A chegada das redes sociais trouxe diversos benefícios para a nossa sociedade. Desde o surgimento de um novo ambiente de interação até a instauração de mais um importante espaço para o impulssionamento de carreiras, empresas, organizações e negócios. As vantagens destas ferramentas tecnológicas são infinitas. No entanto, elas também estimularam o estabelecimento de padrões estéticos e de vida irreais e inalcançáveis para a maioria das pessoas.
A
ostentação e culto de corpos esguios, rígidos e ditos ‘perfeitos’ nas redes
sociais, vem causando efeitos nocivos, principalmente, nas mulheres, que
constantemente são cobradas e pressionadas a se adequar a esse modelo de
beleza.
“Uma
grande parcela das mulheres não consegue, ou mesmo, não quer se encaixar nestes
padrões. E isso deveria ser respeitado, mas não é o que acontece. As que não se
enquadram são julgadas e em alguns casos até atacadas virtualmente. As
consequências mais evidentes dessa padronização é o aumento da ansiedade,
depressão, distúrbios alimentares e de imagem entre a população feminina e a
elevação da demanda por intervenções estéticas e cirúrgicas. Essa é uma
realidade bastante preocupante, pois demonstra o quanto a busca pelo corpo
ideal tem afetado a saúde mental das mulheres e incentivado comportamentos
obsessivos e imprudentes”, alerta Camilla Bastos, gerente de marketing da
operadora de planos de saúde You Saúde.
De
acordo com uma pesquisa realizada pela Sociedade Internacional de Cirurgia
Plástica Estética (ISAPS), o Brasil se tornou o país que mais realiza cirurgias
plásticas no mundo, chegando à marca de 1,4 milhões em 2018. Entre as
intervenções mais procuradas estão o aumento mamário com prótese de silicone e
a lipoaspiração. “É preciso ressaltar que grande parte desse público é composto
por mulheres. Muitas delas veem a cirurgia plástica como um dos caminhos mais
efetivos para elevar a autoestima e obter boa aceitação no meio social. No
entanto, não é somente este tipo de mercado que está se beneficiando da procura
feminina pelo corpo perfeito. Hoje, o crescimento da indústria de cosméticos e
beleza, das academias e clínicas de estética é fortemente pautado pelo nosso
consumo”, destaca Camilla.
Nesta
corrida pela perfeição, muitas mulheres criam expectativas de que só
encontrarão a felicidade ao atingir determinado grau de beleza ou status. E com
isso, criam metas absurdas e que não estão de acordo com sua estrutura corporal
ou estilo de vida.
“Hoje,
ao mesmo em que nos deparamos com mulheres empenhadas em se adequar ao conceito
de beleza altamente exaltado nas redes sociais, também é possível encontrar
diversos outros exemplos de personalidades femininas que assumem suas medidas,
aceitam suas imperfeições e amam os seus corpos como eles são. Para atingir
esse nível de aceitação não é fácil, mas é possível. Acho que o primeiro passo
é o autoconhecimento, que fará com que a mulher enxergue suas qualidades,
reconheça suas limitações e valorize suas características mais marcantes. Outros
importantes componentes para essa mudança é o autoamor e o autorrespeito. É um
processo longo e nem sempre indolor, mas com certeza será muito gratificante.
Nada é tão prazeroso quanto se sentir bem, seguro e confortável com o próprio
corpo”, conclui.
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