Ao longo da minha profissão, já atendi inúmeros
processos de imigração, para os mais diversos países, e em quase todos, o
questionamento mais comum é sobre que tipo de negócio abrir, ou até mesmo, como
começar a estruturar uma empresa. Quando o cidadão quer sair do país de origem
dele, é comum esquecer que há uma série de detalhes que irão impactar, seja de forma positiva ou negativa.
Por exemplo, se a ideia é abrir uma papelaria no
Brasil, na esquina de uma avenida com grande movimentação, existe a
chance de dar certo? Sim, se você conhece o ambiente, fez uma pesquisa de
mercado e entendeu que haverá um potencial consumo dos produtos. Mas antes
de identificar essa oportunidade, foram feitos um estudo detalhado,
pesquisa, planejamento e um plano de negócios.
O empresário vai ter que lidar também com as
grandes redes e com o comércio local, que vende itens parecidos, pronto
para atender quem gosta de coisas mais próximas e facilidade. Na Kalunga,
que é uma grande rede do segmento de papelaria e informática, é possível adquirir
todos esses produtos, mas às vezes, a loja fica muito longe, então o
cliente prefere ir apenas até a esquina e comprar o que precisa. Esse
comportamento alimenta o mercado mais regionalizado.
Já nos Estados Unidos, isso não acontece porque a
maioria das pessoas prefere comprar pela internet. O consumidor
norte-americano, por exemplo, ainda que tenha um apetite voraz por comprar,
possui um perfil um pouco diferente em relação ao que o empresário brasileiro
está acostumado. Para se ter uma ideia, grande parte adquiri pelo Amazon ou
compra pelo Office Depot e tudo chega em perfeito estado e no conforto do lar.
Além disso, a banda larga, geolocalização que
permite as empresas ofertar de acordo com a localidade do cidadão, somado
a uma cultura digital mais avançada colaboram para esse movimento só
cresça e, em contrapartida, faz com que o comércio regional desacelere
suas atividades.
Então, antes de sair do Brasil e começa a sonhar, é
preciso esvaziar o copo e pensar no comércio da região para onde quer ir,
não apenas nos EUA, mas Portugal, Espanha, França, Canadá, todos esses
lugares são diferentes. Cada um deles tem os seus costumes, cultura e uma
forma de enxergar o comércio.
Por todos esses motivos, sempre recomendo que antes
de começar a planejar uma mudança de país, o ideal é passar um tempo no
lugar em que quer morar, não precisa ser muito tempo, apenas o necessário
para conhecer, entender e sentir como que o entorno funciona. Não para
passear, mas sim com propósito técnico e uma visão profissional. Acredito
que em um mês é tempo suficiente para identificar todos esses fatores. Uma
outra opção é contratar um profissional daquele lugar, que já tem todas
essas questões mais do que respondida, e que vai poder orientar sobre as
questões de negócios e oportunidade que o local pode oferecer.
Daniel Toledo - advogado da Toledo e Advogados Associados especializado em
direito internacional, consultor de negócios internacionais, palestrante, sócio
fundador do grupo Loyalty Consultoria Internacional. Para mais informações,
acesse: http://www.toledoeassociados.com.br
ou entre em contato por e-mail daniel@toledoeassociados.com.br.
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com dicas para quem deseja morar, trabalhar ou empreender internacionalmente.
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