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segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Riscos de queimadura aumentam durante festas de fim de ano


Especialista do Hospital São Camilo alerta sobre os perigos dos fogos de artifício e outras situações que favorecem acidentes nesta época


Exposição ao sol forte, acidentes com o fogão ou, ainda pior, queimaduras com fogos de artifício são algumas das situações de risco mais propensas a acontecer durante as festas de fim de ano.

Segundo a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), os fogos são responsáveis por mais da metade dos casos de queimadura nas mãos. E o problema pode ser bastante grave: cerca de 10% destes casos registram amputação de dedos ou da própria mão.

A Dra. Silvana Lessi Coghi, dermatologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, explica que as queimaduras acontecem quando os tecidos do corpo ficam expostos à ação de uma fonte de calor.

Portanto, conforme o grau da queimadura ou a profundidade da ação, um tipo diferente de evolução vai acontecer na pele e nos tecidos, diferenciando os sinais e o tratamento necessário.


Tipos de queimadura da pele

As queimaduras chamadas de primeiro grau são aquelas em que o calor afeta a camada superficial da pele, a epiderme.

“Elas causam grande vasodilatação e, por isso, a área queimada fica com aquela cor característica, bem vermelha”, descreve a Dra. Silvana. Fica também a dor e, muitas vezes, a sensação ardida, que piora quando tocada.

Neste caso, a recuperação costuma ser rápida: o tecido lesionado se reconstitui ao longo das primeiras 24 a 48 horas, curando em cerca de 3 ou 4 dias e sem deixar quaisquer cicatrizes.

Já nos casos de queimaduras de segundo grau, a lesão atinge as camadas mais profundas da pele, a derme.

A característica deste tipo de queimadura é a presença de bolhas, inchaço e dor intensa. Acontece normalmente a perda da camada superficial da pele e pode ocorrer também perda de água e de sais minerais, causando um quadro de desidratação.

Essas queimaduras são dolorosas, e a evolução depende da profundidade da queimadura. O epitélio costuma se regenerar só depois de uma ou duas semanas e não deixar cicatrizes. Porém, se a queimadura for mais profunda, o tempo de cura será maior e é possível notar algumas marcas e manchas permanentes.

De acordo com a dermatologista, o pior acontece com as queimaduras de terceiro grau. Nelas, ocorre lesão de toda a pele, atingindo os tecidos mais profundos, os músculos ou até os ossos.

Aqui vale um alerta: esse tipo de queimadura pode não ser dolorosa, já que as terminações nervosas que causam dor são destruídas junto com a pele. Portanto, a cura de uma queimadura de terceiro grau pode levar muito tempo – meses e até anos, podendo não ocorrer a regeneração completa de forma espontânea.

A médica ressalta que o processo de cicatrização pode incluir cirurgias de reparação com enxerto de pele retirada de outras regiões do corpo.


O que fazer em caso de acidente?

No geral, uma queimadura entre leve e mediana requer um primeiro passo emergencial: aplicar água fria em abundância na área queimada durante pelo menos 10 a 15 minutos e, se possível, também lavar com soro fisiológico.

“Daí, é secar a área com bastante cuidado, para evitar contatos com a queimadura, causando dor e mais lesões. Também é importante desinfetar a área com um antisséptico comum, de preferência sem cor ou cheiro e sem álcool, para evitar agravar a queimadura”, recomenda a dermatologista.

Segundo ela, pomadas ou cremes só devem ser aplicados em queimaduras de primeiro grau – e se forem queimaduras provocadas por alimentos ou superfícies quentes ou exposição ao sol excessivo, por exemplo.

Outros tipos de queimaduras precisam ser vistos por um profissional de saúde antes de usar qualquer remédio (queimaduras com produtos químicos, por exemplo, pedem cuidados especiais).

Numa queimadura grave, deve-se procurar um pronto atendimento médico com urgência. E adotar algumas medidas até conseguir ser atendido, como retirar a roupa sobre a área queimada com bastante cuidado (mas sem forçar a remoção, senão o tecido “colado” pode causar danos gravíssimos à pele).

Os fogos de artifícios, no entanto, são um caso à parte. Um acidente com esse tipo de material traz muitas vezes laceração completa dos tecidos – e, inclusive, risco de queimaduras nos olhos, causando perda de visão.

Para utilizá-los sem riscos, a especialista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo aconselha manter distância das mãos e do rosto, além de isolar a área, afastando principalmente as crianças.

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