A síndrome do impostor é mais comum em mulheres
e pessoas bem-sucedidas pois os pacientes se sentem uma "fraude" no
trabalho e invalidam suas conquistas profissionais
Um
estudo realizado em 1978 por duas psicólogas americanas, Pauline Clance e
Suzanne Imes, mostra que pessoas bem-sucedidas possuem uma dificuldade muito
grande de se sentirem merecedores de grandes conquistas. Isso porque, elas
estão sempre com um profundo sentimento de inferioridade em relação ao
outro.
A
psicóloga Ana Gabriela Andriani, doutora pela UNICAMP, destaca que “os pacientes
com a síndrome do impostor se sentem menos qualificados que os outros. Logo,
essas pessoas têm dificuldade de receber avaliações positivas porque se acham
uma fraude”. Essa condição, segundo as pesquisadoras que descobriram a
síndrome, se dá por uma autopercepção de falsidade intelectual.
A
pesquisa mais famosa sobre a síndrome do impostor foi realizada pela psicóloga
Gail Matthews, da Universidade Dominicana da Califórnia, nos Estados Unidos.
Neste estudo consta que essa doença atinge cerca de 70% das pessoas
bem-sucedidas e, principalmente, mulheres. Segundo Ana Andriani, “as mulheres
que atuam em grandes cargos, que normalmente são ocupados por homens, se
pressionam mais e não se sentem boas o suficiente”.
Uma pesquisa realizada em 2018 por uma empresa americana chamada
“Sanity & Self” mostrou que 64% das mulheres millennials possuem a síndrome
do impostor, comparado a 46% mulheres mais velhas. Além disso, o estudo mostrou
que, apenas 36% das não millennials, possuem essa doença.
Síndrome
do impostor no mundo empresarial
O
profundo sentimento de inferioridade causado pela síndrome faz com que grande
parte dos universitários e, principalmente, dos empresários, sejam afetados por
essa doença. “É comum pacientes que não se sentem merecedores do cargo que
ocupam por causa dessa constante baixa autoestima”, comenta a psicóloga.
Além
disso, as pessoas com a síndrome do impostor não estão preparadas para novos
desafios, como uma promoção, por causa da dificuldade de reconhecer suas
habilidades.
“Elogios
e promoções de trabalho não são comemorados. Quem possui a síndrome, enxerga o
sucesso profissional como uma pressão para corresponder mais ainda as
expectativas da empresa ou do cliente”, observa Ana Gabriela Andriani.
As
consequências dessa síndrome se resumem a sensações de medo, estresse,
vulnerabilidade e constante tensão e tristeza. “O paciente precisa buscar ajuda
de pessoas próximas, como amigos e familiares, e contar para eles sobre esse
sentimento. Além disso, a procura por um psicólogo é essencial, pois é a ajuda
profissional que irá ensinar a sair dessa situação”, finaliza a psicóloga Ana
Andriani.
Dra.
Ana Gabriela Andriani - graduada em Psicologia pela PUC-SP e Mestre e Doutora
pela UNICAMP, além disso é pós-graduada em Terapia de Casal/Família pelo The
Family Institute, Northwestern University - Evanston, IL (USA). Ela também
tem especialização em Psicoterapia Dinâmica Breve pelo Instituto de Psiquiatria
do Hospital das Clínicas/USP e aprimoramento Clínico em Fenomenologia
Existencial na Clínica Psicológica da PUC-SP.
https://anagabrielaandriani.com.br/
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