Eles reduziram a
ida ao médico no último ano. Neste Dia do Homem, especialista ressalta
importância de consultas e aponta doenças mais comuns
Pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de
Urologia (SBU) em 2020 mostra que 55% dos homens acima de 40 anos deixaram de
fazer alguma consulta ou tratamento médico em função da pandemia da Covid-19.A
pesquisa online abrangeu 22 estados e teve 499 participantes. Dos
entrevistados, 75% tinham mais de 40 anos e 77% eram do sexo masculino. Dentre
eles, mas considerando todas as idades, somente 33% relataram ir regularmente
ao urologista. Os dados reforçam a importância de se falar do assunto neste Dia
do Homem, celebrado no Brasil em 15 de julho. A data visa conscientizar a
população masculina sobre os cuidados que devem tomar com a sua saúde.
O urologista Leandro Ferro (CRM-GO 10461), que
atende na clínica Oncore, localizada no Órion Complex, em Goiânia, percebeu na
prática os resultados apontados na pesquisa acima. “A pandemia atrapalhou a ida
ao médico tanto para os pacientes que gostariam de buscar avaliação para o
primeiro exame quanto para os pacientes que já estavam em acompanhamento”,
afirma ele sobre o período de pandemia destacando a necessidade de alertar para
a retomada dos tratamentos. Contudo, ele avalia que, no geral, o comportamento
masculino em relação às consultas de rotina tem mudado. “Os homens estão
mudando e indo mais ao médico. As políticas públicas e campanhas de incentivo
têm surtido efeito”, destaca.
Para o médico, o tabu existente quanto a ida ao
urologista também está diminuindo. “O receio quanto ao exame de próstata também
caiu. Hoje já temos mais diagnósticos precoces e mais tratamentos iniciados na
fase inicial da doença, o que deixa a curva de mortalidade menor”, salienta
Leandro Ferro. “O apoio e incentivo das parceiras é tão importante que já temos
estudos mostrando que homens casados morrem menos que os solteiros. Possível
resultado de avaliações médicas mais frequentes”, ressalta o especialista sobre
o papel da mulher na saúde masculina.
Doenças
De acordo com o urologista Leandro Ferro, os
homens acima de 50 anos são mais propensos a algumas enfermidades. “As mais comuns
a partir dessa idade são as infecções urinárias, cálculos renais, câncer de
próstata, hiperplasia prostática benigna (HPB) e disfunção erétil”, aponta. Os
sintomas variam de acordo com cada uma. Na infecção urinária, por exemplo, dor
ao urinar, febre e dificuldade de segurar a urina são alguns.
Já na HPB, o especialista revela que entre os
sinais estão a dificuldade de urinar, sensação de não esvaziamento da bexiga e
jato urinário mais fino, enquanto nos cálculos renais os sintomas são dor nas
costas, cólica renal, náuseas e vômitos. O câncer de próstata não tem sintomas
em sua fase inicial, quando já está em estágio avançado apresenta dor óssea e
dificuldade urinária. Por sua vez, a disfunção erétil, que é a dificuldade de
ter ou manter a ereção, também afeta bastante os homens. “Fatores como
tabagismo, obesidade, diabetes e sedentarismo também influenciam nessa
disfunção”, destaca o urologista.
Leandro Ferro reforça que o importante é manter
uma rotina de consultas para acompanhar de perto a saúde masculina. “O
urologista é o médico do homem, assim como o ginecologista é para a mulher, não
precisa ter medo ou receio de ir. E a avaliação não é apenas exame de próstata,
é para a saúde do homem como um todo, orientamos quanto ao tabagismo e hipertensão,
por exemplo. É para dar uma maior qualidade de vida ao homem”, salienta o
especialista.
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