O consumo de drogas entorpecentes é um problema que envolve não apenas o adicto, mas também se expressa nas relações que incluem pessoas próximas e o ambiente onde ele vive. Nesse contexto, entender o que é codependência química é essencial para buscar alternativas que dimcoinuam os impactos da dependência química sobre a saúde mental.
Tendo isso em vista, a dra. Luciana Mancini Bari, médica do Hospital Santa
Mônica irá explicar porque o suporte profissional é tão importante para evitar
que a família do paciente seja afetada de forma tão preocupante. Veja, então,
quais são as melhores alternativas para superar a codependência química e
resgatar o bem-estar e o convívio harmônico entre os familiares.
O que é codependência química?
O codependente químico é o indivíduo que convive diretamente com
pessoas que apresentam alguma dependência química, sobretudo drogas ou álcool.
Esse problema também atinge, por extensão, as pessoas que têm alguma relação
mais próxima com a família.
Em vias gerais, o codependente químico pode ser os pais, irmãos, cônjuges,
namorados ou amigos que assumem precocemente a função de ajudar o adicto em
drogas ou álcool a se libertar dessa condição.
Entretanto, essa convivência direta com o consumo abusivo de substâncias
ilícitas pode afetar a estabilidade emocional e gerar muitas dificuldades para
lidar com essa problemática. Por conseguinte, essa codependência requer
intervenções mais eficazes para reduzir o risco de evolução para quadros
graves.
Quais são os principais riscos da codependência química?
Considerando a importância da família como rede de apoio
ao dependente químico, é necessário avaliar os riscos que essa relação de
codominância representa para a saúde mental e emocional dos envolvidos. Sendo
assim, o ideal é analisar até que ponto o comportamento de codependência está
influenciando negativamente as relações familiares.
Nesse sentido, é preciso evitar interferências prejudiciais na saúde mental,
assim como outros danos resultantes da forma como a codependência é expressa no
grupo de familiares ou nas redes de apoio dos dependentes químicos. Para tanto,
convém considerar as possíveis necessidades e dificuldades enfrentadas tanto
pelo núcleo familiar quanto pelos demais envolvidos.
Listamos os maiores riscos que os indivíduos que estão em contato direto com o
dependente químico estão expostos. Veja a seguir:
- alteração de seus planos e
suas rotinas em função do cuidado com o adicto;
- /preocupação excessiva em
agir como vigilante procurando evidências de uso de substâncias;
- sentimento de culpa por não
ter cumprido o seu “papel” de educador, provedor ou de cuidador;
- maior vulnerabilidade à depressão, ansiedade e outros transtornos
mentais.
Como a família pode ajudar o dependente químico?
Como você viu, o papel da família é primordial na
recuperação e na reinserção social do dependente químico. No entanto, para
lidar com essas situações nem sempre o trabalho dos pais ou a ajuda de amigos é
suficiente. A codependência química envolve uma complexidade que exige o
acompanhamento de profissionais habilitados nessa área.
Por conta disso, a orientação é encaminhar o indivíduo para tratamento
especializado quanto antes. Assim, saber como
ajudar o dependente químico é essencial nesse contexto.
Além de minimizar os riscos da codependência sobre a saúde mental, a
participação familiar nas terapias
em grupo ajudam a encorajar o paciente a seguir com o
tratamento.
Logo, o núcleo familiar é o elemento principal na construção de uma rede de
apoio para complementar as intervenções profissionais durante o tratamento.
Desse modo, há maiores possibilidades de alcançar êxito nas terapias contra a
dependência química quando a família está presente.
Como a família pode ser ajudada?
Não há dúvidas de que existe um grande sofrimento psíquico
em quem convive com dependentes químicos. Por essa razão, é imprescindível
conhecer as mais diferentes questões que interferem na vida dos familiares e
amigos do dependente químico. Essa percepção é essencial para prover uma
assistência efetiva a quem convive com a adicção
em drogas.
Logo, é necessário entender que, nesses casos, a ajuda profissional também deve
ser extensiva aos familiares e a todos que estão envolvidos nessa jornada. A
meta é preservar a estabilidade psicológica e evitar o adoecimento mental de
quem está pronto para ajudar os entes queridos dominados pelas drogas ou pelo
alcoolismo.
Quais são as alternativas de controle da codependência química?
Entender como a codependência química afeta as relações
familiares é fundamental para a escolha de metodologias de controle mais
eficazes contra essa problemática. Considerando que a convivência intrafamiliar
é o elo que resulta no sofrimento e em sentimentos negativos, é preciso adotar
estratégias eficientes para contornar tais quadros.
Nessa perspectiva, elencamos algumas medidas que podem evitar a fragilização
dos vínculos familiares e estimular a construção de relações mais saudáveis e
harmônicas. Confira:
- evitar regular a vida do seu
ente querido, impondo regras e controlando as atividades dele;
- ter paciência, calma e
resiliência para enfrentar as eventuais dificuldades e os conflitos;
- não abrir mão de sua rotina,
seu trabalho, seus estudos e planos para proteger o indivíduo;
- cuidar do lado emocional,
controlar o estresse excessivo e a ansiedade;
- reorganizar a rotina e
otimizar o tempo com atividades agradáveis;
- evitar ser dominado ou viver
em função do dependente químico;
- minimizar o complexo de
culpa e pensar positivamente;
- buscar apoio
psicoterapêutico urgente.
Por que realizar o acompanhamento com
o HSM?
Assim como todos os desafios que envolvem a saúde mental, não é
fácil solucionar a questão dos entorpecentes sem contar com a ajuda
profissional especializada. Dados de uma pesquisa realizada pela Fundação
Oswaldo Cruz (Fiocruz) revelam a complexidade desse
problema: 4,9 milhões de brasileiros entre 12 e 65 anos já consumiram droga
alguma vez na vida.
Diante disso, as chances de sucesso na reabilitação mental dos envolvidos na
codependência são maiores com o auxílio de profissionais capacitados e
experientes, como o Hospital Santa Mônica. Assim, é possível superar esse
desafio e amenizar os impactos emocionais, psicológicos e comportamentais que
ele representa.
Como você percebeu, os principais emblemas da codependência química estão
associados ao desequilíbrio mental e aos conflitos familiares. Nessas
condições, a busca de suporte profissional especializado pode ser a resposta
mais eficaz para a recuperação da saúde
emocional e da qualidade de vida de todos os envolvidos
nessa questão.
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