Nesse novo
cenário, a tecnologia se torna o melhor amigo do homem quando se fala sobre
prevenção de saúde, antecipação de diagnósticos e doenças e longevidade
Duas palavras estão mudando a forma sobre como nos
relacionamos com os médicos e eles se relacionam com os pacientes: inteligência
artificial. Quando falamos sobre isso, vem na cabeça os robôs de filmes e as
máquinas que fazem absolutamente tudo sozinhas, certo? No entanto, a expressão
significa nada menos do que o uso de um sistema de softwares que serve para prever
e replicar o comportamento humano. Assim, a tecnologia se torna o melhor
amigo do homem quando falamos de prevenção de saúde, antecipação de
diagnósticos e doenças e longevidade.
Os principais pesquisadores e livros didáticos
definem o campo como "o estudo e projeto de agentes inteligentes",
que é um sistema que percebe seu ambiente e toma atitudes que maximizam suas
chances de sucesso. Os relógios inteligentes são os melhores exemplos disso, ou
seja, do uso de IA e tecnologia avançada como amigo da saúde. Neles,
conseguimos saber a quantidade de passos dados por dia, batimentos cardíacos,
aferição de pressão, entre outros. E é exatamente isso que propõe o médico
neurologista Prof. Dr. Pedro Schestatsky, em sua obra chamada “Medicina do
Amanhã”, lançamento da Editora Gente, ao defender a Medicina dos 5 P’s, que tem
a tecnologia e a IA como parte fundamental, e consiste em um novo jeito de ser
fazer a Medicina:
Preditiva: Por meio de uma revisão de dados clínicos e laboratoriais, o médico
identifica e prediz males em potencial, assim, engaja o paciente a ter atitude.
Esse foi o caso da atriz Angelina Jolie, que fez uma dupla mastectomia
preventiva, após descobrir ter uma alteração no gene chamado BRCA1. Com
histórico familiar, a atriz tinha 87% de chances de desenvolver um câncer de
mama, e 50% de ter um câncer no ovário. Isso, devido ao mapa genético, que, há
dez anos, custava milhões de dólares, e hoje custa certa de US$1.000, e já é
aplicado no SUS, mas apenas em pacientes que já apresentam a doença.
Mas não precisamos ir tão longe para termos
exemplos como esses. Em seu próprio consultório, Dr. Pedro identificou a
mutação genética ligada ao coronavírus em 4 pacientes. Essa mutação pode
atingir até 40 genes, ligados a defesa imunológica, que estão relacionados à
susceptibilidade para o contágio do vírus, sendo 21 deles relacionados aos
sintomas severos da SARS-CoV, ou seja, genes e variantes genéticas associadas à
vulnerabilidade a uma ou mais infecções virais múltiplas em indivíduos
saudáveis, variantes genéticas associadas a um vírus grave, infecção ou com
risco de vida.
Caso o paciente esteja com a doença na fase
inicial, é possível realizar a antecipação de um possível agravamento, ou seja,
é a medicina atuando em um modelo que será cada vez mais vigente daqui para
frente: preditiva e preventiva e não apenas reativo.
Preventiva: concentra-se na prevenção de doenças crônicas, como diabetes,
hipertensão e doenças autoimunes, que são a maior causa de morte – representam
63% delas – e perda de qualidade de vida na atualidade. Hoje, existem médicos
que atuam para prevenir e não remediar, como é o caso do plano de saúde
californiano Kaiser Permanente, que bonifica médicos pelos pacientes que não
utilizam o hospital e pacientes que têm suas mensalidades reduzidas, conforme
seus desempenhos nos vestíveis fornecidos pelo plano.
Proativa: em vez de esperar o paciente ficar doente para “atuar”, busca
tendências e fatores de risco sutis de cada indivíduo com o intuito de prevenir
enfermidades, agindo, e não somente reagindo. Aqui, o paciente é protagonista
de sua própria saúde, já que possui dados tais como passos, sono, frequência
cardíaca e pressão arterial.
Personalizada: considera as particularidades de cada indivíduo. Por isso, cada pessoa
deve ter dieta, exercícios e exames periódicos específicos, de acordo com
informações pessoais.
O intestino é um dos órgãos mais importantes para a
nossa saúde. Diversos tipos de bactérias, tanto benéficas como patógenas, vivem
naturalmente no nosso intestino desde que nascemos. O saudável desenvolvimento
do nosso sistema imunitário depende intimamente do microbiota intestinal,
sobretudo, bacteriano. Quando falamos em transplantes, logo vêm à mente os mais
comuns, como de órgãos (coração, pulmões, rins) ou de tecidos (córnea e medula
óssea), no entanto, há também o transplante fecal que ajuda a salvar mais de 40
mil vidas, por ano.
Doutor Pedro realizou esse procedimento a fim de
eliminar de seu organismo todos os vestígios de anos de consumo de remédio para
diversos tratamentos, que o intoxicavam ainda mais, podendo então controlar e
ouvir mais o seu corpo. Graças ao avanço da tecnologia, estudos puderam
comprovar que o intestino pode ser considerado como um segundo cérebro, já que,
depois do cérebro, é onde encontramos o maior número de neurônios.
Parceira: o médico não é mais a única autoridade, até porque essa posição muitas
vezes inibe o paciente de falar de seus problemas. Os dados gerados pelo
especialista, com o apoio da tecnologia, vão fazer com que ambos aprendam e caminhem
juntos rumo à criação da saúde.
O uso da tecnologia também deve estar presente
dentro do consultório, como o Amazon Transcribe, um dispositivo que transcreve
a consulta liberando o médico para conectar com o paciente, um exemplo de como
a tecnologia que veio para humanizar a medicina.
Na obra recém-lançada, “Medicina do Amanhã”,
durante o enredo, o neurologista deixa claro que vivemos uma verdadeira
atualização ou revolução da área. “Sem desmerecer a importância de Hipócrates
para a medicina, vamos combinar que muita coisa mudou nos últimos 25 séculos.
Sai de cena o paradigma da ‘terceirização’, que ocorre quando a saúde do
paciente fica na dependência de médicos, de sistemas de saúde e da indústria
farmacêutica; e estreia a ‘era da autonomia do paciente’, que tem todo o
direito de fazer suas próprias escolhas”, avalia o médico. Parece óbvio? Nem
tanto. Porque, de certa forma, esse paternalismo cria uma relação cômoda para
ambas as partes. E oferece uma posição também vantajosa para as indústrias
alimentícia e farmacêutica, duas parceiras históricas que
colaboram para a perpetuação dessa dinâmica insustentável. “Uma fornece
o ‘veneno’, ao passo que a outra, o ‘antídoto’, como a ligação entre o açúcar e
o diabetes’”, esclarece o especialista ao mesmo tempo em que
instiga o leitor a revisar seus próprios conceitos sobre o tema.
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