Ministério da Saúde aproveita a data mundial para reforçar orientações sobre alimentação saudável para a prevenção da obesidade e outros problemas de saúde
A má alimentação é um dos principais fatores de risco para doenças e mortes no mundo. Por isso, no Dia Mundial da Alimentação, celebrado nesta sexta (16/10), o Ministério da Saúde reforça as ações de promoção à saúde dos brasileiros, incentivando uma alimentação saudável para a prevenção da obesidade e de doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes e problemas cardíacos.
“A alimentação inadequada tem um peso maior do que o tabaco, o
álcool e a atividade física na determinação da doença nos brasileiros. Então,
no momento em que nós adotamos um padrão de alimentação saudável, estamos
reduzindo o risco de ficar doente”, explica Gisele Bortolini,
coordenadora-geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde.
Por meio do Guia Alimentar para a População
Brasileira, elaborado pelo Ministério da Saúde, a população pode conhecer,
de maneira simples e descomplicada, as recomendações sobre hábitos saudáveis. Segundo
o documento, a base de uma alimentação saudável deve ser composta por alimentos
in natura ou minimamente processados. Ou seja: quanto menos processamento,
melhor para a saúde. Basta prestar atenção nos rótulos dos produtos para
diferenciar os alimentos que você está consumindo. Deixar de lado aqueles que
possuem ingredientes desconhecidos ou com pouca quantidade de produtos in
natura, e valorizar os alimentos brasileiros, como o arroz e o feijão, é uma
atitude essencial para a manutenção da saúde e prevenção de doenças.
“A base da alimentação dos brasileiros ainda é o arroz com
feijão, que são os alimentos in natura e minimamente processados, padrão de
alimentação que precisa ser preservado. Mas a participação de alimentos
ultraprocessados vem aumentando”, diz Gisele Bortolini.
CONSUMO
DOS ALIMENTOS
Segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2017/2018,
houve uma queda no consumo de alimentos in natura ou minimamente processados se
comparado com os estudos de anteriores. Por exemplo, de 53,3% em 2002/2003 caiu
para 49,5% em 2017/2018 o valor calórico total dos alimentos adquiridos no
domicílio. Também houve declínio no uso de ingredientes culinários (de 25,8%
para 22,3%). Em contrapartida, houve um aumento do consumo de alimentos
processados (de 8,3% para 9,8%) e ultraprocessados (de 8,6% para 18,4%).
Isso acende o alerta para maior incidência de obesidade,
diabetes e hipertensão. Doenças como diabetes, câncer, e relacionadas aos
aparelhos circulatório e respiratório são responsáveis por 63% das mortes
globais, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, as doenças
crônicas não transmissíveis correspondem a 72% das causas de óbito.
A coordenadora-geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da
Saúde dá a dica sobre qual é o prato perfeito para a sua saúde: “O básico é o
arroz com feijão, uma salada crua, um vegetal cozido, carnes e, água para
beber. Esse é o prato mais perfeito, produz saúde, e pode e deve ser consumido
no almoço e no jantar. E é saboroso”, completa.
OBESIDADE
Entre 2006 e 2019, dados
do sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas
por Inquérito Telefônico (Vigitel) mostraram maior prevalência de excesso de
peso entre brasileiros (de 42,6% para 55,4%), de obesidade (de 11,8% para
20,3%), de diabetes (de 5,5% para 7,4%) e de hipertensão (de 21,6% para 24,5%).
Gisele Bortolini destaca
a atenção dada aos usuários no Sistema Único de Saúde (SUS): “Ao procurar uma
unidade básica de saúde próxima de casa, os indivíduos encontrarão um leque de
ações que são ofertadas desde a vigilância, diagnóstico, tratamento e ações de
prevenção e promoção. O nosso objetivo é promover saúde para a população por
meio dos guias alimentares e diminuir o risco de adoecimento e excesso de
peso”, explica.
Nas crianças acompanhadas pela Atenção Primária à Saúde (APS) do
SUS, 14,8% dos menores de 5 anos e 28,1% das crianças entre 5 e 9 anos tinham
excesso de peso em 2019. Dessas, 7% e 13,2% apresentavam obesidade,
respectivamente. Quanto aos adolescentes acompanhados na APS em 2019, 27,9% e
9,7% apresentavam excesso de peso e obesidade, respectivamente.
Para orientar pais e
responsáveis, o Ministério da Saúde disponibiliza o Guia Alimentar para
Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos, com recomendações para
a alimentação saudável dos pequenos.
ESCOLHA
DOS ALIMENTOS
Saiba como fazer boas escolhas alimentares:
·
in natura ou minimamente processados: são
aqueles obtidos diretamente de plantas ou de animais e adquiridos para consumo
sem que tenham sofrido qualquer alteração após deixarem a natureza. Exemplos:
frutas, verduras, legumes, cereais como o arroz, farinhas, raízes e tubérculos
como a mandioca, grãos como os feijões, carne resfriados ou congelados,
ovos, castanhas, e leite pasteurizado;
·
produtos extraídos de alimentos in natura ou
diretamente da natureza: usados pelas pessoas para temperar e
cozinhar alimentos e criar preparações culinárias. Exemplos: óleos, gorduras,
açúcar e sal;
·
processados: produtos fabricados
essencialmente com a adição de sal ou açúcar a um alimento in natura ou
minimamente processado. Exemplos: legumes em conserva, frutas em calda, queijos
e pães;
·
ultraprocessados: produtos
cuja fabricação envolve diversas etapas e técnicas de processamento e vários
ingredientes, muitos deles de uso exclusivamente industrial. Com pouca ou
nenhuma quantidade de alimento in natura ou minimante processado na composição
Exemplos: refrigerantes, biscoitos recheados, salgadinhos de pacote e macarrão
instantâneo.
Marina Pagno
Ministério da Saúde
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