A psicóloga Maria Rafart falou um pouco sobre o novo termo que vem sendo muito usado e surgiu recentemente. Afinal, o que é "cringe" ?
“Os jovens de hoje gostam
do luxo. São mal comportados, desprezam a autoridade. Não têm respeito pelos
mais velhos, passam o tempo a falar em vez de trabalhar. Não se levantam quando
um adulto chega. Contradizem os pais, apresentam-se em sociedade com enfeites
estranhos. Apressam-se a ir para a mesa e comem os acepipes, cruzam as pernas e
tiranizam os seus mestres”.
Estas frases, que
poderiam se referir a qualquer situação atual, são atribuídas ao grego
Sócrates, o filósofo que viveu 400 anos antes de Cristo... Os conflitos geracionais
já acontecem há muito tempo, portanto.
A adolescência é um
período desafiador e de grandes descobertas. O jovem questiona o ambiente de
onde veio, coloca muitas dúvidas em suas certezas anteriores, e tem energia de
sobra para tentar mudar o que está ao seu redor.
A expressão “no meu
tempo”, é uma espécie de lugar seguro para o nosso ego. É um lugar onde já
fomos jovens, nosso corpo respondia bem a qualquer estímulo, e a vida parecia
ser bem melhor.
É bastante lógico,
portanto, defendermos com unhas e dentes os tempos em que achamos que tudo
estava “muito melhor”. É uma autoafirmação de que aquilo que vivemos ainda vale
a pena.
A brincadeira do
“cringe” em a ver com confronto geracional. Confrontar não é necessariamente
brigar, mas é defender o seu ponto de vista e achar que é melhor do que o
outro. Isso acontece desde sempre. O “cringe” de hoje é o cafona, o out, o
demodê, e o jacu de antigamente.
Mesmo que os
gladiadores desta luta “cringe” sejam os millenials e a geração Z, isso também
dá o que pensar aos mais velhos.
Para uma nascida nos
anos 1960 como eu (em dezembro de 1963, para ser exata), muitas imagens chegam
à cabeça: a mãe enrolando o cabelo com bobbies, a família assistindo à chegada
do homem na lua com a primeira tevê da família, ou a pintura a guache da
bandeira que estragou a lataria do carro do vizinho para comemorar o Brasil
campeão na copa de 1970. A gente também teve nossos momentos cringe."
Disse a especialista
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