Profissionais da
Sanar apontam o que deve mudar na vida de profissionais e pacientes na nova era
da medicina
Domingo, 18, é celebrado o dia do médico. A data,
eleita para valorizar o profissional de saúde, também é um período para que especialistas
e estudantes de medicina reflitam a respeito das mudanças vividas na área e,
claro, se preparem para o que está por vir. Assim como já aconteceu em outros
setores, a tecnologia vem transformando a saúde. Esse processo que vinha
caminhando lentamente nos últimos anos, tomou impulso com a pandemia da
Covid-19, que impôs uma série de restrições e cuidados extras para população e
também para os profissionais da saúde. Para Vinícius Côgo Destefani, Médico na
Sanar|MED e Cardiologista Intervencionista de Cardiopatias Congênitas da Sanar,
a aceleração da transformação digital da saúde traz uma série de reflexões
importantes para médicos e para todo o setor.
Veja abaixo as tendências para a saúde do
futuro:
1- Digitalização de parte do atendimento: A jornada
do usuário do serviço de saúde pode ser melhor otimizada. Muito tem se falado
em ter portas de entrada digitais para o sistema de saúde via aplicativos, por
exemplo. Dando mais clareza estatística e direcionamento para unidades dentro
do sistema. Para ter um diagnóstico o paciente precisa ir ao médico, fazer
exames em lugares diferentes, retornar, comprar medicações. É um processo
penoso, custoso e pouco eficiente com vários pontos que podem falhar onerando
todo o sistema. Retornos ao médico em grande parte poderiam ser online, por
exemplo. É preciso enxergar o paciente como um cliente que deseja uma
experiência de cuidado que deve ser satisfatória em toda a jornada, do
agendamento da consulta até o pós-tratamento e acompanhamento.
2- Educação e Atualização Médica Online: Grande
parte do aprendizado médico e das equipes pode ser feita no ambiente online.
Os ambientes de troca de informações virtuais cresceram e provaram que a
experiência de aprender pode ser muito boa no ambiente digital, superando inclusive
o ambiente presencial para alguns casos. É possível mensurar a aceitação de
estudantes com base no aumento na procura das plataformas da Sanar. “Em alguns
casos, os estudantes relatam gostar mais das aulas online do que presenciais. O
formato que combina ensino digital com experiências práticas será cada vez mais
comum”, aponta Felipe Marques da Costa, Médico pneumologista, líder da equipe
de pneumologia COPAN no Hospital Beneficência Portuguesa e coordenador da
pós-graduação em Medicina da Sanar.
3- Inteligência Artificial no atendimento: O uso
machine-learning, uma vertente da inteligência artificial, que oferece a
possibilidade de identificar padrões em dados e automatizar a construção de
modelos analíticos, será cada vez mais comum na medicina. As pessoas se
tornaram mais receptivas pela força da necessidade do isolamento. Com a
Covid-19, novos formatos de triagem de pacientes baseado em dados se tornaram
cada vez mais comuns, o que ajuda a otimizar os recursos da saúde.
4- Uso do pensamento ágil para criar soluções na
área de saúde: O pensamento ágil aplicado ao lean software na
indústria têm sido adotado para testar soluções novas na saúde. Testar rápido,
aprender, adaptar, com mínimo de custos, evitando-se o desperdício são pilares
que estão sendo incorporados na saúde. Pesquisadores estão se unindo para criar
coisas incríveis como ventiladores mecânicos que custam dez vezes menos.
“Existia uma convicção de que tudo relacionado a saúde deveria ser extremamente
complexo e caro, mas com a pandemia profissionais da saúde perceberam que
existem outros caminhos”, conta Ricardo Zantieff, cirurgião geral, Professor da
Universidade Federal da Bahia e Coordenador pedagógico Sanar.
