Volta às aulas:
como deve ser a atividade física na escola para garantir segurança diante do
Covid-19?
A discussão sobre a volta às aulas no País, mesmo
sem uma vacina contra o Covid-19 aprovada, traz à tona o debate sobre medidas
de segurança que reduzam o risco de contaminação pelo novo coronavírus. Entre
as atividades que merecem atenção, segundo a cardiologista infantil e médica do
exercício e esporte do Hospital Edmundo Vasconcelos, Silvana Vertematti, está a
prática de exercícios, comumente realizada em grupos nas aulas de educação
física ou no recreio.
A médica explica que as crianças têm protagonismo
na transmissão de infecções virais, e mesmo que no caso específico do novo
coronavírus ainda existam dúvidas sobre isso, é preciso muita atenção e
supervisão para minimizar os riscos no ambiente escolar. “Considerando todos os
fatores que envolvem o convívio social e transmissão viral entre crianças e
adolescentes, é necessário cuidado, principalmente entre os menores que são um
grupo de mais difícil controle de hábitos. Por isso, frisamos a importância da
supervisão da escola, especialmente nestes momentos de maior liberdade e
contato”, conta.
Uma das principais medidas a ser adotada nas
atividades é o distanciamento social, desestimulando práticas em grupos,
principalmente em ambientes fechados. Silvana lembra que é recomendado manter o
afastamento de um a dois metros entre os alunos e, em casos de dinâmicas como
caminhadas e corridas, ampliar a distância dados os efeitos aerodinâmicos.
As adaptações vão além e, assim como já implantado
no cotidiano de quem tem que ir à rua, o uso da máscara deve ser reforçado
durante a prática de atividade física nas escolas, assim como a lavagem
frequente e correta das mãos e a desinfecção das superfícies dos materiais
esportivos. “Essas recomendações estão alinhadas com as indicadas pela
Sociedade Brasileira de Pediatria. É preciso reforçar os cuidados de higiene,
pois são fatores essenciais no controle da infecção”, salienta a especialista.
Outro fator que deve ser lembrado na retomada às
aulas é a intensidade dos exercícios sugeridos, por influenciar diretamente na
saúde das crianças. “É sabido que atividades físicas de intensidade muito elevada
podem desencadear imunossupressão, principalmente nas crianças que tiveram o
condicionamento físico desfavorecido durante o isolamento social. Por isso,
indicamos práticas moderadas que favorecem o organismo de uma forma geral sem
estenuá-lo”, reforça.
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