Quer saber o que é
neuroplasticidade e como ela pode lhe ajudar? Especialista em psicologia
positiva ensina dicas para estimular essa função
Você já ouviu falar em neuroplasticidade? Também
conhecida como plasticidade neuronal, é a capacidade de o cérebro se adaptar a
mudanças por meio do sistema nervoso.
Para compreender melhor, imagine que o cérebro
funciona por meio dos neurônios que percorrem diversos caminhos. Esses caminhos
seguem padrões, que podem ser alterados com a neuroplasticidade.
“Essa remodelagem é feita a partir de um trabalho
que envolve pensamentos, vivências, emoções, comportamentos, necessidades
pessoais e, até mesmo, o ambiente no qual o indivíduo está inserido”, explica
Flora Victoria, mestre em psicologia positiva aplicada pela Universidade da
Pensilvânia.
Com esses fatores, a plasticidade permite que novas
ligações entre os neurônios (as sinapses) sejam estabelecidas, alterando
completamente a rede de conexões.
Mas, afinal, como usamos o nosso cérebro?
O cérebro é a estrutura mais complexa do ser
humano. Nós o utilizamos de forma totalmente coordenada e integrada. Esse órgão
tem uma infinidade de funções: ouvir, sentir, pensar, respirar, movimentar o
corpo. Tudo isso é comandado por ele, sendo que cada uma de suas áreas é
responsável por determinados comandos.
As áreas se comunicam entre si, mas quando há lesão
ou dano a alguma estrutura, o cérebro se altera pela neuroplasticidade a fim de
suprir a necessidade. Por exemplo: se uma pessoa perde a visão devido a uma
doença, ela precisa se adaptar à sua nova realidade. Então, a neuroplasticidade
faz com que o cérebro desenvolva ainda mais o tato e a audição, de maneira a
compensar a perda da visão.
A neuroplasticidade também é importante para a
aprendizagem durante a infância. “É por meio dela que as crianças desenvolvem
não só fatores biológicos, como caminhar e falar, mas também sociais, como
convivência com outras pessoas e percepção de emoções.
Neuroplasticidade e a aprendizagem
Você sabe o que acontece no cérebro quando
aprendemos?
De acordo com a especialista, a neuroplasticidade e
a aprendizagem estão diretamente relacionadas. “Toda vez que adquirimos um novo
conhecimento, o cérebro fica encarregado de armazenar as informações
importantes”, diz Flora.
Isso ocorre de modo que elas possam ser utilizadas
pelo indivíduo quando necessário. Assim, novas vivências fazem com que o
cérebro crie vias neurais, que são os caminhos percorridos entre os neurônios
pelas sinapses.
A cada aprendizado ou experiência enriquecedora, a
comunicação entre os neurônios fica mais forte e eficiente.
Segundo Flora, algumas dicas que podem ser
colocadas em prática diariamente para aperfeiçoar ainda mais esse processo são:
Adquira novos conhecimentos: busque o
aprendizado constante. Falar uma língua diferente, tocar um instrumento musical
ou praticar um novo esporte são formas de fortalecer as conexões cerebrais. É
importante sempre absorver novos conhecimentos e investir na sua capacitação.
Saia do modo automático: mude
aspectos da sua rotina para adquirir novos hábitos e instigar a mente. Faça
algo de uma maneira diferente. Por exemplo: se você está acostumado a estudar
assistindo a aulas online, crie um mapa conceitual no papel sobre os conteúdos
para estimular outras formas de armazenar informação.
Elimine as distrações: realizar
várias tarefas ao mesmo tempo não é bom para o aprendizado, pois ele se torna
mais irregular e demorado. O ideal é que você busque o foco total em uma
determinada atividade, realizando-a do início ao fim, sem interrupções, para
compreender de maneira mais completa.
3 ideias para induzir e aumentar a sua
neuroplasticidade
Ficou interessado em estimular a neuroplasticidade
no dia a dia? Flora Victoria, que também é Embaixadora da Felicidade no Brasil
pela World Happiness Summit, compartilha outras ações:
- Treine
o seu cérebro: exercite os dois lados
Quanto mais o seu cérebro é exercitado, mais rápido
e potente ele fica. É claro que usamos todo o cérebro para nossas atividades
cotidianas, mas cada área concentra uma atividade principal.
Enquanto o hemisfério esquerdo concentra mais
raciocínio, o direito foca na criatividade. Ou seja: quanto mais diversificada
for a sua aprendizagem, abrangendo diferentes áreas do conhecimento, mais
completa ela será para o cérebro.
2.Elimine maus hábitos e alimente-se bem
Ter uma alimentação equilibrada, que forneça todos
os nutrientes e vitaminas de que o corpo precisa, e adotar um estilo de vida
saudável também é fundamental.
Para eliminar maus hábitos, que são caminhos
neurais automáticos para o cérebro, substitua atividades indesejadas pelo seu
oposto. Na prática, deixe mais o carro em casa e comece a andar a pé se almeja
emagrecer, por exemplo.
Essa é uma forma de compreender que existem novos
caminhos, até que estejamos acostumados com eles ao ponto de abandonarmos os
antigos.
3. Dormir também é importante
Assim como você precisa exercitar o cérebro e
estimulá-lo de diferentes maneiras, é preciso dar a ele um bom período de
descanso.
Garantir uma ótima noite de sono é importante para
combater o estresse, fixar novas memórias adquiridas durante o dia e reter
informações. Especialistas indicam, pelo menos, de 7 a 9 horas de repouso.
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