Os homens devem dar à saúde a mesma atenção que dão
aos jogos de futebol e aos carros, alertam mulheres no Brasil inteiro, uma vez
que elas são as grandes responsáveis por estimular seus irmãos, pais, filhos e
amigos a irem ao médico, segundo os próprios profissionais. Estimular a
prevenção de doenças por meio do acompanhamento de profissionais da medicina é
o principal foco do Dia Nacional do Homem, comemorado domingo, dia 15.
Para o oncologista Fernando Maluf, diretor
associado do centro oncológico da Beneficência Portuguesa de São Paulo, membro
do comitê gestor do Hospital Israelita Albert Einstein e consultor do Instituto
Lado a Lado pela Vida, que promove a campanha "Repense suas
escolhas", o maior desafio para ampliar o atendimento preventivo aos
homens é aumentar o investimento em infraestrutura em todo o país, como postos
de saúde e hospitais. "Muito se fala na saúde da mulher e da criança, mas
ainda falta atenção ao homem".
O médico lembra que há razões culturais para deixar
o atendimento ao homem "em segundo plano", mas que não justificam a
falta de investimentos públicos. "Na nossa cultura, o homem se acha
´blindado´ a doenças por ser homem, então vai oito vezes menos ao médico que a
mulher, em média. Mas isso não é motivo para a falta de investimentos públicos
na saúde deles", complementa.
Segundo o Ministério da Saúde, 31% dos homens
brasileiros não têm o hábito de ir ao médico e, quando o fazem, 70% tiveram a
influência da mulher ou de filhos. Com o objetivo de melhorar esse quadro, o
órgão criou, em 2009, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem
(PNAISH). O objetivo foi facilitar o acesso com qualidade da população
masculina, na faixa etária de 20 a 59 anos, às ações e aos serviços de
assistência integral à saúde masculina no Sistema Único de Saúde (SUS). O órgão
reforça que é sempre preciso considerar as diferentes expressões de
masculinidades e respeitando a diversidade de gênero, orientação sexual, etnia,
cultura e religião na hora do atendimento médico.
No mês passado, foi sancionada a Lei Federal
13.685/18, que determina notificação compulsória de casos de câncer pelos
serviços de saúde públicos e privados de todo o Brasil. Para a presidente do
Instituto Lado a Lado pela Vida, Marlene Oliveira, foi um divisor de águas para
as políticas de enfrentamento da doença no país, pois vai aumentar o número de
notificações e, com isso, cresce a responsabilidade do governo de ampliar os
serviços aos homens", acredita.
O slogan "Repense suas escolhas" deu o
tom da campanha desenvolvida para o Dia do Homem, que o Lado a Lado pela Vida
colocou em seu Facebook e Instagram. "A escolha pela comunicação digital
também é uma forma de nos aproximarmos dos adolescentes e homens mais jovens e
mostrar que a prevenção de doenças é a melhor forma de tratar da saúde",
explica Marlene.
A Astellas Farma Brasil, farmacêutica japonesa, é
uma das apoiadoras do instituto. Na avaliação do urologista e gerente médico
sênior da companhia, Roberto Soler, a saúde do homem deve ser considerada de
uma forma mais ampla. "Quando se fala em saúde do homem, as pessoas tendem,
de uma maneira geral, a focar apenas em câncer de próstata. No entanto, é
importante estar atento às outras doenças, como as que envolvem todo o trato
urinário. Pequenas atitudes, como alimentação balanceada, atividades físicas
regulares e, principalmente, visitas frequentes aos serviços de saúde, são de
extrema importância", explica Soler.
A campanha deste ano contou com um depoimento do
ex-jogador de futebol Zico sobre a importância dos cuidados da saúde para os
homens. O Instituto Lado a Lado pela Vida criou a campanha nacional
"Novembro Azul", que estimula os homens a fazerem o exame de
rastreamento do câncer de próstata. É o tipo mais incidente da doença no
Brasil, seguido pelo câncer de pênis, testículo, pulmão e pele, segundo dados
do Ministério da Saúde.
Instituto
Lado a Lado pela Vida: http://www.ladoaladopelavida.org.br
Facebook: Instituto Lado a Lado
Instagram: @institutoladoalado
Ministério da Saúde: www.portalms.saude.gov.br
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