Quais as características de um
super-herói?
Todos devemos responder: o seu poder, sua força, determinação. Mas
o que podemos aprender com a ficção para utilizar no nosso dia a dia e que pode
nos salvar em momentos de desafios?
Nem só de poderes vivem os super-heróis. Às vezes são as suas
fraquezas que despertam nossa simpatia. Assim como eles, nós também sentimos
que somos frágeis diante de algumas situações; alguns têm medos específicos
(altura, insetos) outros têm medos inespecíficos e gerais. Mas uma coisa é
certa: Todos trazemos uma porção de fragilidades e medos que são perfeitamente
humanas (e instintuais de preservação).
Então certamente é muito humano aceitar que grande parte de nós
tem traumas a serem superados, sejam eles da nossa infância ou adolescência. Os
conflitos psicológicos fazem parte do nosso desenvolvimento e vão nos
acompanhar por todas as fases de nossa vida. A resiliência, ou a força em
superá-los, faz parte do desafio de bem viver.
Criar objetos igualmente poderosos é outra técnica que funciona
bem em se tratando de heróis. Estes objetos de poder podem ser comparados
aqueles que nos fortalecem diante dos desafios: sejam terços, patuás, orações,
respirações, mentalizações, rituais, todos nós temos nossos objetos de defesa e
poder.
A utilização da agressividade quando precisamos resolver algo
também nos aproxima dos heróis. É nosso sistema de defesa e fuga que nos
auxilia quando precisamos de fôlego ou velocidade extras. Ao mesmo tempo nos
mostra que algo vai errado quando adquirimos síndrome do pânico ou distúrbios
de ansiedade. Mas podemos aprender a equilibrar nossa agressividade com
nossa calma e paciência, obtendo os melhores resultados.
Muitas vezes não sabemos como descobrir ou utilizar a nossa força.
E precisamos da ajuda de alguém que já fez aquele caminho. São os nossos
curadores, mentores, professores, que nos ajudam a descobrir as nossas
habilidades, desenvolvendo nossa confiança para saltarmos de um ponto ao
outro.
Muitas vezes saltar não é uma escolha. Somos lançados ao desafio
sem que ninguém nos pergunte se estamos preparados ou não. Aliás vamos reclamar
e dizer que não estamos preparados. Um herói é covarde no início e no final é
corajoso ou egoísta no início e no final altruísta.
Todo ser humano foi feito para vencer. Olhar as histórias e mitos
é uma maneira de nos identificarmos com um caminho. Podemos sim ser heróis de
nossa própria história!
Ana Cássia Stamm
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