Época simboliza fechamentos e recomeços e é
importante valorizar o que foi conquistado, além de fazer novos planos
O
fim do ano e o começo de um novo é um momento que naturalmente leva as pessoas
a uma reavaliação de seus projetos e planos, analisando o que foi realizado e
aquilo que acabou ficando para depois. Essa avaliação pode trazer tristeza e
sensação de não ter feito tudo que queria, mas também pode ser encarada de
forma positiva, quando o indivíduo toma consciência de suas conquistas e
projeta novas metas para o ano que se aproxima.
O
psicólogo da clínica Holiste Psiquiatria Cláudio Melo aponta que fazer um balanço
da vida é positivo, bem como fazer um planejamento para o ano que começa. “Para
muitas pessoas o sentimento de introspecção se intensifica nesta época. É
importante que esta emoção seja transformada em uma análise do que fizemos, das
decisões que tomamos, do que precisamos buscar para o próximo ano. Desta forma,
fazer este balanço e ter momentos de reflexões podem ajudar no autoconhecimento
e no aprendizado”, revela.
Sentimentos
de tristeza ou sofrimento são naturais e fazem parte de uma vida saudável, pois
a qualidade de vida e o bem-estar estão atrelados à forma como aquele indivíduo
lidará com essas situações e não somente à existência da sensação, destaca
Lívia Castelo Branco, psiquiatra da Holiste.
“O
fim do ano geralmente é uma época de reflexão, de realizar um balanço do que
foi feito durante o ano e projetar novos planos para o ano seguinte. Toda essa
expectativa pode acabar gerando frustações nas pessoas, seja porque não
conseguiram concluir projetos ou por não conseguirem vislumbrar novas metas.
Mas a tristeza ou melancolia não são necessariamente coisas ruins. Podem e
devem ser usadas como reforço para vencer as situações que não são as desejadas
pelo indivíduo”, reforça.
Para
a terapeuta Lívia Brandão, é importante acalmar um pouco a correria do
cotidiano e trocar o foco da reflexão das coisas que não se alcançou para as
coisas que, efetivamente, foram conquistadas.
“Vale
o esforço de valorizar as pequenas conquistas, perceber a alegria de momentos
simples que trazem grande satisfação, deixar de focar no que perdeu e valorizar
o positivo na vida. Não somos iguais à pessoa que fez os planos no final do ano
passado, então é importante lembrar que essa nova pessoa terá novas metas e que
elas não precisam estar apoiadas em uma superformance. As idealizações precisam
estar pautadas em coisas possíveis”, reflete.
O psiquiatra da Holiste, André
Gordilho salienta que é possível utilizar os sentimentos que a época de Natal e
fim de ano geram de uma forma positiva, fazendo uma reavaliação pessoal.
“Pode ser um momento muito
rico para repensar a vida e tomar decisões. Ninguém é feliz o tempo todo e é
preciso aprender a lidar com a dificuldade para o amadurecimento pessoal”,
enfatiza.
Quando o incômodo não passa
A pergunta que
fica é se existem casos nos quais o momento de reflexão e reavaliação do fim do
ano pode levar a um transtorno como a depressão.
O psicólogo Cláudio Melo
aponta que muitas pessoas que apresentam um quadro patológico no final
de ano já possuem indícios ou histórico de depressão. Um ano de
muitas dificuldades aliado a outros fatores individuais podem levar a quadros
de ansiedade ou depressão, por exemplo.
Dessa forma, Cláudio alerta
que, caso a pessoa sinta um incômodo que não passa com o tempo e que começa a
afetar aspetos de sua vida, como o convívio familiar, o trabalho e outros, é
preciso buscar ajuda de um profissional especializado para avaliação.
“Apesar
de naturais, essas sensações, quando se prolongam e começam a trazer prejuízos
para a vida da pessoa, podem ser processos depressivos ou sintomas de outros
transtornos mentais, exigindo tratamento”, conclui.
Cláudio Melo - Psicólogo
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