Pediatra
fala sobre os principais fatores de risco e dá dicas para proteger os pequenos
de possíveis danos causados por sol, mosquitos e sudorese intensa
O verão
está no auge e o calor está intenso em todo o País. Com ele, alguns problemas
de pele começam a surgir, principalmente em crianças pequenas. Ao contrário da
maioria dos adultos, as crianças ficam grande parte do seu tempo diário em
ambientes externos e acabam se expondo de maneira importante aos raios solares.
Por isso, a pediatra Cássia Amaral, docente de Medicina da Anhembi Morumbi,
integrante da rede internacional de universidades Laureate, faz o alerta: “a
exposição solar excessiva durante a infância é um fator particularmente
significativo no risco futuro de desenvolvimento de câncer de pele”. “Existe uma
clara relação entre a exposição solar ao longo dos anos e o desenvolvimento de
carcinomas cutâneos”, enfatiza a especialista.
Entre as
várias medidas de proteção à radiação solar, o uso de filtros solares previne o
surgimento dos cânceres de pele. A recomendação é aplicar o filtro solar com
fator de proteção mínimo número 15 durante os primeiros 18 anos de vida. “Essa
fotoproteção é necessária diariamente”, enfatiza. Além disso, inclua na rotina
da criança o uso de chapéus, óculos escuros e roupas adequadas, evitando a
exposição solar exagerada. Também fuja do sol nos horários de maior índice de
Raios Ultravioletas, entre 10h e 16h. Uma regra que pode auxiliar a identificar
quando é preciso evitar o sol é a da sombra: o sol é mais danoso quanto menor é
a sombra da criança em relação à sua altura.
Mas,
atenção: bebês até seis meses não devem usar filtro solar e nem devem ser
expostos diretamente ao sol, principalmente nos horários de maior risco. “Entre
os seis meses e 2 anos é preferível o uso dos filtros físicos (também
conhecidos como mineral), por serem menos alergênicos em relação aos filtros
químicos. Caso opte por roupas com fator de proteção, Cássia indica optar por
peças de cores escuras. “As cores escuras e as altas concentrações de corantes
absorvem mais raios ultravioletas, não deixando ultrapassar para a pele. Cores
escuras no mesmo tecido, como azul, vermelho e preto absorvem mais os raios
ultravioletas do que as claras, como o branco, azul claro ou bege”.
A
especialista ressalta ainda, tanto para as crianças, quanto para os adultos, a
necessidade de aplicação dos filtros solares em áreas da pele não protegidas
por roupa, antes da exposição ao sol, bem como a reaplicação a cada 4 horas,
após suor excessivo ou mergulho.
Picadas de
insetos
As principais
alergias que aparecem no verão são decorrentes de picadas de insetos, que se
proliferam nesta época. Eles aparecem, normalmente no nascer e no pôr-do-sol.
Por isso, deixe as janelas fechadas nesses horários ou use telas de proteção. O
ar condicionado ajuda a espantar os mosquitos, assim como o vento do
ventilador. É possível ainda usar repelentes elétricos, com liberação de
inseticidas. “Eles são uteis e impedem a entrada dos insetos no ambiente. Mas,
cuidado para que as crianças não retirem o produto da tomada”, alerta.
Se não for
possível usar roupas com mangas longas e calças compridas com tecidos mais
grossos por conta do calor, os repelentes tópicos podem ser usados por maiores
de seis meses, “mas nunca durante o sono ou por períodos mais prolongados”,
enfatiza. “Também não passe o produto nas mãozinhas das crianças, pois eles
podem leva-lo à boca”, completa. Acima de 2 anos, os que contém DEET são os
mais utilizados.
Outra
alternativa é utilizar roupas tratadas com repelentes ou aplicar produtos que
contenham permetrina O,5% nos tecidos. Evite roupas escuras e não use perfumes,
pois atraem insetos.
Suor
Muitas
crianças, devido a sudorese intensa, podem ficar com a pele irritada. O ideal é
deixar o ambiente sempre bem arejado e evitar roupas sintéticas. “Ao verificar
a pele da criança irritada, devemos lavá-la com água corrente, evitando
sabonetes antissépticos. Se houver prurido, procure um médico”, conclui.
Cassia
Amaral - Pediatra e docente do curso de Medicina da Universidade Anhembi
Morumbi.
Laureate
International Universities
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