A revolução industrial, em meados do século XVIII,
foi o primeiro passo para a modernização, alterando a economia e as relações
sociais; o start para o surgimento da tecnologia. A necessidade pode ser a
‘mãe’ das grandes invenções tecnológicas, como por exemplo a urgência de
melhorar a comunicação, resultando no telefone, invenção de Alexander Graham
Bell, em 1876.
A tecnologia não para. Com isso, o perfil do
consumidor está em constante mudança, cada vez mais conectado, exigente e
procurando ao máximo otimizar tempo. Segundo pesquisa da instituição americana
Gallup Organization, 80% dos 2,5 milhões de americanos que responderam às
perguntas não tinham tempo para executar todas as suas tarefas diárias. Novas
gerações, como a Y, os millenials, não admitem mais processos antigos, lentidão
e falta de qualidade, toda evolução tecnológica desafia os hábitos e
comportamentos dos indivíduos. No mundo comercial, são chamados de
superconsumidores., clientes conectados e com grande acesso à informação e
concorrência.
O fato de que uma empresa, recente ou não, precisa
se adequar ao novo estilo dos seus clientes não é novidade, a grande questão é:
‘Como pode ser feito na minha empresa?’
Implementar as novas tecnologias a fim de atender
os ‘superconsumidores’ não precisa ser exclusivo para empresas com grande porte
financeiro. O sucesso final das vendas vai além do seu produto, se resume na
experiência do usuário, no tempo gasto e na conveniência que vai ofertar para o
cliente final, ou seja, a empresa que ofertar mais conveniência sairá na
frente.
O sucesso do casamento produto e customer
experience torna o usuário defensor e propagador natural, além do retorno
direto no caixa, o real poder está no peer-to-peer, em que uma pessoa
influencia quem está ao lado. Cliente fiel é aquele que recebe experiências que
se adaptam à sua realidade, são fluidas e satisfatórias por trazerem
facilidades. No estudo do Brasil Food Trends 2020, 78% das pessoas analisadas
citam conveniência e praticidade como uma das principais tendências globais
relacionadas ao consumo alimentar.
Hoje, tempo é o mantra do negócio. O
simples uso de um tablet, por exemplo, pode otimizar o período em que o cliente
está na loja, fazendo ele preferir por aquele estabelecimento e voltar mais
vezes.
Em “Conveniência é o nome do negócio”, livro
publicado pela editora Planeta, explico a importância de compreender o funil de
vendas, formado por um conjunto de etapas e gatilhos. São eles:
Fase de consciência: a etapa despertada depois que
o cliente entra em contato com a empresa. Fundamental que ele receba a oferta
de conteúdos ricos.
Fase de conhecimento: o cliente está em busca de
resolver suas necessidades, a função da empresa é ajudá-lo com dicas e
técnicas, o amadurecimento da venda de forma prática e rápida.
Fase da compra: o cliente fechou o negócio, mas o
trabalho não termina aqui. É o início da fase do relacionamento, o que você vai
ofertar para o conforto e comodidade.
Fase de entrega: o cliente recebe o produto e
voltará a comprar ou chegará à fase da indicação, em que se torna um promotor
da marca.
São estratégias assertivas que abordam a
individualidade, continuidade, delivery, acesso, self-service, assinatura e
curadoria, as sete faces da conveniência, para que os empreendedores possam
reduzir atritos e facilitar a vida ao cliente, além de fazer com que virem fãs
divulgadores do produto ou serviço.
Com passos estratégicos e certos, uma instituição
não precisa temer o tal do ‘monstro da modernização’ na era dos consumidores
super conectados. É possível transformar o cenário do Brasil por meio de um
empreendedorismo inovador, capaz de criar produtos e serviços para melhorar a
realidade das pessoas.
Arthur Igreja - TEDx speaker, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV),
especialista em Inovação, Gestão, Empreendedorismo e Tecnologia. Masters em
International Business pela Georgetown University (EUA), Masters of Business
Administration pela ESADE (Espanha) e Mestrado Executivo em Gestão Empresarial
pela FGV. Pós-MBA e MBA pela FGV. Certificações executivas em Harvard e
Cambridge. Atuação profissional em mais de 25 países.
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