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sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Fortalecer a agricultura familiar pode acabar com a fome e preservar meio ambiente, aponta estudo que será lançado dia 22

Artigo divulgado pela ABRA e FES afirma que a agricultura familiar é a saída para várias crises e que o Estado é fundamental para garantir alimentos saudáveis e preservar a vida, inclusive do planeta.

 

"Agricultura familiar: uma resposta para muitas crises" é o título do artigo que a Associação Brasileira de Reforma Agrária (ABRA), em parceria com a Friedrich-Ebert-Stiftung Brasil (FES Brasil), irão lançar na próxima segunda-feira (22), em debate virtual com a presença da autora e de convidados, a partir das 19:30h, no canal do Youtube da FES Brasil.

Escrito pela advogada, mestre em ciências jurídicas e atualmente Secretária Geral da FIAN Brasil - Organização pelo Direito Humano à Alimentação e à Nutrição Adequadas, Valéria Burity, o artigo será divulgado ainda no clima da Conferência das Partes (COP 26), principal cúpula da ONU de debate sobre questões climáticas, que aconteceu na primeira quinzena deste mês de novembro. Além de Valéria, o debate ao vivo conta também com a participação de Paulo Mansan, militante do MST e coordenador da campanha Mãos Solidárias e Elisabetta Recine, membro do Observatório de Políticas de Segurança Alimentar e Nutricional (UnB). A mediação ficará por conta de Yamila Goldfarb, da ABRA.

Segundo o estudo, o apoio do Estado à agricultura familiar é fundamental para acabar com "sindemia global" - um conjunto de três pandemias: obesidade, desnutrição e mudanças climáticas, que vivemos. Além disso, a autora aponta que as crises do neoliberalismo, sanitária, política e econômica pioram ainda mais este contexto e que é preciso urgente alterar este processo.

No Brasil, a tendência ao sobrepeso e à obesidade segue em crescimento: 55,7% da população adulta está com excesso de peso e 19,8% com obesidade. No entanto, a fome também voltou a ser uma questão preocupante. Dados divulgados pelo IBGE em 2019, período anterior à pandemia, mostram que mais de 10 milhões de pessoas estavam passando fome. Nas áreas rurais, os índices de insegurança alimentar são duas vezes maiores, especialmente quando não há disponibilidade adequada de água para produção de alimentos. O neoliberalismo também intensificou o desmatamento brasileiro e fez com que muitos trabalhadores do campo migrassem para as cidades, sem emprego e sem incentivos públicos para produzir alimentos.

Para a autora, o fortalecimento da agricultura familiar, seja pela defesa dos direitos de camponesas e camponesas, seja pelo apoio à sua capacidade produtiva, são maneiras de garantir o direito à alimentação, de forma mais harmoniosa com a natureza, e para a superação da pobreza, da obesidade, da fome e das desigualdades de classe, raça e gênero que se intensificam no país.

Valéria ressalta que se seguirmos os mesmos passos que nos trouxeram até aqui, é certo que não alcançaremos as transformações necessárias para sobreviver. Além disso, destaca que a construção de sistemas alimentares alternativos, regenerativos e contra hegemônicos, que se proponham a alimentar a vida e não o lucro de poucos, é uma das maiores urgências de nosso tempo. O artigo completo pode ser lido aqui.



Sobre o estudo

O estudo faz parte da Série Brasil Rural, uma iniciativa da ABRA e FES Brasil que, desde julho, debate pontos centrais sobre a questão agrária em nosso país. Além desse debate, no dia 29 de novembro será lançado o último texto inédito sobre o artigo "Questão agrária e água no Brasil, 2011-2018: uma análise dos conflitos no campo divulgados pela Comissão Pastoral da Terra", de autoria de Osvaldo Aly Junior, Gabriel da Silva Teixeira e Tomás José Alves dos Santos Ramos. Além de Gabriel e Osvaldo, autores do texto, também estarão presentes no debate ao vivo Pedro Jacobi, presidente do Conselho do ICLEI - Governos Locais para a Sustentabilidade - América do Sul, e Ruben de Siqueira, assessor da Comissão Pastoral da Terra (CPT).



Serviço:

Debate: Agricultura familiar: uma resposta para muitas crises

Participantes: Valéria Burity, Advogada, mestre em ciências jurídicas e atualmente Secretária Geral da FIAN Brasil; Paulo Mansan - Militante do MST e membro da coordenação da campanha Mãos Solidárias; Elisabetta Recine - Membro do Observatório de Políticas de Segurança Alimentar e Nutricional (UnB).

Data: 22 de novembro (segunda-feira), às 19:30h

Transmissão: Youtube da FES Brasil e parceiros


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