Em
sua totalidade, material biológico é capaz de auxiliar em uma variedade grande
de tratamentos
O cordão umbilical é
um material biológico cuja possibilidade de utilização vai muito além de
garantir o transporte de oxigênio e nutrientes para um bebê dentro da placenta.
Apesar desse tubo ser essencial para a sobrevivência do feto, ele também pode
ser muito útil após o parto, auxiliando no tratamento de doenças hematológicas
e tornando-se objeto de estudo para a intervenção de doenças neurológicas,
pulmonares, ortopédicas, cardiológicas e vasculares.
Dr. Nelson Tatsui,
Diretor-Técnico do Grupo Criogênesis e Hematologista do HC-FMUSP, explica que os
benefícios são possíveis a partir do armazenamento das células-tronco presentes
no cordão umbilical. "Muitas terapias estão sendo desenvolvidas utilizando
esse material genético. Dessa forma, ao ser coletado é levado ao laboratório,
em meio de cultura próprio, que impede que suas células sejam contaminadas por
bactérias. No mesmo espaço, elas são separadas e expandidas (aumento do número
de células), para então serem guardadas em tanques com nitrogênio líquido
(aproximadamente a -196 °C). Quando necessário, o material estará apto para uso
imediatamente", descreve.
Segundo o
especialista, enquanto o sangue do cordão umbilical é rico em células do tipo
hematopoiéticas, seu tecido (do cordão umbilical) possui células mesenquimais,
onde cada tipo celular tem capacidade de agir contra determinadas patologias.
"As do sangue do cordão umbilical são jovens e imaturas, podendo auxiliar
no tratamento de doenças hematológicas, como leucemias ou linfomas, por serem
capazes de produzir hemácias, leucócitos e plaquetas, beneficiando o sistema
imunológico", informa.
Em contrapartida, o
segundo grupo (tecido do cordão umbilical) ainda é estudado em laboratório, mas
vem se mostrando mais promissor para a ciência moderna. "As células-tronco
mesenquimais são consideradas adultas, mas se diferenciam pela sua capacidade
de gerar tecidos como: músculos, ossos, cartilagem e gordura, possibilitando
melhorias em quadros de fraturas e queimaduras, por exemplo. Além disso, elas
apontam eficiência no tratamento de doenças degenerativas, como o Alzheimer e o
Parkinson", ressalta.
De acordo com o Dr.
Nelson, o cordão umbilical apresenta muitos benefícios à saúde humana e
descarta-lo no momento do parto é um desperdício. "Coletado de forma
indolor, o procedimento não oferece riscos a mãe ou ao recém-nascido. Tudo o
que precisa para se tornar uma doadora é ter idade entre 18 e 36 anos e já ter
realizado o acompanhamento pré-natal. Após o recolhimento do material
biológico, o bebê precisa de um acompanhamento contínuo com pediatra nos 6
primeiros meses, como garantia de que não desenvolverá alguma comorbidade que
possa interferir no desenvolvimento das células-tronco. Dessa forma, sua
utilização será eficiente nos tratamentos que serão destinadas", conclui.
Criogênesis
https://www.criogenesis.com.br
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