A
data é um alerta para os males do tabagismo, sobretudo na gravidez onde o fumo
pode causar até mesmo aborto espontâneo
O dia 16 de
novembro é conhecido como o Dia do Não Fumar, cujo intuito é conscientizar a
população sobre os malefícios do fumo para a saúde. Segundo a Organização
Mundial da Saúde (OMS), o tabagismo é considerado a principal causa de morte
evitável em todo o mundo. Quando praticado durante a gravidez, os riscos passam
a afetar não só as gestantes, mas também os bebês.
O tabagismo na
gravidez aumenta o risco de trabalho de parto prematuro, baixo peso ao nascer e
pode levar à síndrome da morte súbita do lactente, como explica Jeana Kowal,
especialista em ginecologia e obstetrícia da Faculdade Evangélica Mackenzie do
Paraná (FEMPAR). "O tabagismo foi associado a vários resultados adversos
da gravidez, incluindo perda espontânea da gravidez, descolamento prematuro da
placenta, placenta prévia e gravidez ectópica", ressalta.
Segundo a pediatra
da FEMPAR, dra. Carmen Marcondes Ribas, a prematuridade e o baixo peso aumentam
os riscos da mortalidade fetal e infantil. O tabagismo também pode levar ao
aborto espontâneo, problemas respiratórios no bebê, diminuição do fluxo
sanguíneo placentário, anomalias orofaciais e até mesmo alterações na
oxigenação e metabolismo placentário devido à fumaça do cigarro tragado pela
gestante.
Durante o parto, podem
surgir complicações advindas do descolamento prematuro da placenta. "Há um
risco aumentado de hemorragia durante o parto. Há também um maior risco de
infecções, em especial se o nascimento ocorrer por cesariana", explica a
ginecologista.
Carmen comenta,
ainda, que filhos de fumantes adoecem duas vezes mais que os filhos de não
fumantes, devido à redução na função pulmonar que torna o bebê suscetível a
contrair mais infecções respiratórias. A situação pode continuar a se complicar
após o nascimento da criança, pois ela continua exposta passivamente à nicotina
no ambiente e através do leite materno.
Kowal explica que o
tabagismo está associado à diminuição da produção do leite, menor concentração
de gordura do leite e, consequentemente, menor duração da lactação. "Além
disso, bebês amamentados por mães fumantes dormem menos se amamentados logo
depois que as mães fumaram do que quando elas se abstiveram do cigarro",
conclui.
Para a pediatra,
dra. Carmem, mulheres fumantes amamentam com menos frequência, portanto os
bebês costumam apresentar episódios de choro e cólica, interrompendo a
amamentação precocemente. Tudo isto, causado pela absorção da cotinina,
substância nociva do tabaco que contamina o leite e torna a criança em fumante
passivo. Entretanto, a pediatra ressalta que a nicotina não é considerada
contra-indicação para a amamentação.
"Desestimular o
hábito de fumar é necessário em qualquer fase da vida, em especial na gestação.
Existe a necessidade de políticas públicas de combate ao tabagismo, voltadas
especificamente para as gestantes, na tentativa de conscientizar a todos que o
hábito de fumar pode contribuir para o aumento da mortalidade infantil e
materna. Portanto, a redução e cessação do tabagismo na gravidez requerem
esforços do próprio indivíduo, da sociedade, da família e dos profissionais
envolvidos", complementa a pediatra.
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