Cardiologista
do Instituto Lado a Lado pela Vida listou os principais - e mais perigosos -
desleixos relacionados ao tratamento das doenças do coração
Setembro
Vermelho é o mês para lembrar de que as doenças cardiovasculares são a
principal causa de mortes em todo o mundo: de acordo com o Ministério da Saúde,
300 mil brasileiros morrem a cada ano acometidos por diferentes cardiopatias.
"Estes óbitos ainda são
considerados uma fatalidade pela população, mas eles poderiam ser evitados com
a simples adesão ao tratamento", afirma Dr. Marcelo Sampaio, cardiologista
e membro do comitê científico do Instituto Lado a Lado pela Vida (LAL).
Para aqueles que ainda acreditam que o coração para do nada, Dr. Sampaio
explica que existem diversos fatores de risco. "A maioria deles está
ligada às escolhas feitas pelos próprios pacientes, tais como tabagismo,
sedentarismo e obesidade", revela o médico.
Por serem silenciosas, as doenças cardíacas dão a
falsa impressão aos seus portadores de que a saúde vai bem - o que não é
verdade. Consequentemente, os pacientes acabam tomando atitudes arriscadas, que
podem resultar em graves ocorrências.
Por isso, Dr. Sampaio listou quais são os
principais erros cometidos pelos pacientes que sofrem de doenças crônicas e por
que é tão importante seguir as recomendações médicas.
1 - Deixar de tomar a medicação prescrita pelo
médico
Muitos pacientes começam a se
sentir muito bem depois de iniciar o tratamento e resolvem deixar de tomar os
remédios quando bem entendem, por acreditarem que estão curados. "Eles
esquecem que as doenças do coração são crônicas, ou seja, elas estão sempre
presentes e requerem tratamento constante, independente do paciente sentir-se
bem", afirma Dr. Sampaio.
Há ainda casos de pacientes
que param a medicação por causa dos incômodos causados pelos efeitos
colaterais, como tonturas, tosses, náuseas, cansaço , entre outros. "Parar
de tomar os remédios pode ser fatal em muitos casos. Se o efeito colateral está
incomodando, converse com seu médico", aconselha Dr. Sampaio.
2 - Reduzir por conta própria a dosagem dos
remédios
Este é outro erro comum, que
pode causar resultados desastrosos. "Somente o médico sabe a dosagem
correta de medicação, adequada para cada caso. Reduzir os remédios por decisão
própria é colocar a vida em risco", diz o cardiologista.
3 - Tomar remédios
usando receita de outras pessoas
Cada paciente responde de
forma única aos medicamentos. Fatores como genética, hereditariedade, absorção,
metabolismo e até a distribuição do fármaco no corpo fazem a diferença e
influenciam na resposta de cada indivídio à medicação. "Por isso é tão
importante individualizar a terapia, levando em conta a idade, sexo, peso,
estatura, raça e origem étnica, e ajustar com cuidado a dose baseado nesses
parâmetros", explica ele.
Além disso, tomar remédio para
o coração sem conhecimento do seu médico é perigoso porque pode prejudicar a
saúde. As medicações podem desencadear reações adversas e ter contraindicações,
que devem ser consideradas a cada caso.
4 - Voltar a fumar
A nicotina estreita veias e
artérias, sem contar que outros componentes do cigarro lesam o endotélio, a
camada de revestimento interno dos vasos. Essas lesões nos tubos que levam o
sangue são o lugar ideal para que a gordura se deposite e dê início novamente à
formação de placas e trombos, aumentando o risco de doenças cardíacas.
5 - Exagerar na bebida alcoólica
O abuso do álcool pode
aumentar o risco de infarto e outros problemas cardíacos, mesmo em pessoas que
não têm um histórico familiar ou outros fatores de risco conhecidos. Segundo
estudo da Universidade da Califórnia, em São Francisco, beber em excesso foi
ligado a um risco duas vezes maior de fibrilação atrial ou batimento cardíaco
irregular, e um aumento de 2,3 vezes de insuficiência cardíaca congestiva. Além
disso, o álcool foi associado com um aumento de 40% do risco de infarto.
6 - Ignorar
recomendações médicas sobre dieta
O mau hábito alimentar aumenta
os riscos de doenças cardíacas e ainda favorece o excesso de peso, contribuindo
para a obesidade e diabetes - fatores de risco para as doenças cardíacas. A
maioria dos pacientes com esta característica, depois de algum tempo em
tratamento, ignora completamente as recomendações médicas sobre dieta, mantendo
uma rotina alimentar rica em carnes gordurosas, frituras, açucares,
refrigerantes e congelados ricos em sódio. Em longo prazo, estes alimentos são
como veneno e pesam negativamente no tratamento das doenças crônicas.
7 - Manter rotinas
estressantes
Para
quem mora nas grandes cidades, é difícil emilinar definitivamente o estresse do
dia a dia. Porém, é importante evitar rotinas de muita pressão, como dirigir
diariamente por horas no trânsito e permanecer muito tempo trabalhando, sem
descanso.
Ter
uma jornada de trabalho de dez horas ou mais por dia eleva em 60% o risco de
desenvolver problemas cardíacos, de acordo com estudo publicado pelo European
Heart Journal. O risco ainda pode piorar para aqueles que, além das horas
extras, também leva trabalho para casa.
Além
disso, a busca pela calma diante das situações conflituosas é fundamental. O
estresse pode ser um gatilho perigoso para infarto do miocárdio, por exemplo.
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