Episódios recorrentes de estresse e ansiedade podem levar o colaborador ao esgotamento psico e físiológico
Depois de alguns meses em home office, já era para
todo mundo estar acostumado com a nova rotina, certo? No entanto, a sensação de
cansaço constante, tanto físico quanto psicológico, tem se tornado cada vez
mais intensa entre a população que segue trabalhando em casa. Nas sessões de
terapia, nas redes sociais e nas conversas do cotidiano, a semelhança das
reclamações fica bastante clara: falta de concentração, baixa produtividade e,
até mesmo, dificuldade para relaxar e aproveitar momentos de lazer.
Isso acontece, entre outros fatores, pelo
desequilíbrio na produção de cortisol. Em quantidade adequada, o hormônio
auxilia o sistema imune, confere ânimo para as atividades diárias e a resolução
de problemas e, em situações de susto ou medo, promove uma resposta mais rápida
do organismo. “Mas em alta dosagem, pode causar uma desregulação neuroquímica
significativa e acabar gerando um senso de urgência para tudo, independente da
gravidade”, explica a psicóloga credenciada da Paraná Clínicas, Rafaela
Teixeira. Esse estresse constante e sem medida, afeta o bem-estar geral e pode
levar não só à estafa mental, mas também física.
É por isso que muita gente que adorava sentar em
frente à TV e maratonar séries ou conseguia ler um livro inteiro em um único
fim de semana tranquilamente, já não alcança o mesmo desempenho. “Por estar
tudo bagunçado e pela cobrança gerada pelo home office, as pessoas não estão
conseguindo sentir prazer. Até quando se quer relaxar e se tem tempo para
relaxar, o pensamento permanece no e-mail que não foi respondido, por exemplo,
e não ocorre o desligamento do trabalho”, aponta Rafaela.
Quando o cansaço chega a esse nível, impactando de
forma física e fisiológica, não há psicológico que consiga controlar sozinho o
desequilíbrio neuroquímico. Para voltar à estabilidade é preciso desacelerar e
inserir na rotina atividades que incentivem a produção de endorfina, como
exercício físico ou meditação, ou investir em psicoterapia. “O problema é que
muita gente só procura ajuda quando está no limite ou já explodiu, aí pode ser
necessária ajuda medicamentosa”, destaca a psicóloga.
E se eu não der conta?
Além da autoexigência, tem muita gente enfrentando
cobranças do chefe ou dos próprios colegas de trabalho – não só por
produtividade, mas também por disponibilidade. Segundo a psicóloga, mesmo em
home office, é importante respeitar os horários, cuidar com o envio de
mensagens ou ligações muito cedo ou muito tarde, ou ainda aos fins de semana, e
com o agendamento de reuniões fora da jornada tradicional.
“Se no escritório era possível terminar duas
atividades por dia, não tem porque se cobrar para fazer três ou quatro agora
que está em casa. É preciso conversar com o chefe, mostrar dados, entender
porque a demanda aumentou e alinhar como continuar dando conta. Deixar esse
diálogo para depois, pode piorar a situação, fazendo o colaborador passar por
ineficiente ou irresponsável”, conclui a psicóloga.
Paraná
Clínicas
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