Estudo da Demanda
Pesquisa e Desenvolvimento de Marketing ainda aponta que a experiência do home
office agradou, mas a preferência para o futuro é por um híbrido entre dias de
escritório e dias em casa
A Demanda Pesquisa e Desenvolvimento de Marketing
realizou em julho sua terceira edição da pesquisa Coronavírus e seu Impacto no
Brasil. Esse levantamento foi realizado por meio de questionários online, entre
os dias 16 e 21/07, e obteve 1.090 respostas, de todas as regiões do Brasil. Um
dos focos desta terceira onda era abordar o sentimento geral da população em
relação ao mercado de trabalho.
Atualmente 37% de quem está desempregado afirma que
perdeu seu posto em razão da pandemia. Destes, um terço (34%) diz que o foco
agora não é arrumar logo outra posição. O gerente de projetos da Demanda e
coordenador do estudo, Ricardo Lopes, conjectura a esse respeito: “Pode ser que
as pessoas já estejam atinando que os novos tempos vão exigir novas
habilidades, novos conhecimentos e comportamentos. Nesse contexto, é primordial
se qualificar num primeiro momento, para então sair à procura de um novo
lugar”.
Entre aqueles que permanecem empregados, nada menos
do que 49% continuam trabalhando exclusivamente de casa, no chamado home
office, outros 16% alternam dias em casa e dias no escritório e somente 9% já
retomaram integralmente sua rotina fora do lar. “Na medida em que provaram e
gostaram, tanto empresas como trabalhadores não têm motivo de apressar o
retorno”, conclui Ricardo.
E os dados corroboram: somente 26% de quem
permanece trabalhando em casa afirma não estar satisfeito com esta condição.
São pessoas que dizem sentir falta da presença física de clientes, colegas,
etc. Ou, ainda, sentem que estão trabalhando mais e rendendo menos, por conta
das dispersões domésticas e da falta de estrutura adequada. Todos os outros –
os mais de 70% satisfeitos – mencionam como justificativa para sua satisfação a
economia de tempo sem os temíveis deslocamentos de ida e volta do trabalho e
também a economia de dinheiro (transporte, combustível, alimentação).
“Os próprios entrevistados parecem ter a solução
para acomodar bem todas as aspirações: havia na pesquisa uma pergunta sobre
qual modelo de trabalho gostariam de adotar após o fim da pandemia, e então 65%
disseram que o ideal seria uma mescla entre dias no escritório e dias em casa”,
destaca Silvio Pires de Paula, fundador e presidente da Demanda Pesquisa e
Desenvolvimento de Marketing.
Quase metade acredita que sua vida mudou para pior
do início da pandemia até agora
O sentimento geral das pessoas com o momento da
pandemia é de desânimo. Cerca de 3 em cada 4 (73%) se diz desanimado
atualmente. Ao serem perguntados sobre o que mudou para pior ou para melhor do
início da pandemia para cá, metade deles (49%) afirma que a vida mudou para
pior no que diz respeito à vivência social e às oportunidades de lazer. Outros
37% sentiram piora no estado psicológico, em seu equilíbrio emocional. Em outro
sentido, 41% observaram que melhorou seu engajamento em ações solidárias e 53%
estão se relacionando melhor com suas famílias.
Muitos brasileiros fazem planos para quando a
pandemia acabar e somam 70% os que pretendem viajar assim que possível. Outros
planos muito presentes são rever familiares ou amigos (58% dos entrevistados) e
retomar ou iniciar a prática de algum esporte (42%). Enquanto isso tudo não é
possível, boa parte deles admite ter incorporado ou intensificado alguns maus
hábitos. A ingestão de chocolates ou doces em geral brotou ou cresceu em nada
menos do que 38% do público pesquisado. E o hábito de beber álcool agravou-se
ou incorporou-se à rotina de 20% dos internautas brasileiros participantes da
pesquisa.
Gabriela Prado - Diretora Executiva da Demanda, é
pesquisadora com mestrado em Infraestrutura Sustentável pelo Royal Institute of
Technology (Kungl Tekniska Högskolan), Stockholm, Suécia e doutorado em
Política e Administração de Recursos Minerais pelo IG-UNICAMP. Tem 20 anos de
experiência em pesquisa de mercado e atuado na empresa desde 2007. Liderada
estudos qualitativos e quantitativos no Brasil e LatAm,
Silvio Pires de Paula - fundou, em 1967, a
empresa da qual hoje é Presidente. Sob sua responsabilidade direta, a
Demanda já desenvolveu mais de 6.400 projetos completos de pesquisa de mercado
e opinião pública tanto no Brasil como em 20 outros países. Ele é Graduado e
pós-graduado em Administração de Empresas pela Escola de Administração de
Empresas de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas, e ocupou cargos de
Presidente ou Vice-Presidente de instituições como ABIPEME, ABEP, CFA e,
atualmente, é Vice-Presidente do CRA-SP.
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