Mais uma vez o Brasil enfrenta
um período de estiagem intensa. A falta de água se tornou rotina na vida do
cidadão em diversas regiões do país. Vários municípios já têm seus próprios
esquemas de racionamento. Alguns estão em estado de emergência. Entretanto,
cortar o fornecimento não basta - além de não ser uma das saídas mais
produtivas na relação entre município e população. Trata-se de uma atitude
extremista que geralmente traz grandes transtornos.
Um grupo que sofre bastante
são os dos moradores de condomínios. Devido aos esquemas de cobrança serem
destinados ao condomínio como um todo, e não ao morador de forma individual,
muitas vezes se torna difícil controlar os gastos do grupo. Pessoas menos
preocupadas acabam gastando mais do que deveriam. Por esse motivo, listei aqui
seis dicas para economizar água nesses locais, garantindo resultado e respeito
ao meio ambiente.
Sistema de
captação de água de chuva: A água da
chuva é extremamente subaproveitada nas grandes cidades. É um recurso
disponível e que pode ser devidamente armazenado para momentos de necessidade,
além de ser usado para diversos fins que vão da manutenção das áreas comuns,
como jardins, pátios e fachadas, até o reuso dentro das residências. O sistema
capta, filtra e distribui a água para o condomínio inteiro. Os custos de
implementação divididos para todos os moradores é algo irrisório.
Irrigação inteligente: Muitos condomínios possuem áreas comuns com
jardim. Esses locais representam um espaço de relaxamento e lazer que precisa
ser preservado, mas que demanda bastante água. Um sistema de irrigação
inteligente, além de usar a água captada da chuva, consegue promover uma
irrigação por gotejamento nas quantidades exatas da necessidade de cada planta.
A economia é imensa, pois não se usa uma gota a mais do que o necessário para
manter a vegetação saudável.
Vasos sanitários
com caixa acoplada: Prédios antigos
possuem sistemas de descarga antiquados tanto nas áreas comuns quanto nos
apartamentos, e que não dialogam com a realidade de estiagem atual. Promover a
troca dos vasos sanitários para os de caixa acoplada representa uma grande
economia de água. Aliado à captação de água da chuva, é possível zerar o uso de
água potável nesses ambientes comuns e até mesmo dentro dos apartamentos.
Checar vazamentos: É preciso manter uma atenção especial na
identificação de vazamentos. Gotinhas pingando por dias representam vários
litros de água desperdiçados. Muitos condomínios ignoram esses pequenos
vazamentos, postergando o conserto. Síndicos e moradores precisam se unir à
procura até dos mais simples e providenciar a devida manutenção.
Individualize a
água: Embora delicada, essa é uma
questão importante. Individualizar os registros de água é interessante no
sentido de estimular a economia de cada morador. Quando a conta vem para o
condomínio, muitas pessoas com baixo nível de consciência ambiental não se veem
na obrigação de colaborar e reduzir o consumo. Separar as contas pode ser a
única saída para reduzir o consumo individual.
Faça campanhas de
conscientização: Mais do que colar
cartazes, fazer comunicados e até mesmo palestras, é importante trazer a
responsabilidade pelo uso da água para cada morador. Multas ou atenuações de
contas são motivadores que levam para o bolso do morador a responsabilidade
pelo bom ou mau uso desse recurso natural. É preciso conscientizar o morador do
seu status de coletivo, das necessidades da comunidade e das limitações de
recursos. Somente assim atitudes coletivas se tornam individuais, e a economia
de água se torna não mais um momento de racionamento, mas uma nova postura de
cultura e convívio social.
Danny Braz - engenheiro civil, consultor
internacional com foco em construções verdes e diretor geral da empresa
Regatec.
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