COMO O TABAGISMO PODE AFETAR A FERTILIDADE?
Especialista da
Criogênesis esclarece questões relacionadas ao tema
Em 29 de agosto comemora-se o Dia Nacional do Combate ao Fumo.
Criada em 1986 pela Lei Federal 7.488, a data tem como objetivo reforçar as
ações nacionais de sensibilização e mobilização da população para os danos
causados pelo tabaco. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o
consumo de cigarro é responsável pela morte de 2 em cada três fumantes, além de
trazer diversos prejuízos à saúde.
As substâncias presentes nos cigarros podem
provocar doenças cardíacas, respiratórias e ainda afetar a fertilidade
masculina e feminina. "Alguns estudos apontam que mulheres fumantes não
possuem uma capacidade fisiológica de gerar um bebê tão eficientemente quanto
as não-fumantes. Além disso, as taxas de infertilidade em fumantes de ambos os
sexos são cerca de duas vezes maiores que as taxa de infertilidade encontrada
em não-fumantes", comenta Dr. Renato de Oliveira, ginecologista da Criogênesis.
Estudos realizados em animais apontam uma diminuição no tamanho
dos ovários, além de alteração do crescimento, número e amadurecimento dos
óvulos produzidos - eventos fundamentais para a reprodução humana. Em seres
humanos, pesquisas demonstram a presença de cotinina - metabólito da nicotina -
no líquido folicular de mulheres que fumam. Fumantes passivas - que inalam
fumaça de terceiros -, também apresentaram doses da substância.
O especialista alerta que o consumo de tabaco diminui a produção
de espermatozoides e provoca alterações em seu DNA. Ou seja, homens fumantes
têm chances de produzir uma quantidade menor de espermatozoides saudáveis, com
a motilidade reduzida e alterações na sua morfologia. Diminuem também a
quantidade de protamina, proteína responsável pela formação de cromossomos
durante a fase da fecundação.
Com isso, abortos espontâneos e taxas de deficiências no
nascimento são maiores entre as pacientes fumantes, mesmo em casos de tabaco
sem fumaça. "As mulheres que fumam são mais propensas a conceber uma
gravidez cromossomicamente insalubre, como por exemplo, bebês com síndrome de
Down, gravidez ectópica e parto prematuro", ressalta o Dr. Renato.
O cigarro também compromete a vascularização da circulação
placentária (que é extremamente necessária para o desenvolvimento adequado do
feto), propiciando graus variados de sofrimento fetal.
Mesmo nos tratamentos de fertilidade, como a fertilização in vitro
(FIV), os danos causados pelo tabaco podem levar a sérios impactos negativos.
Fumantes do sexo feminino precisam de mais medicamentos estimuladores do ovário
durante a fertilização e possuem menos óvulos. Além disso, as taxas de gravidez
são 30% menores em comparação com as pacientes de FIV que não fumam.
"Engravidar sendo fumante ativo ou passivo causa
consequências danosas à saúde do bebê. Além do risco já mencionado de aborto e
de gravidez ectópica, caso a gravidez vá adiante, a fertilidade do próprio feto
pode ser prejudicada no futuro. Caso seja uma menina, sua reserva ovariana pode
ser diminuída e, no caso de menino, é possível que ele se torne infértil no
futuro. Pela própria saúde e pela saúde dos seus descendentes, é preciso parar
de fumar antes de engravidar", conclui o profissional.
Criogênesis
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