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domingo, 23 de setembro de 2018

Sete atitudes arriscadas praticadas pelos doentes cardíacos


  Cardiologista do Instituto Lado a Lado pela Vida listou os principais - e mais perigosos - desleixos relacionados ao tratamento das doenças do coração 


Setembro Vermelho é o mês para lembrar de que as doenças cardiovasculares são a principal causa de mortes em todo o mundo: de acordo com o Ministério da Saúde, 300 mil brasileiros morrem a cada ano acometidos por diferentes cardiopatias.

"Estes óbitos ainda são considerados uma fatalidade pela população, mas eles poderiam ser evitados com a simples adesão ao tratamento", afirma Dr. Marcelo Sampaio, cardiologista e membro do comitê científico do Instituto Lado a Lado pela Vida (LAL). Para aqueles que ainda acreditam que o coração para do nada, Dr. Sampaio explica que existem diversos fatores de risco. "A maioria deles está ligada às escolhas feitas pelos próprios pacientes, tais como tabagismo, sedentarismo e obesidade", revela o médico. 

Por serem silenciosas, as doenças cardíacas dão a falsa impressão aos seus portadores de que a saúde vai bem - o que não é verdade. Consequentemente, os pacientes acabam tomando atitudes arriscadas, que podem resultar em graves ocorrências.

Por isso, Dr. Sampaio listou quais são os principais erros cometidos pelos pacientes que sofrem de doenças crônicas e por que é tão importante seguir as recomendações médicas.


1 - Deixar de tomar a medicação prescrita pelo médico

Muitos pacientes começam a se sentir muito bem depois de iniciar o tratamento e resolvem deixar de tomar os remédios quando bem entendem, por acreditarem que estão curados. "Eles esquecem que as doenças do coração são crônicas, ou seja, elas estão sempre presentes e requerem tratamento constante, independente do paciente sentir-se bem", afirma Dr. Sampaio.

Há ainda casos de pacientes que param a medicação por causa dos incômodos causados pelos efeitos colaterais, como tonturas, tosses, náuseas, cansaço , entre outros. "Parar de tomar os remédios pode ser fatal em muitos casos. Se o efeito colateral está incomodando, converse com seu médico", aconselha Dr. Sampaio. 


2 - Reduzir por conta própria a dosagem dos remédios

Este é outro erro comum, que pode causar resultados desastrosos. "Somente o médico sabe a dosagem correta de medicação, adequada para cada caso. Reduzir os remédios por decisão própria é colocar a vida em risco", diz o cardiologista. 


3 - Tomar remédios usando receita de outras pessoas

Cada paciente responde de forma única aos medicamentos. Fatores como genética, hereditariedade, absorção, metabolismo e até a distribuição do fármaco no corpo fazem a diferença e influenciam na resposta de cada indivídio à medicação. "Por isso é tão importante individualizar a terapia, levando em conta a idade, sexo, peso, estatura, raça e origem étnica, e ajustar com cuidado a dose baseado nesses parâmetros", explica ele. 

Além disso, tomar remédio para o coração sem conhecimento do seu médico é perigoso porque pode prejudicar a saúde. As medicações podem desencadear reações adversas e ter contraindicações, que devem ser consideradas a cada caso.


4 - Voltar a fumar

A nicotina estreita veias e artérias, sem contar que outros componentes do cigarro lesam o endotélio, a camada de revestimento interno dos vasos. Essas lesões nos tubos que levam o sangue são o lugar ideal para que a gordura se deposite e dê início novamente à formação de placas e trombos, aumentando o risco de doenças cardíacas. 


5 - Exagerar na bebida alcoólica

O abuso do álcool pode aumentar o risco de infarto e outros problemas cardíacos, mesmo em pessoas que não têm um histórico familiar ou outros fatores de risco conhecidos. Segundo estudo da Universidade da Califórnia, em São Francisco, beber em excesso foi ligado a um risco duas vezes maior de fibrilação atrial ou batimento cardíaco irregular, e um aumento de 2,3 vezes de insuficiência cardíaca congestiva. Além disso, o álcool foi associado com um aumento de 40% do risco de infarto.


6 - Ignorar recomendações médicas sobre dieta

O mau hábito alimentar aumenta os riscos de doenças cardíacas e ainda favorece o excesso de peso, contribuindo para a obesidade e diabetes - fatores de risco para as doenças cardíacas. A maioria dos pacientes com esta característica, depois de algum tempo em tratamento, ignora completamente as recomendações médicas sobre dieta, mantendo uma rotina alimentar rica em carnes gordurosas, frituras, açucares, refrigerantes e congelados ricos em sódio. Em longo prazo, estes alimentos são como veneno e pesam negativamente no tratamento das doenças crônicas.


7 - Manter rotinas estressantes

Para quem mora nas grandes cidades, é difícil emilinar definitivamente o estresse do dia a dia. Porém, é importante evitar rotinas de muita pressão, como dirigir diariamente por horas no trânsito e permanecer muito tempo trabalhando, sem descanso. 

Ter uma jornada de trabalho de dez horas ou mais por dia eleva em 60% o risco de desenvolver problemas cardíacos, de acordo com estudo publicado pelo European Heart Journal. O risco ainda pode piorar para aqueles que, além das horas extras, também leva trabalho para casa. 

Além disso, a busca pela calma diante das situações conflituosas é fundamental. O estresse pode ser um gatilho perigoso para infarto do miocárdio, por exemplo.



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