Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos sugere mudanças nos vistos de estudantes
O Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS)
propôs limites de tempos fixos para estudantes internacionais,
intercambistas e representantes da mídia de informação estrangeira para
combater as estadas prolongadas. Isso significa que a proposta
traz mudanças para a norma regulamentadora atual, fazendo com que
estudantes e jornalistas (em casos específicos) tenham um tempo
determinado de estadia.
Essas situações podem ser nebulosas, porque o
estudante, por exemplo, ao ter um visto aprovado, pode passar quatro anos
nos EUA e prolongar para 12 ou mais pela possibilidade de prosseguir os
estudos com o colegial, um curso de graduação ou pós-graduação. A ideia
proposta pelo Departamento de Segurança é exatamente o contrário, determinando
que o tempo de estadia nesses casos deve ser de no máximo quatro anos. No
entanto, a sugestão é que o visto inicial tenha o prazo de 240 dias, com no
máximo 240 dias deprorrogação.
Além disso, é sugerida pelo DHS uma alteração nos
critérios de elegibilidade para essas modalidades de visto. Outras questões
trazidas pelo departamento é que o limite de estadia pode ser encurtado caso o
aplicante venha de um país com taxa de overstay superior a 10% (países cujo os
visitantes costumam exceder o prazo do visto), lugares que patrocinam
terrorismo e visitantes que estejam se encaminhando a alguma instituição que
não esteja na I-Verify e não reconhecidas pela Secretaria de Educação.
Essa sugestão ocorreu por conta de a agência
federal procurar algumas soluções como a redução de fraudes e, por
consequência, a melhora na segurança do país. Isso evita que adversários
estrangeiros explorem o ambiente educacional dos Estados Unidos, e também ajuda
na questão de cumprimento das regulamentações de imigração.
Isso impacta diretamente no método utilizado para
as admissões atuais, em que os visitantes podem atualizar os vistos dentro
dos Estados Unidos. Esse é um problema pois muitas pessoas optam por
entrar no país como estudantes e acabam trabalhando ou desenvolvendo
alguma outra atividade no período. É ideal que a autorização para entrar,
ou permanecer no país, esteja de acordo com o que é realizado.
Nos últimos meses houve realmente mais cuidado com
essa questão por parte do DHS, que passou a cancelar vistos de estudantes.
Outra mudança com a proposta seria a redução de tempo de estadia após a
finalização do curso do aplicante, que atualmente é de 30 dias.
Alguns
países costumam incentivar o intercâmbio por diversas razões, como mais
conhecimento para os estudantes, ensino completo, um novo idioma e para levar
coisas novas ao voltar ao país de origem, algo que acontece muito na China
e em países árabes. Nós conseguimos perceber que muitas pessoas, ao aplicar o
visto, já realizam alguma negociação de descontos com escolas americanas que,
teoricamente, não são permitidos para estrangeiros. Essas instituições acabam
cedendo e ocupando vagas, fazendo com que os próprios americanos deixem de
estudar nesse local ou não tenham acesso a algum benefício, pois esse já
foi disponibilizado para um imigrante.
Por conta desses e outros motivos, é bem possível
que algumas alterações ocorram em relação aos vistos citados no futuro, já que
são realmente bons argumentos para que essas mudanças sejam efetivas na
segurança do país.
Daniel
Toledo - advogado da Toledo e Advogados Associados especializado em direito
internacional, consultor de negócios internacionais, palestrante e membro da
comissão de direito internacional da OAB. Para mais informações, acesse: http://www.toledoeassociados.com.br
ou entre em contato por e-mail daniel@toledoeassociados.com.br.
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