Hepatites virais: Saúde investiu mais de R$ 366 milhões no combate à doença desde o ano passado
Diagnóstico
precoce é fundamental para o tratamento das infecções, muitas vezes
silenciosas, que afetam o fígado
Infecções silenciosas que afetam o
fígado, órgão vital para o funcionamento do corpo, as hepatites virais já
atingiram mais de 680 mil brasileiros nos últimos 21 anos. As infecções podem
ser causadas por cinco tipos de vírus: A, B, C, D e E. Para que o tratamento ou
controle tenham resultados, o diagnóstico precoce é fundamental. Durante a
pandemia da Covid-19, o desafio para detectar novos casos é ainda maior.
Por
isso, entre 2020 e 2021, o Ministério da Saúde investiu mais de R$ 366 milhões
para a compra de insumos, testes, medicamentos e serviços para o enfrentamento
das hepatites virais no Sistema Único de Saúde (SUS). No mesmo período foram
distribuídas mais de 22,9 milhões de unidades de medicamentos para o tratamento
das hepatites B, C e D para todo o Brasil, atendendo aproximadamente 63 mil
pacientes.
Para combater as hepatites virais, o Brasil tem uma meta, proposta pela
Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2016 e precisar ser atingida nos próximos
9 anos: reduzir novas infecções em 90% e a mortalidade atribuível às hepatites
em 65% até 2030.
Para isso, o diagnóstico precisa ser
cada vez mais ágil. O teste rápido é a forma mais rápida de identificar os
tipos B e C de hepatites. Entre 2020 e 2021, o Ministério da Saúde enviou mais
de 17,5 milhões de testes para todo o Brasil, além de 176,6 mil exames que
detectam a carga viral e 12,7 mil de genotipagem.
Ainda em 2020, foi publicada portaria
que estabeleceu o Programa Nacional para a Prevenção e o Controle das Hepatites
Virais. Também foi feita a inclusão de medicamentos do Programa Nacional para a
Prevenção e o Controle das Hepatites Virais no Componente Estratégico da
Assistência Farmacêutica, facilitando o acesso de pacientes aos tratamentos
adequados.
O Ministério da Saúde também realizou
a publicação, em conjunto com o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), de uma
normativa que orienta a atuação dos enfermeiros na realização do diagnóstico
das hepatites virais, para intensificar o cuidado na Atenção Primária a Saúde,
a porta de entrada do SUS.
Como mais uma iniciativa, a pasta se
prepara para lançar um curso de ensino à distância direcionado a enfermeiros e
enfermeiras para a qualificação desses profissionais na atuação para o
enfrentamento às hepatites virais.
Hepatite
no Brasil
De 1999 a 2020, foram notificados no
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) 689.933 casos de
hepatites virais no Brasil. Destes, 168.579 (24,4%) são referentes a hepatite
A, 254.389 (36,9%) de hepatite B, 262.815 (38,1%) de hepatite C e 4.150 (0,6%)
de hepatite D.
Os
dados estão no Boletim Epidemiológico Hepatites Virais 2021. Leia aqui.
De 2000 a 2019, foram identificados,
no Brasil, pelo Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), 78.642 óbitos
associados às hepatites virais dos tipos A, B, C e D. Desses,1,6% foram
associados à hepatite viral A; 21,3% à hepatite B; 76,2% à hepatite C e 0,9% à
hepatite D.
Considerando o histórico desde 1999,
a região Nordeste concentra a maior proporção das infecções pelo vírus A:
30,1%. Na região Sudeste estão concentradas as maiores proporções dos vírus B e
C, com 34,2% e 58,9%, respectivamente. Por sua vez, a região Norte acumula
74,9% do total de casos de hepatite D (ou Delta).
Nathan Victor
Ministério da Saúde
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