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sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Cadê a produtividade? Entenda como a autocobrança e o home office prolongado impactam o rendimento profissional e os momentos de lazer

 Episódios recorrentes de estresse e ansiedade podem levar o colaborador ao esgotamento psico e físiológico


Depois de alguns meses em home office, já era para todo mundo estar acostumado com a nova rotina, certo? No entanto, a sensação de cansaço constante, tanto físico quanto psicológico, tem se tornado cada vez mais intensa entre a população que segue trabalhando em casa. Nas sessões de terapia, nas redes sociais e nas conversas do cotidiano, a semelhança das reclamações fica bastante clara: falta de concentração, baixa produtividade e, até mesmo, dificuldade para relaxar e aproveitar momentos de lazer.

Isso acontece, entre outros fatores, pelo desequilíbrio na produção de cortisol. Em quantidade adequada, o hormônio auxilia o sistema imune, confere ânimo para as atividades diárias e a resolução de problemas e, em situações de susto ou medo, promove uma resposta mais rápida do organismo. “Mas em alta dosagem, pode causar uma desregulação neuroquímica significativa e acabar gerando um senso de urgência para tudo, independente da gravidade”, explica a psicóloga credenciada da Paraná Clínicas, Rafaela Teixeira. Esse estresse constante e sem medida, afeta o bem-estar geral e pode levar não só à estafa mental, mas também física.

É por isso que muita gente que adorava sentar em frente à TV e maratonar séries ou conseguia ler um livro inteiro em um único fim de semana tranquilamente, já não alcança o mesmo desempenho. “Por estar tudo bagunçado e pela cobrança gerada pelo home office, as pessoas não estão conseguindo sentir prazer. Até quando se quer relaxar e se tem tempo para relaxar, o pensamento permanece no e-mail que não foi respondido, por exemplo, e não ocorre o desligamento do trabalho”, aponta Rafaela.

Quando o cansaço chega a esse nível, impactando de forma física e fisiológica, não há psicológico que consiga controlar sozinho o desequilíbrio neuroquímico. Para voltar à estabilidade é preciso desacelerar e inserir na rotina atividades que incentivem a produção de endorfina, como exercício físico ou meditação, ou investir em psicoterapia. “O problema é que muita gente só procura ajuda quando está no limite ou já explodiu, aí pode ser necessária ajuda medicamentosa”, destaca a psicóloga.

 

E se eu não der conta?

Além da autoexigência, tem muita gente enfrentando cobranças do chefe ou dos próprios colegas de trabalho – não só por produtividade, mas também por disponibilidade. Segundo a psicóloga, mesmo em home office, é importante respeitar os horários, cuidar com o envio de mensagens ou ligações muito cedo ou muito tarde, ou ainda aos fins de semana, e com o agendamento de reuniões fora da jornada tradicional.

“Se no escritório era possível terminar duas atividades por dia, não tem porque se cobrar para fazer três ou quatro agora que está em casa. É preciso conversar com o chefe, mostrar dados, entender porque a demanda aumentou e alinhar como continuar dando conta. Deixar esse diálogo para depois, pode piorar a situação, fazendo o colaborador passar por ineficiente ou irresponsável”, conclui a psicóloga. 

 



Paraná Clínicas

www.paranaclinicas.com.br

 

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