5- Empoderamento do paciente: O médico
deixa de ser a única autoridade em termos de conhecimento. Cada vez mais as
pessoas buscam ativamente informações qualificadas sobre doenças, tratamentos,
alternativas e possibilidades, há um desejo latente em compartilhar decisões
com o médico(a). O paciente e seus entes queridos querem ter protagonismo no
acompanhamento da doença. É ilusório achar que duas ou três consultas por ano
resolvem todas as dúvidas e necessidades de alguém com uma doença crônica, por
exemplo. Existe uma onda de autocuidado acontecendo. Por isso, soluções nesse caminho
ganham espaço. O médico deve sempre orientar e explicar os cuidados que o
paciente precisará ter ao tomar qualquer decisão com base no que vê na
internet. Isso é especialmente importante nessa pandemia de fake news que
vivemos.
6- Conexão emocional: O setor
está entendendo de uma forma mais estruturada que entregar uma boa medicina
está cada vez mais distante de somente fazer o diagnóstico e dar uma conduta,
uma vez que tecnologias como a inteligência artificial, por exemplo, podem vir
a fazer cada vez mais no futuro. Grande parte do valor para o paciente está na
capacidade do médico(a) de se conectar com a sua realidade social, manejar suas
expectativa, emoções e dar uma excelente experiência de cuidado para o
indivíduo. “Entregar a parte técnica com qualidade é apenas um pré-requisito
para um bom atendimento, mas não é mais uma garantia de sucesso ou adesão
terapêutica”, explica Tamiris Machado, Médica e Coordenadora pedagógica Sanar.
7- Estruturas descentralizadas e compartilhadas: O cuidado
com a saúde deixa de ser centralizado em grandes hospitais e instituições e se
torna mais compartilhado. Existem exemplos de unidades de terapia intensivas
percorrendo domicílios na Austrália com monitoramento à distância.
Estruturas mais adaptáveis como os hospitais de campanha nos mostraram que é
possível pensar nestes novos formatos de atendimento. Há cada vez mais uma
perda de protagonismo do hospital como única unidade de cuidado e atenção à
saúde. O compartilhamento de dados entre instituições e governos é outra
tendência que ajuda bastante o mundo a pensar de forma integrada sobre
problemas que tendem a ser globais. Criou-se uma possibilidade de reflexão
colaborativa e o cenário de pandemia foi essencial para isso.
8- Uso de dados: A tendência
é de que cada vez mais a medicina leva em conta a análise de dados no
tratamento de pacientes e estudo de doenças. A experiência com Covid-19 mostra
a importância, por exemplo, de usar dados globais para rastrear os sintomas da
doença e as diferenças que apresentadas em cada país.
9- Médicos Influenciadores: Antes, o
eixo da autoridade técnica estava em grande parte na mão das instituições como
hospitais e faculdades. Porém, hoje está mais democratizado. Um médico(a) pode
lotar seu consultório por ser uma autoridade digital e mostrar que tem
expertise e conteúdo necessário. Essa autoridade compartilhada permite que os
médicos (as) ganhem protagonismo pessoal e tornem-se menos dependentes das
estruturas estabelecidas. Plataformas de teleconsulta tem permitido que eles voltem
a ser profissionais autônomos, inclusive. Nesse contexto é importante ressaltar
o peso das evidências científicas nas tomadas de decisão e a importância das
lideranças ao conduzir processos decisórios do setor.
10- Conhecimento Colaborativo: Profissionais
de saúde e pessoas de um modo geral vão sair da pandemia com uma perspectiva
mais colaborativa no que tange ao compartilhamento de conhecimento. Isso também
acelera plataformas comunitárias de trocas de informação e casos clínicos. Além
de colaboração técnica que tende a ser mais acentuada, como no comportamento
intensificado por pesquisadores pelo mundo para encontrar a cura da
COVID-19.
“Os profissionais que enxergarem esse processo como
oportunidades e menos como ameaças ao seu papel tendem a ter sucesso nesse novo
mundo que vem se desenhando, garantindo excelência no atendimento das
expectativas da população”, conclui Caio Nunes, Médico Radiologista e
Co-founder da Sanar.
Sanar - MedTech brasileira que possui a maior
plataforma online de educação médica do país.
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