com maior carga tributária incidente, estão perfumes importados
(78,99%); vídeo game (72,18%); perfumes nacionais (69,13%); smartphones
(68,76%); forno de micro-ondas (59,37%); tênis importado (58,59%); cremes de
beleza (57,02%); e cosméticos em geral (55,27%).
“Além
do aumento da inflação, quando falamos sobre aumento da carga tributária no
varejo devemos considerar a tributação incidente sobre toda a cadeia econômica,
desde a saída da indústria ou do importador e toda a logística, que também
impacta no valor final dos produtos. E isso sem falar na escassez de insumos
que vem causando um aumento na demanda e no valor de itens como embalagens,
materiais plásticos e aço, por exemplo”, diz Giuliano.
Saídas
para os Varejistas
Para
atrair os consumidores diante desse aumento de preços, estratégias comerciais
como “frete grátis”, promoções e facilidades no pagamento têm sido
implementadas pelas empresas.
Mas,
segundo Giuliano, é preciso ficar atento à legislação tributária vigente que varia
de acordo com a Unidade da Federação para evitar autuações fiscais, reduzir
custos tributários e aumentar a competitividade por meio do uso de ferramentas
tecnológicas que oferecem a digitalização dos tributos, mitigando possíveis
erros que possam gerar penalidades com o Fisco.
“Diferente
de outros países, que dispõem de uma legislação fiscal menos complexa, no
Brasil o setor empresarial tem que arcar com inúmeros custos para manter-se em
conformidade fiscal. Dentre eles, mais de uma centena de obrigações acessórias
e mais de 50 alterações por dia que são requeridas pelas três instâncias
governamentais” diz Giuliano.
“Por isso, focar em inteligência
fiscal, sem dúvida, é uma estratégia crucial para os negócios. E a
digitalização dos processos fiscais, que eliminam de vez os procedimentos
manuais altamente sujeitos a erros, é a melhor saída para evitar autuações
fiscais e, ao mesmo tempo, reduzir custos tributários”, completa o executivo.
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