Quantas vezes
acabamos vivendo relações que duram por anos, mas que são baseadas em diversos sentimentos,
menos em amor? Como você avalia os sentimentos que direcionam e mantêm suas
relações? Será que é amor?
O amor é o sentimento mais romantizado, o mais desejado
e, talvez, o mais distorcido. A Orientadora para Mulheres, com foco em
relacionamento, Camilla Couto, questiona: “quantas vezes será que você já amou
de verdade? O que é o amor em uma relação de casal? Há quem viva por anos com
alguém, e descubra, no fim da vida, que não amou de verdade”. Segundo ela, não
deve haver arrependimento maior do que não ter vivido um sentimento de verdade,
não é mesmo? Por isso, é preciso observar se as suas relações têm permitido
amar e ser amado.
Camilla lembra que, quando estamos com alguém, há
muito envolvido: “experiências passadas, traumas, crenças, expectativas,
opinião familiar, status social. E tudo isso da parte dos dois. Saber se o amor
está presente, no meio disso tudo, pode ser uma tarefa um tanto complexa. Principalmente
quando começamos um relacionamento e nos vemos envoltos pela paixão, pelo
desejo, pelas fantasias – aí, é ainda mais difícil saber”. Mas ela afirma que,
com o tempo, é possível perceber e identificar o que realmente faz parte da
relação.
Ela enfatiza: “tem quem permaneça em uma relação,
depois que a paixão passa, por apego ou carência. A paixão pode, inclusive, ser
fruto desses sentimentos. Quando estamos muito carentes, costumamos aceitar o
que vem, nos apaixonamos pela primeira pessoa que parece preencher os
requisitos básicos. Depois, temos medo de estar novamente sozinhos, e vamos
deixando a relação acontecer”.
“Tem, também, gente que opta por ir levando uma
relação porque o outro é super amoroso. Muitas vezes, quando gostamos do jeito
que somos tratados, surge o medo de nos distanciarmos dessa proteção.
Acreditamos que, talvez, jamais encontraremos alguém que nos ame tanto assim e
nos trate tão bem”, diz ela.
Mas Camilla reflete que, em nenhuma dessas
situações, há exatamente amor envolvido. E que nem sempre temos consciência
disso e do que realmente rege as nossas relações, até começarmos efetivamente a
olhar para os nossos sentimentos. Fazer essa avaliação faz parte de se
conhecer, de se entender, de buscar mais saúde emocional, para pode viver
relacionamentos mais assertivos e harmoniosos.
Outro aspecto que ela enfatiza é o da vingança:
“muitas vezes, quem sai de um relacionamento de forma conturbada, em que se
sentiu traído ou trocado, por exemplo, pode engatar outra relação e permanecer nela
pelo pior dos motivos: vingança. Para evitar ficar sozinho, para que vejam que
está “feliz”, muita gente segue em uma parceria que nem de perto é a ideal”.
Mas ela questiona: “será que vale a pena”?
Ou então, há quem fique com alguém por pura
conveniência... para agradar a família, para se aproveitar das boas
condições financeiras do outro, para causar ciúme em outro alguém. Tudo errado.
E o amor, fica onde? “Quando amamos, nada disso importa! Sei que parece clichê,
mas é assim mesmo”, lembra ela.
“Eu atendo muitas pessoas que não fazem ideia do
porquê mantêm suas relações. Ou, pior, não conseguem responder de maneira
espontânea e verdadeira à simples pergunta: “Você ama quem está com você?”,
explica a orientadora. Segundo ela, tem gente que até diz que sim, mas se
justifica com motivos que nada têm a ver com o amor.
Camilla lembra: “o amor é fluido, é fácil, é
simples, acontece. Não requer grandes esforços e mais: não compara, não olha
conta bancária, não vem cheio de estratégias, não é previsível e não vem com
manual. Se tem respeito, se é recíproco, se evolui e faz com que os dois
cresçam e amadureçam, aí, sim, há grandes chances de ser amor. Fora isso, pode
ser um monte de fantasia e de minhocas da sua cabeça ou até do seu coração”.
“Tenha clareza do que realmente você sente por seu
parceiro ou parceira e o que move suas relações. Será que é mesmo amor? Não se
culpe se sua resposta for outra. Mas faça a sua parte. Olhe para dentro de si e
busque as respostas e os sentimentos que direcionam a sua vida e os seus
relacionamentos. Faça isso enquanto é tempo. O que importa, no final das
contas, é que seja de verdade. Não desperdice sua vida vivendo pela metade”,
finaliza Camilla.
Camilla Couto - Orientadora Emocional para
Mulheres, com foco em Relacionamentos. Criadora/ autora do Blog das Amarildas e
fundadora do PAR - Programa Amarildas de Relacionamentos. Orientadora
emocional, Terapeuta Floral (TF-153-17/SP) e Contoterapeuta, viveu durante 8
anos no exterior conhecendo diferentes culturas e comportamentos. No blog
amarildas.com.br, compartilha seus estudos sobre amor, relacionamentos e
dependência emocional - com o propósito de promover mais entendimento sobre
esses temas e de incentivar as mulheres a se amarem e valorizarem cada vez
mais.
Fonte: Biointegral Saúde
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