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Opções por itens que garantem conforto e neutralidade de gênero são algumas das razões listadas
Nos últimos dias, as redes sociais foram tomadas
por uma discussão liderada por dois grupos: Geração Z vs Millenials. O tópico
do bate-boca, que a princípio pareceu confuso aos mais velhos, logo foi
esclarecido. Quais atitudes e características da Geração Millenial (nascidos
entre 1980 e 1994) é considerada “cringe” pela Geração Z (nascidos entre 1995 e
2010)?
Para entender melhor, antes é preciso esclarecer o
que é “cringe”. A gíria, utilizada e popularizada pela Geração Z, significa
aquilo que os Millenials popularizaram anos antes como “vergonha alheia”, ou
algo considerado cafona, desatualizado. Entre os itens “cancelados” pela nova
geração estão as calças skinny, que foram substituídas por itens mais
confortáveis, e as sapatilhas de ponta redonda, calçado que foi trocado por
tênis.
Sobre o debate ocorrido nas redes, Dani Gábriél,
professora de Estratégias de Marketing em Moda na Faculdade Santa Marcelina,
explica que esses itens de vestuário caíram em desuso por conta de uma
macrotendência voltada ao bem-estar e o conforto. “Isso vem muito antes
da pandemia, mas com esse novo normal isso se intensifica. Com as pessoas
trabalhando e estudando de casa, o importante é se sentir confortável com o que
se está vestindo”.
A professora também explica que o momento atual é
de um consumo cada vez mais ligado ao comportamento do consumidor. Os jovens da
Geração Z, por sua vez, possuem identidades fluídas, são conhecidos por serem
mais tolerantes, realistas e por defenderem um estilo de consumo ético. “Será
que se existisse uma marca de sapatilhas orientada a valores éticos,
humanizados, com consciência ambiental, esse item não poderia ser uma escolha
para esse público?”, questiona Gábriél.
Além das calças skinny e das sapatilhas, outros
itens de vestuário também vem sofrendo com o julgamento das novas gerações de
consumidores, como cardigãs longos, meias soquete e calças de cintura baixa.
As tendências da Geração Z
A juventude atual, norteada por sentimentos como
otimismo conforto e alegria, parece não estar preocupada em parecer algo. Ao
invés disso, eles vêm adotando uma moda onde possam expressar sua individualidade,
se apropriando de estilos sem gênero e da streetwear, com
jeans mais amplos, como as calças mom, moletons oversized e
tênis. A professora da Faculdade Santa Marcelina ainda completa a análise
citando maximalismo, estilos despojados, pop art, que trazem muito brilho, cor
e estamparia.
“Agora são outros tempos que estão demandando
outros produtos, como calçados cada vez mais funcionais e confortáveis. O tênis
sabe muito bem desempenhar esse papel, e os moletons são a grande bola da vez”
esclarece Dani. “Uma diversidade de modelagens e matérias primas permite
possibilidades para todos os gostos e gerações. A busca é por uma estética
confortável e acolhedora”.
No entanto, a professora finaliza afirmando que
ainda não é hora de jogar as calças skinny e as sapatilhas fora. “A moda
caminha em um ciclo formado por trocas. O que era novo fica obsoleto
rapidamente, mas, ao mesmo tempo, o atual pode ser vintage.
Talvez seja um momento de férias desses itens do seu guarda-roupa, mas daqui um
ano pode ser que a Geração Z ache a skinny incrível de novo”.
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