O sol é uma das
principais causas do carcinoma basocelular, tumor maligno que mais atinge os
brasileiros
Nesta segunda-feira (08/03), a
jornalista e atriz Marília Gabriela anunciou que passou por um procedimento
cirúrgico para retirada de um câncer de pele não melanoma - no caso dela
classificado como um carcinoma basocelular - localizado na região do nariz. Segundo
o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a estimativa é que mais de 176 mil novos
casos da doença sejam diagnosticados em 2021 - valor que corresponde a 30% de
todos os tumores malignos no Brasil, fazendo dele o tipo de câncer mais comum
no país.
Em linhas gerais, a principal causa evitável da doença é o Sol. Os melanócitos
e queratinócitos (células da pele) são os principais envolvidos no processo de
fotoproteção e quando expostos à radiação solar podem aumentar em número e
tamanho. O câncer de pele ocorre quando há um crescimento anormal e excessivo
dessas células que compõem a pele e pode ser de dois tipos: melanoma e
não-melanoma, sendo o primeiro responsável por 95% dos tumores cutâneos
identificados entre os brasileiros
De acordo com a Dra. Sheila Ferreira, oncologista do CPO Oncoclínicas, esse
índice está diretamente relacionado à constante exposição à radiação
ultravioleta (UV) sem uso de proteção adequada. Por isso, é preciso estar
atento aos sinais de alerta.
"Os principais sinais e sintomas de câncer não-melanoma são a presença de
lesões cutâneas com crescimento rápido, ulcerações que não cicatrizam e que
podem estar associadas a sangramento, coceira e algumas vezes dor e geralmente
surgem em áreas muito expostas ao Sol como rosto, pescoço e braços",
explica a médica.
De olho na prevenção
Para pessoas que costumam ficar expostas ao Sol, é preciso reforçar o uso do
protetor solar diariamente, principalmente no rosto. Se a exposição aos raios
solares for maior, como na praia ou piscina, por exemplo, é importante abusar
do protetor no corpo todo, usar chapéus e evitar horários em que a incidência
solar esteja mais forte.
"Pessoas de pele clara, cabelos claros ou ruivos, com sardas e olhos
claros são mais propensas a desenvolver o câncer de pele. A idade é um fator
que também deve ser considerado, pois quanto mais tempo de exposição da pele ao
Sol, mais envelhecida ela fica, aumentando também a possibilidade de surgimento
do câncer não-melanoma", destaca a Dra. Sheila.
É importante a avaliação frequente de um especialista (dermatologistas) para
acompanhamento das lesões cutâneas. A análise da mudança nas características
destas lesões é de extrema importância para um diagnóstico precoce. O
dermatologista tem o papel de orientar uma proteção adequada para descobrir os
possíveis riscos que os raios solares de verão podem causar na pele.
Entenda os diferentes tipos de câncer de pele e os possíveis tratamentos
O câncer de pele não-melanoma pode ser classificado em: carcinoma basocelular e
carcinoma espinocelular. O primeiro é o tipo mais frequente, com crescimento
normalmente mais lento. O diagnóstico se dá, usualmente, pelo aparecimento de
uma lesão nodular rosa com aspecto peroláceo na pele exposta do rosto, pescoço
e couro cabeludo. Já no carcinoma espinocelular, mais comuns em homens, ocorre
a formação de um nódulo que cresce rapidamente, com ulceração (ferida) de
difícil cicatrização.
"Tanto o carcinoma basocelular quanto o espinocelular estão relacionados a
alta exposição dos raios solares e devem ser prevenidos com protetor solar e
consultas frequentes com dermatologista são importantes para detecção do câncer
na sua fase inicial", aponta a Oncologista do CPO.
Já o chamado câncer de pele do tipo melanoma, apesar de considerado como sendo
de baixa incidência - ele é responsável por 8.450 novos diagnósticos por ano -,
é o mais agressivo e requer atenção redobrada. São geralmente os casos que se
iniciam com o aparecimento de pintas escuras na pele, que apresentam
modificações ao longo do tempo. As alterações a serem avaliadas como suspeitas
são o "ABCDE"- Assimetria, Bordas irregulares, Cor, Diâmetro,
Evolução. "A doença é mais facilmente diagnosticada quando existe uma
avaliação prévia das pintas", finaliza a Dra Sheila.
É recomendável a ressecção cirúrgica destas lesões por especialista habilitado
para adequada abordagem das margens ao redor da mesma. Posteriormente,
dependendo do estágio da doença, pode ser necessária a realização de tratamento
complementar. Quando diagnosticada precocemente, quimioterapia ou radioterapia
são raramente necessárias e a cirurgia é capaz de resolver a maioria dos casos.
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