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Um tema recorrente
na questão dos relacionamentos é: como conviver com as manias do outro? Mas,
espere aí... Será que o que incomoda é mesmo uma mania, ou estamos apenas
julgando o que é diferente daquilo que nós fazemos?
Segundo a orientadora emocional Camilla Couto, que
realiza um trabalho para mulheres e com foco em relacionamentos, o assunto
“manias” é um tema que sempre surge quando se conversa sobre casais: “gosto
muito dele, mas detesto quando ele faz isso ou aquilo – quem já não ouviu ou
falou uma frase parecida?”, pergunta Camilla. A questão é: “cada pessoa tem
seus gostos, jeitos e costumes próprios, vindos do convívio familiar, da educação
que recebeu e da forma como vive. Somos todos diferentes. Partir da premissa de
que os costumes do outro são manias, então, não seria julgar aquilo que é
diferente dos nossos próprios hábitos? É bom pararmos um pouco para pensar
sobre isso”.
Camilla enfatiza que, quando o assunto é manias,
devemos refletir sobre dois pontos importantes: “o primeiro deles diz respeito
às expectativas. Quando pensamos em alguém com quem nos relacionar ou quando
estamos conhecendo alguém novo, inevitavelmente idealizamos, criamos uma imagem
de como gostaríamos que a pessoa fosse, sonhamos com o parceiro ideal. Acontece
que, aos poucos, vamos percebendo que o outro é diferente daquilo que havíamos
imaginado. Descobrimos, inclusive, que ele tem algumas manias! Mas o que a gente
tem que aprender a observar e a levar em conta é o quanto existe de projeção
nossa nessas tais manias. Ou seja, o quanto estamos julgando o outro por uma
imagem idealizada que criamos no nosso plano mental. Ninguém é perfeito,
certo”?
O segundo ponto se refere às nossas próprias
manias, “isto é, ao nosso próprio modo de levar a vida, aos nossos hábitos e
costumes, especialmente depois de ficarmos um tempo sozinhos. Isso vale muito
para quem já teve um relacionamento mais longo, se separou e aí volta, depois
de um período, a se relacionar. No processo de juntar caquinhos de
relacionamentos desfeitos e embarcar em novas relações, precisamos tomar
cuidado para não carregar costumes e hábitos do parceiro anterior (ou do casal)
e nem gerar crenças limitantes sobre o amor. Cada pessoa é diferente e única”.
Camilla explica que, nesse panorama, podemos, por
exemplo, julgar alguém por ter um hábito parecido com o de um parceiro
anterior: “muitas vezes, nosso emocional ferido esquece que pessoa não terá
necessariamente o mesmo comportamento que a outra pelo simples fato de terem
uma ‘mania’ em comum. Hábitos e valores nem sempre estão conectados. Portanto,
antes de julgar, criticar ou se desencantar, é preciso realmente se propor a
conhecer o outro. Não são atitudes isoladas de uma pessoa que a definem, mas
sim, o conjunto delas”.
Por que uma toalha em cima da
cama pode incomodar tanto?
Você se incomoda quando seu parceiro deixa a toalha
úmida em cima da cama após tomar banho? Ou então, quando ele deixa a pasta de
dentes destampada? Por que atitudes como essas podem incomodar tanto? Segundo a
orientadora, primeiro, porque são diferentes daquilo que nós fazemos: “quem
também deixa a toalha em cima da cama ou a pasta destampada, dificilmente se
importará com esses hábitos do parceiro”. Para ela, quem cobra demais do outro,
cobra, geralmente, de si mesmo. “Será que, no fundo, não estamos punindo o
outro por algo que a nós não foi ou não é permitido fazer? Será que não existe
alguém lá dentro de nós apontando o dedo, enquanto nós mesmos desejaríamos ser
mais relax com a vida”?
Relacionamentos com cobranças e julgamentos se
tornam pesados e difíceis de engatar. Então, tente fazer uma análise das manias
do seu parceiro: “será que não dá para ir conversando, se ajeitando juntos e
entrando em alguns acordos? A relação ganha, vocês dois ganham, e o amor
vence”, finaliza.
Camilla Couto - Orientadora Emocional para
Mulheres, com foco em Relacionamentos. Criadora/ autora do Blog das Amarildas e
fundadora do PAR - Programa Amarildas de Relacionamentos. Orientadora
emocional, Terapeuta Floral (TF-153-17/SP) e Contoterapeuta, viveu durante 8
anos no exterior conhecendo diferentes culturas e comportamentos. No blog
amarildas.com.br, compartilha seus estudos sobre amor, relacionamentos e dependência
emocional - com o propósito de promover mais entendimento sobre esses temas e
de incentivar as mulheres a se amarem e valorizarem cada vez mais.
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