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terça-feira, 9 de novembro de 2021

Dicas para escolher, usar com segurança e reconhecer sinais de alerta no uso do Sling e do Canguru

Ortopedista infantil ensina o bê-a-bá para preparar mães e pais para o uso do Canguru e do Sling e alerta para possíveis perigos


Primeiramente, é preciso entender a diferença entre esses acessórios que deixam as mãos livres do adulto que os utiliza: o Canguru é um suporte acolchoado e macio que usamos na frente do tronco, sendo que há alguns modelos para uso nas costas; e o Sling é uma longa tira de tecido que, geralmente, fica presa nos ombros e cintura da mãe ou pai; é utilizado na frente do tronco e o bebê pode ficar em diversas posições. "Com esses acessórios, os bebês podem ver o mundo ao redor e, se usado corretamente, é uma boa forma de transportar os pequenos enquando se dá um passeio", garante a ortopedista pediátrica Dra. Natasha Vogel.


Mas como escolher um deles?

A primeira dica para quem pensa em comprar esse tipo de acessório, segundo Natasha, membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia e da Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica, é verificar se você consegue colocá-lo sem ajuda. "Caso a mãe não consiga, sempre deve pedir ajuda até que se acostume a pôr o suporte sozinha. Uma boa saída é treinar antes com bichinhos de pelúcia ou bonecas", indica.

Outras observações valiosas para a segurança do bebê e da mãe, de acordo com ela, são:

- Experimente vários modelos antes de escolher o seu. Gaste tempo e não tenha pressa para efetuar a compra;

- Procure por peças com alças mais largas e acolchoadas, quando estiver buscando um Canguru. As alças devem passar nas costas e uma tira deve estar presa à cintura: isso ajudará a distribuir o peso do bebê;

- O suporte escolhido deve ficar firme ao seu corpo;

- Cuidado, em dias quentes, para não superaquecer o seu bebê;

- Para usá-lo por mais tempo, verifique o peso que o Canguru ou o Sling aguentam e se existe a opção do bebê poder olhar para frente, pois esse interesse só aumenta com o seu crescimento.


Quais são os cuidados que devemos ter?

Atenção: antes dos quatro meses de vida, ambos suportes podem oferecer risco de sufocar o bebê se não forem usados corretamente. "Isso acontece porque os músculos do pescoço não são fortes o suficiente para controlar a cabeça. Neste caso, verifique se o aparelho oferece apoio à coluna cervical do bebê. Também não podem pressionar a boca ou nariz da criança, e deixá-la no formato em ‘C’, porque isso dificulta a respiração", alerta Natasha.

Outras dicas importantes sobre as posições do bebê, ao utilizar os acessórios, de acordo com a médica, são:

- Verifique o peso do bebê que o suporte é capaz de tolerar e leia o manual atentamente e completamente;

- Cheque se, ao posicionar o bebê, o suporte não obstrui suas vias aéreas;

- O rosto do bebê deve estar sempre visível. Esteja certo de que rosto, nariz e boca estão descobertos e perto o suficiente para facilmente beijá-lo ao estar com a cabeça para frente;

- O queixo dele deve ficar afastado do seu peito, pois se estiver pressionado, pode dificultar a respiração;

- O apoio nas costas correto faz com que a coluna esteja apoiada, com a barriga e o peito bem encostados ao seu corpo;

- Antes de posicionar o bebê nele, veja se não existem rasgos, se as presilhas estão funcionando ou se não está desgastado;

- Confirme se o bebê consegue mexer cabeça, pés e mãos livremente e se seus quadris estão abertos e suas pernas abraçadas contra o seu tronco, no caso do Canguru. Tanto joelhos como quadris devem ficar dobrados fazendo o formato da letra "M";

- O acessório deve estar justo ao corpo, com apoio cervical e na posição vertical;

- Cuidado ao se abaixar! Sempre dobre os joelhos para o bebê não cair do acessório.

Com relação aos movimentos e o preparo da mãe, ao utilizar o suporte, há mais conselhos importantes:

- Feita a escolha pelo melhor suporte, ao usá-lo, escolha calçados que sejam fáceis para caminhar, confortáveis, e ande em superfícies regulares para não tropeçar;

- Lembre-se: não corra com o bebê no Canguru ou Sling, nunca, jamais;

- No momento mais crítico, que é a hora de retirar o bebê do suporte - pois é quando os acidentes acontecem - se possível, peça a alguém para ajudá-la ou sente-se no chão;

- Muito cuidado ao inclinar-se, e se for o caso, segure-se em uma superfície firme, dobre os joelhos e segure sempre o bebê ao movimentar seu corpo para cima ou para baixo;

- Não cozinhe com o bebê preso ao seu tronco. Eles podem se queimar;

- Da mesma forma, nunca segure comidas ou bebidas quentes.


Sinais de alerta

Algumas posições merecem atenção e reposicionamento do bebê. Ou seja, esteja alerta se:

- O rosto estiver coberto ou com o queixo encostado no peito;

- Se o bebê estiver em posição fetal;

- Se estiver respirando com dificuldade ou fazendo barulhos como um chiado ou assobiando;

- Se estiver com a pele cinza ou azulada;

- Se estiver agitado, inquieto ou se contorcendo.

"Essas informações servem para ajudar os pais na hora de definir qual é a melhor opção, de acordo com seus costumes de locomoção e movimentação. A escolha é muito pessoal, então teste cada um deles e fique atento aos cuidados, pois são essenciais para a segurança do adulto e da criança", finaliza a médica.

 


Dra. Natasha Vogel • Médica Assistente em Ortopedia e Traumatologia do HSPM-SP São Paulo, Brasil • Mestrado em Ciências do Sistema Muscoesquelético. Universidade de São Paulo, USP São Paulo, Brasil • Especialização - Residência Médica Universidade de São Paulo, USP São Paulo, Brasil Título: Ortopedia Pediátrica • Especialização - Residência Médica Hospital do Servidor Público Municipal, HSPM/SP São Paulo, Brasil Título: Ortopedia e Traumatologia • Graduação em Medicina Faculdade de Medicina de Jundiaí, FMJ Jundiai/SP, Brasil.


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