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sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Tabagismo e a COVID-19

 

Freepik

29 de agosto é o Dia Nacional de Combate ao Fumo

 

A pandemia da COVID-19 mostra diversas facetas que precisam levar a reflexões, entendimentos e atitudes mais condizentes com a realidade da condição humana. A situação tem gerado muito sofrimento em geral, pelas consequências para a saúde, a economia, a educação e o futuro de todos. Na visão do médico pneumologista, professor universitário, integrante da Academia Sul-Rio-Grandense de Medicina e idealizador do Projeto Fumo Zero da Associação Médica do Rio Grande do Sul, Luiz Carlos Corrêa da Silva, nossa fragilidade veio à tona como nunca, pois nos tornamos reféns de um ser invisível, sem vida própria e que deveria ter sido combatido na sua origem.

“A expectativa de ser ou não contaminado assusta qualquer um. A espera da vacina chega a ser uma tortura. Mas onde entra o tabagismo nesta história? Não entra, ele já fazia parte. Um terço da humanidade fumava e agora muitos estão aumentando o consumo. A exacerbação da ansiedade e da depressão, e os desequilíbrios que sempre atormentam o ser humano pioram com todo este estado de insegurança, confinamento e isolamento. Dependentes da nicotina são estimulados ao uso, o que vale também para álcool e outras substâncias, e algumas na forma de medicamentos”, afirma.

As observações confirmam que fumantes têm grande desvantagem na COVID-19: doença mais grave, maior comprometimento pulmonar e mortalidade.

“As empresas e os investidores deste setor agora voltam-se mais ainda para produtos que, ao seu dizer, seriam mais seguros, mesmo que a ciência honestamente diga o contrário. Insistem com tabaco aquecido, cigarros eletrônicos e outros tipos de produtos inaláveis. Fazem uma das mídias mais perversas que se conhece nos tempos atuais para convencer que seus produtos não são danosos ou que causam menos danos que o tabaco tradicional. Obviamente, não têm credibilidade pois lobo nunca muda para cordeiro. Tentam de todas as maneiras convencer os jovens de que devem se iniciar no uso destes substitutos dos cigarros. Da mesma forma que fizeram há quase um século. O Fumo Zero agora tem novos desafios”, alerta o médico pneumologista, Luiz Carlos Corrêa da Silva.

A Aliança de Controle do Tabagismo lançou a segunda fase da campanha Conta do Cigarro. Em seu conteúdo, chama a atenção para o fato de que por ano, o país gasta cerca de R$ 57 bilhões com despesas médicas e de produtividade relacionadas ao cigarro. A indústria do tabaco paga R$ 13 bilhões em tributos. Ou seja, há um rombo de R$ 44 bilhões para o sistema de saúde brasileiro. A campanha pode ser acessada em www.contadocigarro.org.br.

 


Marcelo Matusiak


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