Excesso
de umidade, causada pelo banho de mar ou de piscina, pode levar ao surgimento
de infecções doloridas que comprometem o descanso e a diversão
Imagine fazer aquela
tão sonhada viagem de verão para uma praia paradisíaca. Após meses de
planejamento e expectativa, você finalmente coloca o pé na areia branca e...
sente uma pontada insuportável dentro do ouvido. Mais comum do que parece, a
otite pode afetar pessoas de todas as idades e tem "preferência"
pelas altas temperaturas para "atacar".
A médica
otorrinolaringologista Dra. Maura Neves, da USP, conta que a infecção de ouvido
pode ser média, quando ocorre atrás do tímpano e é causada por vírus ou
bactérias associados a problemas respiratórios, como rinite, sinusite, gripe e
resfriado; ou externa, ocasionada por excesso de água nos ouvidos ou trauma
causado pela inserção de objetos, como hastes flexíveis, grampo etc.
"No verão, vemos
um aumento da frequência da otite externa justamente por conta dos banhos de
mar e piscina. O canal auditivo é bastante estreito. A água entra e não seca
totalmente, deixando a pele muito úmida e gerando fissuras que levam às
infecções", explica a médica.
Bastante incômoda, a
otite tem como sintomas a redução da audição, a sensação de ouvido tampado, dor
aguda, zumbido, tontura e febre. "Na maioria dos casos, a perda auditiva é
transitória e o paciente volta a ouvir normalmente no final do tratamento.
Porém, há casos em que o tímpano é perfurado e aí a perda auditiva pode
perdurar", conta Dra. Maura.
O tratamento, de
acordo com a Dra. Maura Neves, é feito com remédios e, dependendo da gravidade,
demanda que o paciente deve fique 10 dias longe do mar e da piscina. Logo, para
evitar que a otite estrague as férias, é preciso evitar deixar a água entrar
nos ouvidos e mantê-los sempre secos, sem usar objetos para limpar ou secar o
órgão. "O cerúmen é produzido para proteger a pele do canal. Só deve ser
removido se causar alterações auditivas", diz Dra. Maura.
No caso das otites
médias, a médica orienta a prevenção com o tratamento da rinite e vacinas para
bactérias específicas, como as haemofilos, pneumocócicas conjugadas, vacina da
gripe e outras, além de manter uma boa alimentação e descanso, que mantêm a
imunidade em alta.
Abaixo, a otorrrino enumera
algumas dicas para prevenir a otite:
1. Após nadar, seque
os ouvidos com a ponta de uma toalha.
2. Se sentir a
presença de água dentro do conduto, deite a cabeça para o lado e encoste a
orelha em uma toalha para a saída do líquido.
3. Se a água não sair
e ao menor sinal de secreção no ouvido, que pode ser escura ou amarelada,
procure ajuda de um otorrinolaringologista.
4. Evite o uso de
hastes flexíveis dentro do ouvido: elas servem apenas para limpar a parte
externa da orelha e não devem ser introduzidas no canal auditivo.
5. O ouvido úmido pode
causar coceira, mas é extremamente importante não colocar nenhum tipo de objeto
dentro do ouvido para aliviar a sensação. É preciso prestar atenção,
principalmente nas crianças, para que não se machuquem.
6. Em caso de dores,
não se deve pingar remédios caseiros. Apenas o médico poderá dar a orientação
adequada.
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